O super-herói mais conhecido do bairro está de volta! É verdade, eis que surge, para deleite dos fãs, mais um título de umas das franquias mais reconhecidas da Marvel: O Homen-Aranha… e desta vez em dose dupla! No título mais recente do herói aracnídeo, Marvel’s Spiderman 2, contamos com um protagonismo duplo entre Peter Parker (o herói original) e o jovem Miles Morales (o novo e, ainda mais, irreverente herói).
Como poderão confirmar
ao longo deste texto, tudo neste jogo foi ponderado com o sentido de expandir a
experiência do primeiro título. A genialidade passa da forma de como a
desenvolvedora consegue este feito. Não podemos deixar de destacar em como a adição de mais um
protagonista não se revelará como a principal particularidade deste jogo
(apesar de ser o principal foco da sua promoção). Ao invés, teremos toda uma experiência
que foi preparada: primeiro, simplificando os diversos elementos dos jogos
anteriores; segundo, unificando esses elementos em diversas mecânicas de
jogabilidade funcionais; e em terceiro, rectificando os principais problemas notados
anteriormente.
Efetivamente é
complicado abordar tópicos tão dispares entre si de uma forma conjunta e
dissertar sobre estes num texto desta natureza: algo extremamente subjetivo. Ainda
assim, acredito ser possível afirmar que, o trabalho criado em unificar as duas
experiências anteriores, encontra-se bastante sólido.
Numa primeira instância estaremos perante o enredo, a história e caracterização de personagens. A sua evolução é notável, não existindo esquecimento de eventos passados em prol de potenciar os novos eventos. Ao invés disso, os acontecimentos anteriores surgem como uma “cola” que unifica o enredo deste título mais recente. Isto, naturalmente, poderá evocar que um jogador novo a esta série, poderá sentir-se perdido e … é possível que isto seja verdade. Ainda que o jogo apresente um resumo dos eventos anteriores, é algo bastante simplificado e com pouco detalhe. Contudo, no final, considerando a forma excelente de como é concretizada a exposição da história e caracterização das personagens, senti que seria possível sim, que um jogador possa pegar neste título isoladamente. Talvez mesmo só jogar os primeiros posteriormente, como que uma experiência antológica.
Mas desvio-me do
tópico que pretendo abordar: a história. Em Marvel’s Spiderman 2, seguimos a
aventuras dos dois “homens aranha” de Nova York, onde o crescimento de ambos é realizado
de uma forma equilibrada e sem favoritismos. Quer Peter, quer Miles, terão avanços
significativos nas suas histórias pessoas e nas que relacionam os dois. Não
somente a nível narrativo, como de jogabilidade.
Exactamente. Agora
é possível controlar ambos durante o jogo, onde certos eventos são vocacionados
para cada um, ou para o par. A transição entre ambos é sempre extremamente fluída
e rápida, demorando apenas uns 2 ou 3 segundos. Excelente para não quebrar a
imersão (que infelizmente terá problemas mais tarde, como poderão confirmar
nesta análise). De igual forma, em combate,
agora ambos seguem o mesmo esquema de controlo, que apresenta inspirações
dos dois jogos anteriores. As habilidades e acessórios foram simplificados, permitindo
agora uma utilização mais intuitiva e que permite integrá-los mais facilmente numa
sequência de ataques.
A meio da jornada, poderão sentir alguma repetividade, mas o jogo rapidamente nos relembra que “spammar” os botões de ataque e esquiva não servirá para sempre. Não somente são introduzidos novos inimigos, bastante mais inteligentes, como o jogo apresenta uma dificuldade maior. Agora os ataques que sofremos, na dificuldade normal, retiram bastante mais energia e isso obriga a uma coordenação mais ponderada da utilização das habilidade e acessórios que cada um tem.
Também a história
em si, irá influenciar a jogabilidade. Com o seu desenrolar, poderão contar com
novas habilidades que ficarão disponíveis, assim como com o surgimento de mecânicas associadas à história.
