No meio século em que a Nintendo operou na indústria dos
videojogos, a empresa de Quioto construiu um gigantesco panteão de universos virtuais, desenvolvidos ao longo de décadas. Mario, Zelda, Kirby…. Tentar desfrutar de todos os jogos de
uma só franchise da Nintendo pode ser uma tarefa hercúlea, não só pelo
tempo necessário para os terminar, mas também pela dificuldade em encontrar as
consolas, adaptadores, discos, cartuchos (e, às vezes, paciência) necessários para os experimentar.
Uma das vantagens da vida útil longa da Switch é que, desde o seu lançamento, teve mais do que tempo para receber muitos relançamentos de peças sonantes do património da Nintendo, seja na forma de remasters e remakes, seja na forma de inclusões retro do Nintendo Switch Online. Graças a isso, existem várias séries da gigantesca empresa de videojogos que têm todos os seus jogos na consola híbrida, dando-nos uma oportunidade de ouro de relembrar ou colocar em dia algumas destas sagas. Neste artigo, vamos reuni-las todas!
Vamos ter de tomar alguns atalhos pelo caminho mas, regra geral, as inclusões obedecerão a 3 regras:
- Apenas consideraremos franchises que precedem a Nintendo Switch e que contêm pelo menos 3 jogos – caso contrário, a lista ficaria infestada de jogos como Miitopia e Pokkén Tournament e iríamos esticar a definição de série;
- Por cada título original de uma série, basta existir uma versão dele na Switch para a saga ser elegível para a lista, independentemente de existirem remakes ou remasters exclusivos de outra consola;
- Não consideraremos jogos lançados para arcade ou para acessórios como a Satellaview ou Nintendo 64 DD, a não ser que tenham sido posteriormente disponibilizados em consolas tradicionais.
Acabou a parte chata; descubramos estes livros abertos e
fechados na Switch!
Xenoblade Chronicles
Muita água passou debaixo da ponte desde que a Nintendo America teimava em não trazer este universo para o ocidente; agora, dentro de todas as propriedades da Nintendo, Xenoblade Chronicles é das mais profícuas no catálogo da Nintendo Switch, contando com quatro jogos na consola híbrida.
Dois são remasters (Xenoblade Chronicles: Definitive Edition, originário da Wii, e Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition, que nasceu na Wii U e tem lançamento previsto para 20 de março de 2025 na Switch) e dois são completamente novos (Xenoblade Chronicles 2 e Xenoblade Chronicles 3). Com esta tétrade, podem conhecer quatro dos mundos mais expansivos e impressionantes na história da Nintendo, expostos em odisseias de dezenas e dezenas de horas e com mais conexões entre si do que a comum franchise Nintendo. São experiências obrigatórias para quem gosta de RPGs e boas narrativas!
Pikmin
A Nintendo sempre foi capaz de imprimir o seu cunho especial nos variados jogos que cria, mas Pikmin é possivelmente a sua série mais diferenciada de todas. Apesar da sua singularidade e da qualidade elevadíssima dos seus desafios de estratégia em tempo real, os jogos Pikmin nunca replicaram o sucesso comercial dos seus universos irmãos. Numa tentativa de mudar esta situação, a Nintendo deu-lhes uma nova oportunidade de brilhar, remasterizando Pikmin (1), Pikmin 2 e Pikmin 3 para a consola híbrida e seguindo-os com o inédito Pikmin 4. Sou extremamente enviesado em favor de Pikmin, mas recomendo com todos os átomos do meu ser que deem uma oportunidade às aventuras de Olimar (nem que seja pelas demos gratuitas de Pikmin 3 e 4) – são jogos que primeiro estranham-se, mas depois entranham-se.
Vale notar que Hey! Pikmin, da Nintendo 3DS, e Pikmin Bloom,
para Android e iOS, não podem ser jogados na Nintendo Switch; no entanto, estes
jogos apresentam estilos de jogos drasticamente diferentes de Pikmin 1-4,
representando spin-offs e não capítulos principais da série.
Donkey Kong Country
A história de Donkey Kong Country divide-se em duas eras, cada uma encabeçada por uma empresa distinta: a trilogia criada pela Rare para a Super NES, e a duologia criada pela Retro Studios para a Wii e Wii U. Apesar do tempo e evolução tecnológica que as separam, as duas faces surgem unidas pelos seus inteligentes level designs, pela sua apresentação deslumbrante e inigualada dentro do género, e pelas suas bandas sonoras magníficas (compostas maioritariamente por David Wise).
Estes jogos surgem também unidos pela Nintendo Switch: por um lado, Donkey Kong Country Returns (da Wii; lançamento na Switch previsto para 16 de janeiro de 2025) e Donkey Kong Country: Tropical Freeze (da Wii U) estão na consola graças a ports melhorados; por outro, a trilogia original encontra-se completamente disponível na biblioteca retro do Nintendo Switch Online.
Bayonetta
Bayonetta pode ter nascido como uma série multiplataforma,
mas a Nintendo prontamente a apadrinhou e tornou-a em mais um dos nomes de peso que a prestigiam.
Em 2018, a Nintendo Switch recebeu novas versões de
Bayonetta (Xbox 360/PS3) e Bayonetta 2 (Wii U) e, 4 anos mais tarde, viria a
hospedar a terceira aventura original da série, Bayonetta 3. Se gostam de hack
‘n’ slash com uma pitada extra de ousadia, não têm como errar com estas
grandiosas odisseias de uma Umbra Witch contra Anjos e Demónios.
