Depois da melhor personagem, claro que tínhamos que seguir para a melhor narrativa! Desde fantasia a terror, desde histórias geopolíticas a lutas pela sobrevivência, são os excelentes e variadíssimos enredos que funcionam como a cola de todos os elementos do jogo e, idealmente, firmam a experiência como um todo na nossa memória até ao fim dos nossos dias.
Carlos Silva - Metaphor: ReFantazio
Confesso que esta categoria foi um "close call" entre Metaphor: Refantazio e Final Fantasy VII Rebirth. A minha escolha pessoal acabou por recair no primeiro, pois na verdade a narrativa de Final Fantasy Rebirth ainda não está fechada e esse aspecto poderá influenciar significativamente a sua qualidade. Desta forma o que poderei dizer de Metaphor: Refantazio? Em termos puramente de narrativa, este título é um mimo para o jogador. Com uma estrutura a fazer lembrar Persona, este título consegue aligeirar o seu conceito no ponto ideal e introduzir elementos que fazem o jogador querer saber cada vez mais da sua história.
Sem descuidar a liberdade permitida ao jogador, consegue nos guiar pelos elementos do enredo de uma maneira verdadeiramente sublime, onde as história das personagens principais e secundárias apresentam uma caracterização de excelente qualidade ao nível do narrativa principal. Neste título, diria que as atividades secundárias apresentam uma qualidade de tal forma cuidada que se revelam essenciais para o jogador conseguir conhecer todos os trâmites da história principal e o verdadeiro impacto dos eventos a si associados. Adicionalmente, a introdução de sequencias de animação verdadeiramente mágicas em pontos fulcrais da narrativa, faz com que o jogador fique deslumbrado desde os seus primeiros instantes.
Tiago Sá - Emio - The Smiling Man: Famicom Detective Club
Dentro do catálogo first-party da Nintendo nesta geração, Emio - The Smiling Man é o jogo mais inesperado. A mera existência de um título para maiores de 18 anos centrado na resolução de homicídios em série foi uma grande surpresa, numa era em que a postura family friendly da Nintendo é extremamente firme e consolidada. Porém, a maior surpresa esperava-me dentro do jogo: a história de Emio: The Smiling Man é trágica, macabra, perturbadora e, sobretudo, humana e emocional.
Em si mesma, é a melhor narrativa que experienciei num videojogo de 2024, tendo-me deixado arrasado quando vi os créditos a rolar pela última vez; enquadrada nos lançamentos da Nintendo, é uma subversiva fuga ao paradigma dos jogos da empresa de Quioto, que obliterou todas as minhas expectativas e redobrou o meu interesse em conhecer os novos horizontes que os desenvolvedores desta casa irão desbravar.
Sem comentários: