GameForces Awards 2023 - Maior Desilusão do Ano

Se pudéssemos, enchíamos esta introdução só com GIFs e memes a gritar que não. Como aquele do The Office, ou o do Darth Vader. Se pudéssemos, enchíamos também esta introdução com palavrões. E acreditem que vontade não nos falta. Porque os jogos que vamos referir a seguir levaram-nos a perder a cabeça e os filtros. Levaram-nos a gritar de frustração, a praguejar como se não houvesse amanhã, a chorar pelo potencial desperdiçado, ou até a fazer os nossos psicoterapeutas andar mais devagar de tão cheios os seus bolsos ficaram por causa destas experiências. Sim, está na hora de entrar por aquela via da Internet que adora o caos, a crítica desenfreada, o ódio e tudo que seja negativo.

Reparem, caros leitores, que este "prémio" se chama "Maior Desilusão." Isto significa que não vamos aqui olhar para os piores jogos do ano - não vamos bater mais em Gollum ou no King Kong. Significa que vamos falar do jogos para os quais olhávamos com alguma ou muita expectativa, e cujas experiências foram tão piores do que o esperado, que ficámos com os nossos corações despedaçados. Honestamente, os jogos que se seguem não merecem que gastemos mais latim nesta introdução. Portanto vão lá ver o que detestámos, riam-se de nós, chorem connosco, e deixem-nos ir abraçar os nossos cães e gatos, porque estamos a precisar.

Carlos Silva - Flashback 2

Se são como eu e nasceram do “século passado”, a probabilidade é grande que tenham jogado “Flashback” nos vossos “Pentiums” e “486s” durante a década de 90. Grande foi a minha expectativa quando foi anunciado uma nova sequela… mas não tão grande como a minha desilusão depois de a experimentar! 

Quase tudo neste título está mal implementado: bugs gráficos; crashes; problemas de controlo da personagem; missões trancadas por eventos não despoletados… Uma verdadeira ode a como estragar uma memória de infância. Não me entendam mal, o jogo tem alguns pontos e ideias interessantes. Contudo a sua execução é paupérrima e aquilo que consegue fazer bem está longe de ser suficiente para compensar a imensidão de problemas que tem. 

Carlos Cabrita - Versão Switch de Mortal Kombat 1

Não há muito a dizer sobre este lançamento e só de pensar na porcaria (para não chamar outra coisa) que foi a adaptação deste magnífico jogo para a Nintendo Switch dá-me vontade de comprar uma consola só para a partir ao meio... Gráficos HORRÍVEIS, performance pior que má e... não quero falar mais sobre isto. Não comprem, não recomendo e está na minha lista negra. Adeus.

Ricardo Neves - The Day Before

Infelizmente, não tenho muito a dizer sobre The Day Before...

Um jogo que esteve "no ar" um par de dias, um título que tinha a receita para ser um sonho mas que, nas mãos dos cozinheiros errados, se tornou um autêntico pesadelo. Que desilusão...

Tiago Sá - Super Mario RPG

"Nunca conheçam os vossos ídolos", não é o que dizem? Super Mario RPG foi, durante mais de uma década, uma lenda envolta em neblina. Um clássico que não pudera jogar, o primeiro RPG baseado em Mario, o ponto de partida para as minhas amadas séries Mario & Luigi e Paper Mario... e, depois de o terminar, uma das maiores desilusões que tive com um produto Nintendo.

É impossível ignorar o quão impressionante um jogo do calibre de Super Mario RPG é na Super NES, cozinhando um mundo para um RPG a partir das pequenas migalhas de worldbuilding que a Nintendo preparara até então, e delineando mecânicas de combate, platforming e minijogos cuja variedade não tem rival na consola 16-Bit. Contudo, com as sensibilidade e enquadramento do universo Mario de 2023, a natureza experimental deste título é evidente pelos piores motivos, e a desenvolvedora deste remake nada fez para recapturar o brilho doutros tempos.

Filipe Mesquita - Sonic Superstars

Ahhh, não, não, NÃO! Não quero voltar a fazer isto, não quero voltar a falar mal de um jogo que pertence a uma das séries que mais gosto e que mais nostalgia me traz! Por favor, não quero relembrar o quão entusiasmado estava quando Sonic Superstars foi anunciado, e o quão frustrantemente irritado fiquei enquanto o joguei...

Ok, se tem de ser, vamos fazer com que seja rápido. O design de jogo geral é péssimo, o posicionamento de perigos e inimigos é inacreditavelmente mau e leva a dano e/ou a mortes injustas que me fazem querer gritar. Sonic e amigos demoram imenso tempo a ganhar balanço nos movimentos, prejudicando sobretudo combates contra bosses - que, mesmo em condições normais, são dos piores que já vi. E a câmara está estupidamente próxima da ação, tornando virtualmente impossível saber o que aí vem e ter tempo de reação suficiente para impedir que estejamos constantemente a levar na boca.

Chega, não posso mais. O jogo é péssimo, vão ler melhor o porquê, antes que comece a desenvolver stress pós-traumático.

Filipe Martins - Final Fantasy XVI

E aqui “a porca torce o rabo”. Com tantas menções honrosas já feitas ao mesmo, e com uma análise que eu próprio redigi a dar a pontuação de 7.5 dizer que Final Fantasy XVI é a maior desilusão de 2023 para mim poderá ser considerado uma blasfémia. Mas, infelizmente é o único sentimento que me vem à cabeça quando penso neste título. 

Se o demo foi algo fenomenal que me deixou completamente empolgado, tudo o resto foi completamente desanimador. A saga Final Fantasy leva um rumo que me preocupa muito, e como fã ferranho, não posso deixar de sentir um desalento quando penso num futuro Final Fantasy XVII. Ainda bem que a segunda parte do remake do VII já está aí ao virar da esquina, e que mantém a fórmula do seu antecessor.

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Digam-nos de vossa justiça! Concordam com as escolhas dos nossos redatores? Há algum jogo que vos tenha desiludido tanto que, na vossa opinião, mereça destaque e que não tenhamos referido ao longo deste artigo? Partilhem connosco as vossas opiniões, e enriqueçam esta discussão!

Introdução e Edição do Texto por Filipe Castro Mesquita

Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita