Meet the Team | Qual é o jogo que mais vos marcou?

 




Sem dúvida ao longo da nossa vida, alguns marcos vão deixando presença na nossa memória ou no nosso coração. Talvez o primeiro beijo, o dia em que tirámos a carta de condução, o dia em que casámos, serão só alguns exemplos. Mas para os aficionados por este mundo de videojogos muitas vezes o jogo que mais nos marcou não é necessariamente o primeiro.

Daí, e para celebrarmos o quinto aniversário da GameForces, perguntámos à nossa equipa: "Qual é o jogo que mais vos marcou?"

Uma pergunta que decerto trouxe instantaneamente boas memórias à cabeça deles! E aos nossos leitores, deixamos também o desafio de comentar o jogo que mais vos marcou!

Vejam de seguida as respostas da nossa equipa:

Filipe Mesquita


Ui, bem, vamos lá então falar a sério - uma raridade para mim. Perante esta pergunta, decidi falar do jogo que me ajudou a ultrapassar o período mais complicado da minha vida até agora: Dark Souls.

Sem entrar em grandes detalhes, foi uma fase na qual atravessei uma profunda depressão e na qual a minha esperança no futuro era inexistente. Seria de esperar que a exigência brutal da minha primeira experiência com este subgénero acentuasse o meu pessimismo, mas… fez exatamente o contrário. Sim, Dark Souls deu-me uns quantos pontapés nas partes baixas, mas era possível dar a volta por cima.

Eu era capaz de me levantar sempre que caía. Era capaz de recuperar de um murro abaixo da cintura. Era capaz de ultrapassar qualquer obstáculo que me aparecesse à frente. E havia sempre um porto seguro à minha espera depois de um percurso ou de um período particularmente difícil e exigente. Tanto no jogo, como na vida.

Para muitos isto pode parecer uma tontice, mas Dark Souls ajudou-me a arregaçar as mangas e a começar a dar a volta à pior fase da minha vida. E mesmo havendo jogos que são melhores ou que gosto mais, será sempre *o* jogo que marcou a minha vida.

 


Ricardo Neves

Sem ter de pensar muito, a resposta é certamente Final Fantasy IX!
FFIX foi o jogo que realmente acendeu a chama e a paixão pelos videojogos.

Pouco percebia de inglês, pelo que tinha que recorrer àqueles guias que vinham nas revistas de gaming (quem nunca?), mas conseguia ainda assim ligar alguns pontos e ter uma ideia geral da narrativa ou da natureza de cada personagem.

Já tinha jogado um pouquinho de Final Fantasy VII antes, em casa de um amigo, e não me cativou muito (sei que isto é capaz de levantar discussão!). Já tinha até jogado um dos primeiros dois Final Fantasy (I ou II) por cerca de 30 minutos e também achei "meh...". Mas o FFIX? Agarrado ao ecrã da televisão desde o primeiro minuto!

Aquela palete de cores! O visual de Zidane ou Blank, cheios de estilo. A ternura de Vivi ou a teimosia de Steiner e a sinergia entre ambos. Os saltos fantásticos de Freya. Os eidolons de Garnet.. WOW!
Haveria alguma forma de ir lá para dentro e fazer parte daquilo?

E mesmo sem voice acting, a unica forma de estimular a nossa audição era através dos efeitos sonoros e da música... Aquele RPG tinha e tem uma banda sonora de elite, e ainda hoje sou capaz de trautear grande parte das músicas!

Com uma história digna de um filme de aventura, fantasia e drama, capaz até de fazer deitar uma lágrima. Ainda que na altura não conseguisse compreender totalmente a personalidade e a intensidade de cada personagem o que todos eles ofereciam totalmente ao plot.

Final Fantasy IX ainda hoje se encontra no meu top 3. Foi o pioneiro da minha paixão por RPGs e do meu carinho pela Square Enix, e espero (secretamente) que um dia lancem um remake capaz de capturar a essência do original para que as gerações mais recentes possam apreciar esta maravilha de jogo sem se queixarem dos gráficos desatualizados.