E não, não estamos a falar somente de
combate. A navegação na cidade, assim como as atividades secundarias são agora muitíssimo
mais diversificadas que as dos títulos anteriores. O balançar de teias deixou
de ser a única forma de movimentação do nosso herói aracnídeo preferido. Agora
é possível planar, deslizar na água, projetarmo-nos, etc. Tudo isto de uma
forma intuitiva e, convenhamos, extremamente prazerosa! A viagem rápida é um ponto de destaque que consegue colocar o jogador em qualquer ponto da cidade em um ou dois segundos. A exploração da cidade
de Nova York que agora conta com duas ilhas, ao invés de somente uma, é um
prazer. Principalmente, quando as atividades secundárias são agora bastante mais
interessantes.
É verdade, as atividades
secundárias são agora mais do que simples “gotta catch m’all” (bem, na sua
larga maioria). Existem diversas mecânicas de jogo implementadas, desde o
controlo de drones tipo shot m’up, corridas voadoras (atrás de uns pássaros metálicos), corridas de bicicletas, puzzles de encaixe, etc. Naturalmente, ainda existem algumas algo enfadonhas,
mas no global, são elementos que se toleram bem no global da experiência. Principalmente,
considerando existirem, pelo menos, quatro arcos narrativos secundários
bastante importantes e que os jogadores devem, definitivamente, considerar completá-los.
Não são essenciais para a história, mas certamente ajudarão a conhecer melhor outros aspectos dos heróis e criar antecipação para futuros lançamentos (dica dica!).
Por fim, resta-me
abordar a questão audiovisual. Quando mencionei acima que a cidade parecia mais
viva que nunca, não é somente a nível da caracterização das atividades disponíveis.
Graficamente o jogo encontra-se bastante bem conseguido, com uma excelente
profundidade de cenários, personagens bem caracterizadas e uma prestação cativante
por parte dos atores. Em termos de prestação gráfica, não notamos grandes
quebras da taxa de fotogramas. A banda sonora, não sendo propriamente
revolucionária, consegue manter um bom ritmo de jogo.
Apesar de todos estes feitos e cuidados, foi neste campo audiovisual, que surgiram diversos problemas. Após conferência com diversos redatores do Gameforces, assim como outros externos, nenhum deles aparenta ter reclamações significativas neste âmbito. Ainda assim, deixamos a nota de que a nossa jornada em particular foi praguejada de bugs visuais e sonoros. Ora ficava preso no cenário, ora as legendas ficavam fora de sincronismo por quase 30 segundos, ou disparava teias a meio do voo sem carregar no botão … diversas foram as ocasiões (diria que pelo menos uma vez por sessão de jogo) que tive problemas. Inclusive, numa das lutas mais importantes do jogo, as personagens começam a falar em Português do Brasil (algo que já acontecera anteriormente…mas em inglês!). Todos estes elementos fragilizaram um pouco a imersão que tudo o resto no jogo consegue tão eximiamente concretizar.
Conclusão
Marvel’s
Spiderman 2 é um jogo que consegue apresentar uma qualidade consistente com os
seus antecessores, devidamente revista para os padrões mais recentes do mercado.
Ao fundir diversos dos elementos narrativos, de jogabilidade e caracterização
de personagens, apresenta uma experiência que se desmarca das demais dentro do género. Quer sejam fãs da série, ou novos jogadores, certamente
passaram um bom tempo na companhia de um dos duetos mais cativantes no ramo dos super-heróis!
- Jogabilidade sólida e cativante;
- Grafismo muito bem conseguido;
- Óptima evolução narrativa e de caracterização de personagens;
- Aventuras secundárias diversificadas e cativante;
- Boa variedade de inimigos;
- Diversos bugs gráficos e sonoros observados ao logo do jogo
Título: Marvel's Spiderman 2
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela SIE.
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