GameForces Awards 2024 - Melhor Jogo do Ano

Não foi um ano fácil para ninguém nesta indústria. As rachadelas que vimos na indústria ao longo de 2023, longe de terem sido rematadas, apenas se alastraram. Mais uma vez, vimos despedimentos de trabalhadores na casa dos milhares (talvez até ultrapassando a dezena de milhar). Vimos mais de uma mão cheia de estúdios a serem encerrados sem cerimónia. Vimos reestruturações que resultaram em equipas a serem reduzidas a mínimos essenciais ou em projetos a serem cancelados, alguns dos quais sem terem a oportunidade de ganhar qualquer balanço. O custo humano de fazer jogos, ou de falar sobre jogos foi, em 2024, tragicamente elevado.

Mas por isso é que queremos continuar a celebrar os videojogos que nos chegam e que jogamos. Porque todos os que trabalham nesta indústria merecem ser louvados. Todos os que se sacrificam pelo nosso entretenimento merecem ver o seu trabalho ser reconhecido. Não é um pequeno artigo ou uma pequena rubrica como a nossa que mudará seja o que for. Mas é o que podemos fazer para agradecer. 

Sejam um diretor de arte, um animador acabado de entrar na indústria, um testador de qualidade, um designer de sistemas, um programador de um motor de jogo, ou um baixista no meio de uma orquestra contratada para a banda sonora: obrigado, do fundo do coração, por tornarem a nossa vida melhor e mais divertida.

Agora, e sem mais demoras, vamos ao grandalhão. Vamos ao prémio de Melhor Jogo do Ano de 2024!

Filipe Martins - Helldivers 2

É IMPOSSÍVEL que, chegando o PlayStation Wrap e mostrando que dispendi 217 horas no Helldivers 2, este não seja o meu GOTY. Foi uma relação intensa: muita ação, trabalho em equipa e, claro, aquele caos (des)organizado que só o Helldivers consegue entregar.

Podem dizer que há outros títulos mais grandiosos, com gráficos ultrarrealistas ou histórias dignas de um Óscar, mas para mim, o que define um GOTY é simples: diversão pura, sem querer largar o comando e aquela sensação de “só mais uma missão”. Helldivers 2 fez isso com um co-op viciante e momentos em que eu e o esquadrão onde tava inserido fomos do heroísmo total ao desastre absoluto em questão de segundos, só porque alguém (posso ou não ter sido eu) mandou vir um air-strike para os nossos pés. 

E depois há o clássico: “For democracy!!!”… que se transforma em cinco horas a salvar o universo. A culpa é de quem, não é minha, é do jogo que não sabe como parar de ser divertido. A ligar isto tudo, os laços que criei com malta desde título foi fenomenal.

Portanto, sim, podem guardar os vossos prémios para os jogos com “narrativas profundas” e “inovações mecânicas”. O meu GOTY vai para o que realmente marcou o meu ano, me deu mais horas de pura adrenalina e gargalhadas com os amigos. Helldivers 2, parabéns! E obrigado por me lembrares que, no fim do dia, o que importa é simplesmente jogar e divertir-me.



Filipe Mesquita - Astro Bot

Bem, o que dizer de Astro Bot que não tenha já sido repetido? O novo jogo desta recém introduzida mascote da PlayStation é simplesmente maravilhoso. Acompanhar o pequeno e muito expressivo robô ao longo de tantos mundos, cada qual composto por tantos níveis visualmente resplandecente, foi um deleite do início ao fim. 

Cada nível oferece uma experiência única, havendo imensas mecânicas criativas e tecnicamente fenomenais que me levaram a exclamar "Uau!" um incontável número de vezes. Para adocicar ainda mais tudo isto, o jogo ainda vai recebendo updates gratuitos com alguma regularidade, acrescentando mais níveis e novos desafios ao longo dos últimos meses. 

Astro Bot é um marco desta geração. E não é só por ser um jogo com o melhor design de níveis que se encontra em todo o género, ou um jogo que apenas pode ser descrito como uma maravilha técnica. Acima de tudo, é porque Astro Bot é diversão em estado puro do primeiro ao último minuto. E o jogo mais divertido do ano, tem de ser destacado como o meu Jogo do Ano 2024.



Carlos Cabrita - Astro Bot

Digam o que quiserem Astro Bot merece tudo o que teve e muito mais. Para mim foi o melhor jogo deste ano e aquele que me divertiu mais a jogar. O level design de outro nível, as mecânicas do Dualsense e a linda homenagem que o jogo faz à consola que também celebrou este ano de 2024 os seus 30 anos de existência. Nada do que eu diga vai ser muito diferente do que os meus colegas já disseram, só tenho a desejar que façam mais títulos deste género e que cada vez sejam melhores.