Sérgio Dias

Essa é uma resposta muito dificil: apesar de a minha série favorita ser The Legend of Zelda, o jogo que mais me marcou foi provavelmente o Super Mario World da SNES. Passei por vários clássicos da consola, incluindo o The Legend of Zelda: A Link to the Past, mas Super Mario World foi um dos meus primeiros jogos e daqueles em que gastei mais horas.


Carlos Silva

Ui, esta é difícil e complicada de abordar com a quantidade de títulos concorrentes a esta posição! A minha primeira reação é recair de imediato no meu jogo preferido: Final Fantasy VIII. Um título que na altura passei centenas de horas com ele, jogando três vezes de seguida e que me abriu as portas para a série que eventualmente acabei por considerar uma das minha preferidas e jogar na sua totalidade. Foi portanto a minha grande porta de abertura para o que era um RPG de turnos, o meu género preferido e que molda grande parte do conteúdo que jogo atualmente.

Mas a verdade é que não o posso categorizar como o jogo que mais me marcou, pelo menos a nível emocional. Existirá uma mão cheia de jogos que, ao acabar, deixaram-me acordado um bom par de horas a “matutar” naquilo que tinha acabado de experimentar. No fundo, jogos que me custou digerir o que me tinham transmitido. Como só posso escolher um, talvez para grande surpresa vossa, vou mesmo escolher Life is Strange 2. Sim, as aventuras dos irmãos Diaz levantaram-me diversas questões, que na fase atual da minha vida, me levaram a ponderar as escolhas que fazemos em prol da nossa suposta liberdade. O final melancólico também não ajuda, nem a “cinematografia” ou banda sonora, mas o que efetivamente me deixa sempre uma marca maior é a mensagem transmitida por um jogo e considero que esse em particular foi bastante impactante para mim.

Agora, olhando para estas duas menções, fico a pensar se calhar tenho um gosto estranho… afinal são dois títulos dos menos aclamados das respetivas séries!


Filipe Martins

Aqui tenho que ir ao meu coraçãozinho. Não tenho bem precisão da idade que tinha, talvez entre os 10 e os 12.. Um amigo emprestou-me uma caixa de um jogo que tinha 4 cd’s. Na capa estava: Final Fantasy VII. E todo um novo mundo despertou-se em mim. Mesmo a perceber pouco de inglês, a temática do jogo, a história e o seu enredo, os combates por turno, ter que evoluir personagens, a liberdade de exploração, praticamente tudo deixou-me completamente fascinado, e tenho a certeza absoluta que as centenas de horas que meti no jogo, se tivesse que voltar  atrás no tempo, repetiria o feito! Guardo um carinho tão grande pelo jogo que decidi até fazer algumas tatuagens alusivas ao mesmo, portanto posso assim dizer que foi o que sem duvida mais me marcou!


Carlos Cabrita

Ora bem, esta é se calhar a pergunta mais difícil de responder como gamer. Poderia referir vários, Kingdom Hearts 2God of War (o original claro) ou até mesmo o Bloody Roar 2. Mas sinto que a única resposta que me parece certa é o grande Shadow of the Colossus. Não somente pela sua história e drama, mas também por toda a minha história em volta desse título. Conheci esta obra prima graças a uma tia minha que por alguma razão me ofereceu por prenda de natal. Estamos na época de 2007 e aqui o Carlão, naquela altura ainda era Carlinhos, desejava tanto receber as prendas do seu sapatinho... "Ahhh ingénuo", quem diria que aquela simples prenda por parte de uma tia me ia mudar a vida para sempre.
A melhor parte desta história começa quando o tentei jogar pela primeira vez. Vale referir que tinha 8 anos e o meu inglês era tão bom quanto o meu chinês, ou seja, era um conhecimento inexistente. Ou seja, escusado será dizer que na minha primeira vez (emoji tarado) fiz de tudo no jogo… menos matar estes monstros gigantes. Após uns tempos lá consegui perceber que tinha de subir pelas ervas que estavam na parede. Mas a história não fica por aí! Quando vi pela primeira vez o primeiro colossus, literalmente fiquei 1 hora a atirar flechas contra ele, pois pensava que era assim que se matavam os bichos…
Foi um mix de emoções todas concentradas num só jogo. Muito dificilmente vou conseguir encontrar um jogo que me faça sentir tanta coisa, inclusive raiva (raios parta aquele 4º colossus) e mesmo assim ainda deseje uma expansão com os colossos retirados. SIM EU AINDA TENHO FÉ QUE UM DIA VÃO LANÇAR UMA EXPANSÃO COM ESSES MONSTROS!!


