O ano de 2023 não foi apenas uma loucura absoluta no que toca a lançamentos de jogos com orçamentos que fazem os nossos olhos transformarem-se em cifrões - ou lá como se chama o símbolo do euro -, ou sob a alçada de grandes editoras multinacionais. Não, este ano foi uma loucura quase tão grande no que diz respeito a lançamentos de pequenas produtoras independentes. Sim, 2023 voltou a ser um ano onde o mercado independente voltou a mostrar toda a sua arte, todo o seu engenho e toda a sua criatividade, oferecendo imensos jogos fenomenais.
E mesmo num ano completamente insano como este, muitos elementos da nossa equipa fizeram questão de pôr de parte os grandes títulos que estavam na berra para envergar pela sempre surpreendente oferta de títulos indie. Ainda que isso tenha resultado em backlogs mais gordos, acreditem que não nos arrependemos dessa decisão. Vale sempre a pena louvar, aclamar e celebrar todos os que trabalham para nos trazer obras de arte. Por isso, celebremos agora os melhores jogos indie que jogámos este ano!
Tiago Sá - Pizza Tower
Depois das minhas intervenções nestes artigos ao longo dos últimos dias, seria até patético fazer grande suspense quanto ao meu indie favorito do ano. Pizza Tower foi costurado à medida para receber esta distinção pessoal: um jogo de plataformas 2D reminiscente dos velhos Wario Land, com controlos suaves como manteiga e com imenso potencial de otimização, e novos inimigos e estilos de jogabilidade nível sim, nível sim. E bem sei que chamar um videojogo de único é das afirmações menos únicas que se podem fazer, mas sou incapaz de o evitar com Pizza Tower. Não há nenhum jogo com visuais como os de Pizza Tower, ou com uma banda sonora como a de Pizza Tower, ou com o charme e bizarria de Pizza Tower (exceto, parcialmente, as obras de Wario que o inspiraram).
Posso não apreciar o conflito frustrante entre os elementos de exploração e o foco em combos, ou o bloqueio de uma missão importante da maior parte dos níveis até à conclusão dos níveis pela primeira vez, mas quando uma jornada me mantém a rir, sorrir e a desafiar-me a ser melhor o tempo todo, é difícil ver os defeitos de Pizza Tower como mais do que nitpicks insignificantes.
Ricardo Neves - Sea of Stars
Apesar da narrativa algo linear, Sea of Stars atinge rapidamente patamares de excelência quando comparado com outros JRPGs clássicos como Chrono Trigger ou Final Fantasy. Apresenta um sistema de combate bastante interessante e fresco, com uma quantidade de inimigos bastante aceitável e um mundo fantástico por explorar.
Um título de excelente qualidade que oferece dezenas de horas de diversão, quebra-cabeças e uma boa dose de conteúdo secundário. É uma experiência que certamente me ficará na memória! Uma agradável surpresa num ano repleto de bons jogos.
Filipe Mesquita - Everhood: Eternity Edition
Não vos vou mentir, este ano foi particularmente difícil escolher um jogo para distinguir aqui. Com tantos grandes lançamentos, muitos indies lançados em 2023 acabaram por ficar relegados para o meu backlog ou nem sequer saíram da minha lista de desejos. Mas ainda consegui jogar uns quantos que me marcaram, como o envolvente jogo musical Stray Gods, ou o fenomenalmente belo Cocoon - que ainda não consegui acabar, daí estar relegado para uma menção honrosa. Mas o que mais me agarrou acabou mesmo por ser Everhood: Eternity Edition.
Um misto de jogo de ritmo com uma pitada (ou catorze) do estilo visual, do humor e da lore incrivelmente sombria de Undertale, Everhood era um jogo que andava há muito no meu radar. E correspondeu bastante bem às minhas expectativas! A jogabilidade é muito variada e sempre divertida, a banda sonora é memorável e a história é bastante boa. Tudo isto ajudou a saciar um pouco a fome que tenho de experienciar na totalidade o próximo projeto de Toby Fox, e, simultaneamente, colocou uma nova produtora independente no meu mapa! Agora, estou muito entusiasmado para ver o que a Foreign Gnomes fará a seguir - e ainda mais por saber que será uma sequela deste jogo!
Filipe Martins - Miasma Chronicles
Admito que não tenho muitos por onde escolher, mas a minha escolha recai sobre um jogo que achei fantástico. Falo de Miasma Chronicles, um RPG tático por turnos. Como apreciador do género, este título já andava debaixo de olho há algum tempo, e quando tive a oportunidade de fazer uma análise ao mesmo, mencionei vários pontos que estão muito bem conseguidos. A caracterização das personagens, os elementos estratégicos criados e os próprios cenários fizeram com que no final, tivesse dado uma pontuação de 8.5. Um excelente título.
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Introdução e Edição do Texto por Filipe Castro Mesquita
Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita
GameForces Awards 2023 - Melhor Indie do Ano
Reviewed by Filipe Castro Mesquita
on
dezembro 30, 2023
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