Tiago Sá - Astro Bot

Ao contrário das minhas outras participações nos Awards, o Tiago que vos fala aqui não o fez com qualquer antecedência. Quando escrevi isto, já tinha acumulado uns kilitos de engorda da época festiva, já tinha visto o telejornal engonhar 30 minutos com espetáculos de fogo de artifício sobreponíveis de 500 locais diferentes, e já não tomava banho desde o ano passado. Normalmente, tal só significaria que, mais uma vez, o procrastinador procrastinou; porém, desta vez, o meu atraso foi estratégico. Porque eu sabia que, se conseguisse experimentar Astro Bot a tempo deste artigo, o meu jogo do ano só poderia ser um e um só.

Digam o que quiserem, acredito piamente que os platformers são os jogos mais capazes de destilar diversão e alegria puras, para jogadores de todas as idades, níveis de habilidade e preferências quanto a ananás na pizza. Astro Bot é um exemplo soberbo disso: todos os seus níveis possuem uma energia e ânimo contagiantes, e há gimmicks/mecânicas imaginativas a ser introduzidas nível sim, nível sim, para nos deixar vidrados e encantados neste trabalho da Team Asobi do início ao fim. Cada pequeno mundo de Astro é uma caixinha de surpresas que nunca desilude, contando com desenhos de desafios incríveis e uma imensidão de easter eggs adoráveis que nos faz sentir como crianças na Disneyland a cada descoberta deliciosa.

Podia chamá-lo de um clássico moderno, de uma lição majestosa de game design, ou do suprassumo dos platformers 3D; prefiro que o conheçam como uma das melhores, mais divertidas e mais criativas experiências que alguma vez terão com um comando na mão. 



Carlos Silva - Metaphor: ReFantazio


Desde os primeiros instantes que começamos esta experiência que ficamos arrebatados com a sua arte visual. Quer sejam as sequencias de animação, quer a própria jogabilidade está tudo refinado ao mais ínfimo detalhe. O traçado da animação é exímio, os cenários cuidadosamente formulados para refletirem este mundo e a própria navegação dentro dos menus de jogo ou durante as batalhas, fazem-nos pensar que tudo está perfeitamente concretizado para ficarmos verdadeiramente imersos por esta experiência.

Esta é uma sensação que já sentimos em Persona 5 e confesso que sentiria alguma estranheza se descuidassem este aspecto, mas ainda assim consegui ficar surpreendido com o nível de atenção e cuidado que a Atlus introduziu neste quesito. Mais que um doce visual, a sua arte faz parte integrante e fulcral do pacote que é a experiencia transmitida ao jogador e para sempre, quando me lembrar de Metaphor: Refantazio, para além da excelente caracterização das personagens, vou-me lembrar da sua direção artística e como fiquei constantemente fascinado por ela durante as longas dezenas de horas que passei com ela.


Se na minha escolha do melhor Remake deste ano abordei em como Persona 3 Reload servirá como lição para os futuros lançamentos da Atlus, esta certamente não desperdiçou tempo em aplica-los em Metaphor: Rephantazio!

Desde o primeiro minutos desta estonteante experiencia que ficamos completamente rendidos e absorvidos por este mudo e as suas condicionantes. Abordando uma miríade de temáticas sociais verdadeiramente fraturantes, este título mantêm-nos constantemente na ponta dos nossos pés no que se refere à nossa avaliação de princípios e crenças. Complementando este aspecto, com uma caracterização verdadeiramente memorável das personagens incluídas nos eventos da narrativa, somos brindados com uma experiência que para sempre ficará na nossa memória.

Se complementarmos estes aspectos com uma arte visual extraordinária e definitivamente ideal para o ambiente desta história, assim como uma banda sonora que frequentemente nos obriga inconscientemente a parar os nossos dedos para que o cérebro a consiga processar, estamos perante um título verdadeiramente especial no seu todo!

É o meu desejo mais verdadeiro que Metaphor: ReFantazio seja somente o prelúdio de uma nova fantasia no que se refere a JRPGS!


_____

Digam-nos de vossa justiça! Concordam com as escolhas dos nossos redatores? Há algum grande jogo este ano que, na vossa opinião, mereça destaque e que não tenhamos referido ao longo deste artigo? Partilhem connosco as vossas opiniões, e enriqueçam esta discussão! E um ótimo ano novo a todas e a todos que nos lêem!

Introdução por Filipe Castro Mesquita (adaptada por Tiago Sá)
Edição do Texto por Tiago Sá
Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita
GameForces Awards 2024 - Melhor Jogo do Ano GameForces Awards 2024 - Melhor Jogo do Ano Reviewed by Tiago Sá on janeiro 01, 2025 Rating: 5

Sem comentários:

Com tecnologia do Blogger.