Tiago Sá

Se leram a minha análise de Super Mario Bros. Wonder, talvez aquela frase final da conclusão vos pareça em parte esotérica, e em parte demasiado específica para lá estar por acaso. Há uma boa razão para eu não duvidar da capacidade de um bom Mario 2D de conceber novos jogadores fervorosos: eu tornei-me numa das vítimas desse condicionamento cognitivo-comportamental após um encontro fortuito com New Super Mario Bros. DS. Pouco tempo após o seu lançamento, houve uma febre deste renascimento 2D de Mario na minha escola. A cada intervalo, os gaiatos corriam todos para os corredores, libertavam temporariamente os seus bolsos daqueles chumaços formados por Nintendo DSs, e alapavam o traseiro no seu pedaço de chão predileto, para finalmente darem início a uma breve sessão de New Super Mario Bros. DS. Uns avançavam na campanha, outros lutavam pela sua honra no modo Mario VS. Luigi, e alguns desafiavam-se nos minijogos. Fosse qual fosse o modo, todos estavam efetivamente a jogar NSMBDS…

…Exceto quem não tinha o jogo, ou sequer a consola – o meu caso. Tudo bem, porque eu estava plenamente radiante a incorporar os cordões humanos que se formavam em torno de cada jogador de NSMBDS e a rabiscar com tinta permanente no meu lobo temporal o desenho de todos os níveis e a localização de todos os segredos. Senti-me a última bolacha do pacote após descobrir o truque que fazia Mushroom Houses extra surgirem no mapa, e pode
m crer que abusei deste conhecimento na altura para ter oportunidades (de escassos mas felizes segundos) de usar a consola de colegas que me pediam recorrentemente para fazer a minha magia. Antes de saltar para a Bandeirola no momento certo, ditado pelos últimos algarismos do temporizador, conduzia sempre o meu teatrinho de dar uns saltos, corridas e groundpounds toscos, para distrair os meus amigos do que realmente estava a acontecer e aumentar a vida útil desta fraude! 

Pouco mais tarde, eu viria a experienciar a campanha por mim mesmo e a terminá-la a 100% vezes e vezes sem conta, quando uma abençoada colega me emprestou uma DS Lite, e aproveitei a deixa para incessantemente desafiar amigos no acérrimo modo VS., que criminalmente nunca foi recriado nas sequências. Previsivelmente, a febre esmoreceu e todos continuaram com as suas vidas... exceto este eterno pirralho que aqui vos escreve. Eu mantinha a ânsia de experimentar mais das aventuras Mario 2D, o que culminou na adopção de uma Wii pelo meu núcleo familiar, e daí iniciou-se o efeito dominó que levaria às aquisições mais tardias de uma 3DS, uma Wii U, uma PS4... Portanto, esse breve período foi o fator singular e determinante que me condicionou a comprar, jogar e pensar demasiado sobre videojogos para o resto da minha existência, e desviar-me irreversivelmente do futuro perdido em que faço algo útil com esta vida.



Meet the Team | Qual é o jogo que mais vos marcou? Meet the Team | Qual é o jogo que mais vos marcou? Reviewed by Filipe Martins on novembro 01, 2023 Rating: 5

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