GameForces Awards 2023 - Melhor Banda Sonora do Ano

Para muitos de nós, a banda sonora de um jogo pode perfeitamente ser make or break. Pode ser o que separa da ou catapulta um jogo para a excelência, ou pode ser o que torna uma experiência boa, algo banal ou muito pouco memorável. E os produtores têm perfeita noção disto, a julgar pela quantidade de videojogos que investem milhares e milhares em orquestras e em compositores de renome que contratam para que os nossos ouvidos estejam tão aconchegados quanto os nossos olhos enquanto jogamos.

Portanto, é muito importante celebrarmos os jogos cujas bandas sonoras nos fizeram cantarolar, ouvir mentalmente ou afetar o algoritmo do Spotify. Seja por conter músicas que acentuam os momentos emocionais ou o ritmo da ação que atravessamos; seja por conter uma lista de músicas que entrou regularmente nas nossas playlists mais ouvidas; ou seja apenas por ter *aquela* trilha com a qual vivemos obcecados durante meses a fio, ao ponto de chatearmos todos os nossos amigos e familiares até a ouvirem e dizerem em voz alta o quão brutal é, todos os jogos que referimos merecem ser reconhecidos pelo seu trabalho com toda a vertente auditiva da experiência que proporcionam.

Filipe Martins - Lies of P

A minha escolha para melhor banda sonora é óbvia este ano - Lies of P. Sem dúvida um feito enorme para os desenvolvedores da Round 8, que com mestria escolheram, para mim, uma excelente discografia que complementa perfeitamente todo o enredo criado. Esta entrou diretamente para a minha playlist no Spotify e penso que se irá manter por lá por bastante tempo. Simplesmente divinal. Recomendo!

Carlos Silva - Final Fantasy XVI

Se há algo com que associarei sempre a Final Fantasy XVI serão as batalhas entre Eikons (summons). Mas com certeza que a sua memória não seria tão vívida se não fosse a banda sonora. Efetivamente, estamos perante uma seleção musical que consegue marcar esta experiência no meu cérebro, como que um ferro em brasa. 

Ainda que não envolva completamente todas as outras vertentes do jogo, consegue manter o ritmo de como esta experiência é nos apresentada de uma forma verdadeiramente cativante e potenciar a importância destes críticos eventos a outro nível. Final Fantasy sempre foi sinónimo de uma banda sonora de qualidade, com alguns temas reconhecidos e alguns novos, esta entrada não é diferente!

Carlos Cabrita - Final Fantasy XVI

A série Final Fantasy sempre foi reconhecida pela sua banda sonora elegante, marcante e, acima de tudo, que nos tem deixado de boca aberta desde a altura dos velhinhos 8 bits, até aos tempos de hoje. Para esta decisão nem precisei de jogar ao título por inteiro (apesar de o ter feito obviamente ahahahah), bastou-me jogar a versão de demonstração do jogo para presenciar esta banda sonora, e para passar a ser o jogo que mais me fez pesquisar pela sua música nas plataformas digitais. Sabem quantas horas de audição da banda sonora deste jogo tenho no telemóvel? 16!!!

Tiago Sá - The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Para ser honesto, o primeiro título que me veio à cabeça para esta categoria foi Xenoblade Chronicles 3: Future Redeemed. Como é usual na série, todas as músicas orquestradas são majestosas, e identifico segmentos curtos nos seus temas que são mais impactantes do que bandas sonoras inteiras dos seus jogos contemporâneos. Contudo, uma vez que Future Redeemed é uma expansão, tem pouco mais do que 10 músicas originais e, se a qualidade certamente compensa pela quantidade, não me sentia bem a distinguir esta trilha sonora como a Banda Sonora do Ano.

Ainda fiquei num grande impasse quanto a conceder a distinção a Pizza Tower, portador de uma banda sonora energética, capaz de combinar todo o tipo de géneros e de efeitos sonoros num conjunto de músicas miraculosamente variado e simultaneamente coeso. Todavia, acabei por encontrar paz ao eleger The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. O novo The Legend of Zelda expande o mundo de Breath of the Wild com os céus e as profundezas de Hyrule, novas dungeons, bosses únicos e uma história mais desenvolvida e, com esta ambição acrescida, chega também uma paisagem sonora mais desenvolvida.

Desde temas serenos como Ancient Zora Waterworks e Dragonhead Island a composições pulsantes como os temas de Colgera e da longa e incrível sequência de conclusão do jogo, Tears of the Kingdom pinta as todas as novas localizações e acontecimentos com uma reverência que nem sempre se encontrava no seu predecessor. Isto para não falar do uso de instrumentação diferenciada, que não só cria uma identidade sonora para o título como um todo mas também para os seus locais, como por exemplo através do seu uso proeminente de saxofone nos céus. 

E ainda estou à espera da disponibilização de uma versão límpida do estupendo tema do trailer final do jogo!

Filipe Mesquita - Final Fantasy XVI

Não vos consigo por palavras o quão importante a música é para mim, tanto no meu dia a dia, como nos videojogos que jogo. E este ano, há três jogos cujas bandas sonoras ainda me trazem um sorriso à cara sempre que surgem de repente como earworms. As de Marvel’s Spider-Man 2 e de Star Wars Jedi: Survivor são especiais por me trazerem de volta para dois universos que adoro e dos quais sou fã há décadas e por enaltecerem tão bem os pontos altos emocionais das respetivas experiências. Mas o meu vencedor tem de ir para a outra banda sonora que me entusiasmou este ano: a de Final Fantasy XVI.

Ainda antes de abrir o raio do jogo, aquela trilha que toca na dashboard da PlayStation 5 causa-me logo arrepios, tanto pelo fenomenal arranjo orquestral, como por dar logo a entender o quão hostil e sombrio o mundo de Valisthea é. Mas depois dentro do jogo… raios me partam, que bem que cada trilha musical acompanha e enaltece o que se passa. Os sons calmos quando andamos pelo mundo, a ajudar taberneiros ou nobres com os seus problemas pequenos, os sons mais intensos quando entramos em batalhas contra hordas de monstros. E a pura adrenalina em forma de onda sonora que é a música de batalha contra os monstruosos Eikons...! Ok, fim de parágrafo, tenho de ir já ao Spotify ou ao YouTube, até mais logo!

Ricardo Neves - Lies of P

Para aquele jogador que adora explorar cada canto e fazer de estafeta a ajudar NPCs em necessidade, Lies of P surpreende com um verdadeiro álbum de músicas brutais que podem e devem ser apreciadas no Hotel Krat (a safe zone, digamos) na forma de vinil. 

Fiquei de queixo caído quando tive acesso ao primeiro, e soube logo que tinha que colecionar o resto das músicas. Um conteúdo secundário que certamente vale a pena completar, mais não seja para relaxar após longas sessões de combate intenso com marionetas.

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Digam-nos de vossa justiça! Concordam com as escolhas dos nossos redatores? Há alguma banda sonora ou trilha musical que, na vossa opinião, mereça destaque e que não tenhamos referido ao longo deste artigo? Partilhem connosco as vossas opiniões, e enriqueçam esta discussão!

Introdução e Edição do Texto por Filipe Castro Mesquita

Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita