The Spirit of the Samurai conta a história de Takeshi, um habilidoso samurai japonês que procura proteger a sua vila de um Oni (criatura da mitologia japonesa) de nome Shuten-Dõji e do seu exército de mortos-vivos e outras criaturas aterrorizadoras que procuraram conquistar tudo no seu caminho.
Neste aventura 2D com aspeto cinematográfico brutal e uma animação em stop-motion com elementos de outros jogos soulslike e metroidvania desenvolvida pela Digital Mind Games e publicada pela Kwalee, toda a história é inspirada na mitologia japonesa.
Esta história é narrada por Kitsune, uma raposa do tradicional folclore japonês.
Para além de Takeshi, personagem principal com que jogamos, temos ainda alguns segmentos em que jogamos como Chisai, um gato que acompanha o nosso protagonista ao longo do jogo. Estes segmentos são mais focados em atividades furtivas enquanto vamos de ponto A a B evitando os horrores que o esperam. Para os mais sensíveis, devo avisar que na eventualidade de serem apanhados enquanto jogam como Chisai poderão assistir a cutscenes ligeiramente mais gráficas da vossa morte (e nenhum de nós gosta de ver um gato a sofrer!).
Jogamos ainda como Kodama, um pequeno espírito enviado por Kitsune com o objetivo de nos auxiliar. Como Kodama, o estilo de jogo assemelha-se mais ao de Takeshi com ligeiras alterações como o uso de magia para regenerarmos alguma vida ou como se fossem bolas de fogo.
O sistema de combate, apesar de simples, é um dos melhores aspetos de The Spirit of the Samurai. À medida que vamos subindo de nível, podemos subir atributos como Força ou Destreza para desbloquearmos acesso a novos ataques e é aqui que entra o aspeto da customização dos nossos combos através de um editor no menu, como podem ver na imagem abaixo. Podemos ir trocando e adaptando consoante o nosso estilo ou necessidade.
Temos ainda um arco e utensílios como kunais ou poções que nos dão um ligeiro boost momentâneo de força e energia, mas confesso que não senti necessidade de usar qualquer uma destas opções a ponto de fazerem toda a diferença.
O maior ponto negativo relativamente ao combate que o torna algo frustrante quanto mais vamos jogando e avançando são as terríveis hitboxes dos inimigos. Mais como Takeshi do que com Kodama, principalmente contra inimigos com escudo quando estamos nas suas costas em que alguns dos ataques chegam a registar como sendo um ataque no escudo resultando no bloqueio do ataque, ou contra algumas criaturas com mobilidade acrescida mais para o meio e final do jogo, em que o nosso ataque atravessa todo o seu corpo mas por alguma razão não regista a conexão resultando muitas vezes em morte.
Outro, e talvez o melhor aspeto positivo deste título é a variadíssima atmosfera enquanto jogamos com todos os três personagens ao nosso dispor. Sejam aldeias em ruínas, grutas nas montanhas, cemitérios ou fortalezas, o mundo de The Spirit of the Samurai está meticulosamente criado e transmite uma constante sensação de desconforto com todo o detalhe nele existente.
A banda sonora também tem os seus momentos de brilho complementando de forma sublime a componente gráfica do jogo. No entanto, e apesar de todo o jogo ter voice acting o que nem sempre acontece neste tipo de jogos, algumas falas parecem destoar um pouco do resto da atmosfera. Temos alguns exemplos de demónios com um design tenebroso que depois têm uma voz calma e nada assustadora quebrando assim a imersão.
Conclusão
Apesar das hitboxes frustrantes, das vozes que quebram a imersão na atmosfera do jogo ou das falhas na narração da história, The Spirit of the Samurai oferece uma razoável experiência num mundo 2D bem detalhado com um sistema de combate interessante e animações stop-motion com uma boa sinergia entre si.
O Melhor
- Atmosfera tenebrosa;
- Animação stop-motion;
- Sistema de edição do estilo de combate.
O Pior
- Hitboxes de inimigos;
- Escolhas no voice acting;
- História com algumas falhas.
Pontuação do GameForces: 6.5/10
Título: The Spirit of the Samurai
Desenvolvedora: Digital Mind Games
Publicadora: Kwalee
Ano: 2024
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