Análise | The Spectrum - Jogos da Nossa Vida




Para os nossos leitores com mais de 40 anos, acredito poder afirmar sem grandes surpresas que houve uma plataforma pela qual todos passamos na nossa juventude: O ZX Spectrum. Lançado em 1982 no Reino Unido, pela Sinclair Research Ltd., rapidamente ganhou popularidade devido ao seu baixo custo e facilidade de programação. Contando com 48Kbytes de memória, uma palete de 15 cores e sons monofónicos, era um verdadeiro micro computador, totalmente apto para qualquer pessoa conseguir aprender os passos básicos na linguagem de programação "Basic" ou mesmo código máquina para criar os seus programas ou jogos.

Reconhecidamente, para os leitores mais novos, poderá parecer que as especificações acima são extremamente limitadas, mas a verdade é que os programadores e desenvolvedores conseguiam criar milagres, surgindo experiências que ainda hoje em dia tem impacto no que se refere à jogabilidade e design de videojogos!



O seu impacto foi de tal ordem, que existe ainda hoje em dia uma comunidade bastante ativa que cria jogos que ainda são programados para ele! Adicionalmente, existia um movimento significativo que apoiava um lançamento de uma plataforma mais atual que consiga correr este software de uma forma mais intuitiva e fácil de aceder. Ainda que existam algumas soluções, tais como o “Spectrum Vega” ou o “Spectrum Next”, qualquer uma destas plataformas tinha sempre uma nuance que não permitiam uma disseminação mais generalizada pela comunidade.

Foi nesta condicionante que surgiu um “The Spectrum”. Esta “consola” demarca-se por um aspecto que vai de encontro com o que a comunidade recorrente tem pedido ao longo dos últimos anos: Uma experiência mais fiel ao original. Em particular, esta solicitação reflecte-se em diversos tópicos:

  1. Deve ser uma reprodução exata do original em termos de design, portanto não numa escala inferior conforme as outras consolas comemorativas (NES Mini, SNES Mini, Mega Drive Mini, The Amiga A500, etc.
  2. Conter um teclado totalmente funcional;
  3. Facilidade de adição de ficheiros áudio digitais;
  4. Possibilidade de programar e executar programas pessoais.



Exatamente, “The Spectrum”, ainda que não sendo publicado pela Sinclair como o original, segue fielmente estes pedidos dos fãs de longa data deste computador. Reconhecidamente, não deixa de ser uma plataforma emuladora (daí a minha expressão em classificar este produto como uma “consola” ao invés de um computador), mas a emulação está bastante bem conseguida com inúmeras opções que permitem ajustar a experiência ao utilizador. Este é um aspecto importante para que o “The Spectrum” esteja em linha com as dinâmicas mais atuais do mercado. Nomeadamente, destacamos:
  1. Possibilidade de criar Save States;
  2. Rebobinar a nossa sessão de jogo até 10 segundos;
  3. Escolher diversos fundos para o ecrã;
  4. Ajustar a velocidade de carregamento dos ficheiros de áudio;
  5. Ser Multiregião;
  6. Possibilidade de conectar um comando via USB.
  7. Conter uma pacote de jogo de relevo na memória e possibilidade de adicionar mais via USB.
  8. Possibilidade de programar os nossos próprios jogos.



Todas estes melhoramentos, face ao computador original, estão contemplados e permitem não somente aos jogadores de longa data, mas também a novos jogadores poder experimentar esta plataforma e (re)visitar uma outra época dos videojogos!

Depois de passar algumas horas com o “The Spectrum” podemos afirmar que a experiência é extremamente fidedigna, ao original, onde o teclado totalmente funcional e na característica borracha faz um papel de excelência. As teclas respondem bastante bem e os jogos que requerem um conjunto mais abrangente de teclas para além do QAOPM (utilizadas frequentemente como as teclas direcionais dentro dos jogos) funcionam perfeitamente. Portanto, aventuras de texto como o “The Hobbit” ou “The Lords of Midnight” estão perfeitamente evocadoras da experiencia original.



Reconhecidamente, alguns dos jogos não envelheceram tão bem como nos lembramos deles, mas isso faz parte da experiência do passar dos tempos, supomos! Ainda assim, é cativante ver como alguns jogos ainda mantém a sua magia e simplicidade, que nos permitem retornar a tempos mais simples.

No que se refere ao tópico do preço, algo que não é costume fazermos nos nossos artigos, mas desta vez achamos relevante abordar, considerando que também era um dos aspectos de maior relevo do computador original de 1982. Atualmente, o valor oficial ronda os 99,99€, algo acima da NES Mini, SNES Mini, PS Classic, etc. Ainda assim, está dentro da mesma gama de valores, que outras edições comemorativas de micro computadores da década de 80 e 90. Considerando todas as melhoras consideras e a questão do teclado completamente funcional acreditamos que o valor encontra-se enquadrado com o produto e experiência que apresenta.




Por fim, deixamos uma nota sobre os conteúdos desta edição. Dento da caixa da consola poderão contar com uma caixa comemorativa com o teclado estampado a preto em branco, a consola “The Spectrum”, cabos HDMI e USB, Manual de instruções e uma coberta em plástico transparente para proteger do pó.



Conclusões

“The Spectrum” é a derradeira consola comemorativa a evocar a experiência microcomputador de 48K de memória originalmente lançado por Sir Clive Sinclair. Consegue incluir num só pacote um conjunto de funcionalidades que irá agradar não somente as crianças da década de 80, como as de hoje. Se são fás de jogos retro ou simplesmente tem curiosidade em jogos antigos ou conhecer a origem de algumas mecânicas atuais, é certamente uma excelente prenda para o próximo Natal!

Análise | The Spectrum - Jogos da Nossa Vida Análise | The Spectrum - Jogos da Nossa Vida Reviewed by Carlos Silva on dezembro 02, 2024 Rating: 5

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