Caso este atrevimento não seja a vossa praia, podem sempre
experimentar Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon – um spin-off
de 2023 convidativo para todas as faixas etárias, que conta a infância de
Bayonetta num mundo belo saído dos livros de contos de fada.
Metroid 2D
Ao longo da sua história, a série Metroid fomentou diversas
ramificações, tanto na sua subsérie 3D (Prime) como nos seus spin-offs.
Contudo, se afastarmos as cabeças de Medusa que nos distraem, chegamos
a uma conclusão radiante: todos os jogos da série original Metroid (ou seja, os Metroid 2D), estão disponíveis na Nintendo Switch.
Para poderem vivenciar esta longa saga, terão de espremer a subscrição Nintendo Switch Online + Pack de expansão: Metroid (I) pode ser encontrado na colectânea da NES (ou na da Game Boy Advance, na forma do seu remake definitivo Metroid: Zero Mission), Metroid II: Return of Samus na da Game Boy, Super Metroid na da Super NES e, por fim, Metroid Fusion, na da Game Boy Advance. Depois, apenas vos faltará Metroid Dread: um jogo criado de raiz para a Nintendo Switch e disponível na Nintendo eShop e lojas de retalho. São 5 aventuras de exploração 2D de terminar e chorar por mais – tanto que, em conjunto com Castlevania, batizaram um dos maiores géneros dentro do mercado indie.
Apesar de poderem experienciar as cinco campanhas Metroid na
Nintendo Switch, a melhor forma de jogar Metroid II: Return of Samus está no
seu remake para a Nintendo 3DS. Não só esta versão atualiza os gráficos
e movimentação do jogo, mas também acrescenta novos detalhes de enredo (e uma
conclusão ligeiramente diferente), pelo que recomendamos que troquem a Switch
pela portátil 3D da Nintendo na hora de jogar a segunda aventura, se tiverem
esta opção.
Famicom Detective Club
Uma das grandes surpresas da
geração Nintendo Switch foi o regresso de Famicom Detective Club. Em 2020,
fomos surpreendidos com remakes da duologia original desta série, pela
primeira vez disponível fora do Japão, lançados no conjunto Famicom Detective
Club: The Missing Heir & Famicom Detective Club: The Girl Who Stands Behind.
Porém, o espanto ainda foi maior quando a Nintendo e a MAGES desenvolveram uma
sequência inédita, Emio~ The Smiling Man: Famicom Detective Club!
Fugindo da norma dos jogos
Nintendo, estes jogos destinam-se ao público adolescente/adulto. Cada um deles centra-se
em mistérios de assassinato, que o protagonista deve resolver enquanto membro
da Utsugi Detective Agency. Sendo visual novels, o nível de
interatividade é quase nulo, mas isso não desmerece estas histórias intrigantes
e o quão bem assentam numa consola portátil como a Switch.
Infelizmente, a história BS
Tantei Club: Yuki ni Kieta Kako ficou
de fora da Switch. Esta narrativa é exclusiva da Satellaview,
pelo que não esperamos que seja adaptada para o hardware moderno da Nintendo.
Séries quase completas na Switch
Há séries que estão bem perto de estarem completas na Nintendo Switch – apenas lhes falta um joguinho. Se não se importarem de saltar um capítulo, ou quiserem manter estas franchises debaixo de olho, estas são:
- Splatoon – série de jogos de tiros representada na Switch por Splatoon 2 e Splatoon 3 (jogos inéditos). Fica a faltar Splatoon (da Wii U);
- Luigi’s Mansion – série de caça de fantasmas representada na Switch por Luigi’s Mansion 2 HD (remaster de jogo da 3DS) e Luigi’s Mansion 3 (jogo inédito). Fica a faltar Luigi’s Mansion (da GameCube);
- F-ZERO – série de corridas representada na Switch por diversos jogos retro no Nintendo Switch Online (Super NES, Nintendo 64 e Game Boy Advance) e por F-ZERO 99 (jogo inédito). Fica a faltar F-ZERO GX (da GameCube).
- Punch-Out!! – série de boxing representada na Switch por Punch-Out!! Featuring Mr. Dream (na biblioteca retro NES) e Super Punch-Out!! (na biblioteca retro Super NES). Fica a faltar Punch-Out!! (da Wii). Notem que desconsideramos Doc Louis's Punch-Out!!, que apenas existiu como recompensa do programa Club Nintendo e não como um jogo comercializado nas lojas.
- Golden Sun – série de RPGs dos criadores de Mario Tennis/Golf, representada na Switch por Golden Sun e Golden Sun: The Lost Age (ambos na biblioteca retro Game Boy Advance). Fica a faltar Golden Sun: Dark Dawn (da Nintendo DS).
- EarthBound – série de RPGs representada na Switch por EarthBound Beginnings (na biblioteca retro NES) e EarthBound (na biblioteca retro Super NES). Fica a faltar o 3º jogo da série para a Game Boy Advance, exclusivo do Japão (com o nome regional Mother 3).
- Mario’s Picross – sim, estamos mesmo a raspar o fundo ao tacho! Série de puzzles de picross representada na Switch por Mario’s Picross (na biblioteca retro Game Boy) e Mario’s Super Picross (na biblioteca retro Super NES). Fica a faltar Picross 2 (da Game Boy).
Quem sabe se, um dia, a Nintendo nos permite dar a uma destas séries uma entrada própria no artigo! Até lá, aproveitem para maratonar alguma destas sagas e, se nos tiver escapado alguma franchise, dizer-nos qual nos comentários.
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