Meet the Team | Porque é que começaram a escrever sobre videojogos?

Na comunidade online é possível encontrar um oceano de opiniões e informações. Mesmo particularizando para o ramo dos videojogos, ainda assim é imensa a quantidade de informação constantemente a fluir. Por vezes, o anonimato inerente a esta forma de comunicação, torna o trabalho de quem expõe as suas opiniões publicamente complicado. Ainda assim há aqueles "bravos do pelotão" que assumem a tarefa de assumir esta posição e decidem enveredar e juntar-se a uma equipa editorial.

No primeiro artigo da celebração do 5º aniversário do GameForces, decidimos questionar os nossos redactores sobre os motivos pelos quais decidiram juntar-se a nós. Em particular, aquilo que os levou a começar a escrever e apresentar, numa forma mais estruturada, a sua opinião às massas.

Carlos Cabrita

Acho que qualquer verdadeiro gamer sempre teve aquele bichinho para trabalhar na área das análises dos videojogos, seja através de vídeos no YouTube ou mesmo através da escrita. O meu caso não foi diferente. Desde muito cedo perdia imenso tempo nos intervalos da escola a discutir com os meus amigos sobre os mais variados lançamentos neste universo. De entre várias discussões e debates com eles, fui-me apercebendo de que realmente era algo a que gostaria de um dia me dedicar e, aí com os meus 15 anos,, queria fazer conteúdo para a internet.

Trabalhei as minhas habilidades em softwares de imagem e vídeo, estive sempre a par da forma como algumas empresas e canais em nome individual trabalhavam, criei guiões, intros entre outras muitas coisas. Contudo, esse dia nunca chegou e esse sonho, de certa forma morreu. Há uns anos surgiu a oportunidade de reconquistar esse sonho e cá estamos nós. A cada análise que efetuo as minhas aptidões críticas melhoram, melhoro a cada dia que passa e o sentimento de ultrapassarmos uma barreira sempre que publicamos algo nosso na internet faz com que esta aventura esteja a ser incrível.

Ricardo Neves

Desde que tenho memória sou apaixonado por videojogos.

Já tive GameBoys, Playstations, Tetris Bricks, e atualmente jogo quase exclusivamente em PC. O facto de nunca ter realmente "ficado estagnado" num único jogo resultou um vasto leque de diferentes experiências com os vários estilos e tipos de jogos (tendo obviamente preferências).

No entanto, nunca tive a hipótese de discutir em detalhe nenhuma das minhas experiências com nenhum conhecido, familiar ou amigo sem que a veia de adepto tomasse conta das conversas (um pouco ao estilo dos clubismos). Algo que sempre me incomodou um pouco.

Neste passado verão de 2023, eis que surge um Filipe Martins (membro e colega aqui no GameForces) que me fala deste projeto do qual faz parte juntamente com um punhado de bons rapazes, no qual partilham as notícias da atualidade no universo gaming e partilham a experiência por escrito de forma objetiva, analisando e classificando os seus jogos. Ora... música para os meus ouvidos. Pareceu-me um projeto bastante ambicioso e super divertido. Por que razão nunca tinha pensado nesta solução ao meu incómodo?

Se fizesse parte de um projeto destes, poderia finalmente pôr em prática o que sempre quis: falar de um jogo de forma saudável, de uma experiência boa ou menos boa sem ter que parecer um fã do Ronaldo a falar mal do Messi ou vice versa para justificar a preferência e/ou opinião.

Aliar esta atividade ao gosto pela escrita poderia fazer de mim um homem feliz!

Após rápida reflexão, uma pequena troca de palavras com o Filipe e uma breve entrevista com um dos nossos coordenadores, o Carlos Silva, estava eu a iniciar-me neste mundo!

Filipe Mesquita

Boa pergunta para começar as cerimónias, e talvez aquela que tenho mais dificuldade em responder! Mas se tivesse que simplificar a coisa, acho que é uma junção de dois grandes gostos na minha vida: a escrita e os videojogos. Sempre gostei de videojogos e, como verão daqui a uns dias, há um quarto de século que sou jogador. E desde que aprendi a ler e a escrever, que a minha relação com a palavras é muitíssimo agradável.

Adicionalmente, há muito tempo que tenho um olhar crítico sobre o entretenimento que consumo, gostando de o analisar, de o criticar, de perceber o que funciona, ou não, e porquê. E estando habituado a escrever numa base diária, embora num registo totalmente diferente (mais técnico e científico), dar o passo seguinte e começar a escrever sobre algo que tanto me apaixona foi uma decisão rápida de tomar. E é uma decisão da qual nunca me arrependerei.

Continua a ser um prazer escrever sobre as minhas experiências e opiniões acerca de jogos, e desenvolver a minha capacidade de escrever em diferentes registos tem sido um bónus bastante bom. E continua a ser um prazer torturar duas comunidades diferentes com as minhas frases demasiado longas e parágrafos demasiado amplos, hehehe.

Sérgio Dias

A minha passagem pelo GameForces começou quando um grupo de amigos decidiu avançar com este projeto, e eu ofereci-me para ajudar com um artigo semanal sobre lançamentos Switch, um assunto a que me mantinha atento e achava que poderia ser interessante para os leitores, e algumas análises pontuais. Não sou muito de escrever e a minha vida pessoal é bastante preenchida, o que limita muito a minha participação; contudo, o pouco que faço é com prazer e espero ver o GameForces crescer.

 

Carlos Silva

Esta questão envolve-se “intimamente” com as origens deste projeto que é o GameForces. Escrever, discutir e partilhar opiniões sobre videojogos sempre foi algo que tinha grande interesse. Quer seja online ou pessoalmente com o meu grupo de conhecidos. Foi em conversa com um grupo de amigos que começamos a delinear que haviam aspetos que não nos revemos nas diversas plataformas noticiosas desta temática.

Quer seja pelas claras evidencias promocionais, falta de transparência, incongruências factuais ou simplesmente falta de informação de alguns sites ou canais de informação, gostaríamos de ter um local onde pudéssemos ter uma informação essencial, concisa, direta e clara sobre o que pretendemos ler. Como malta que gosta de meter as mãos à obra, foi assim que nasceu o Gameforces: um site dedicado aos leitores e em prol dos leitores, sem objetivos secundários associados para além da vontade de apresentar um contributo positivo para a comunidade e claro o estreitamento de relações entre membros da equipa.

A título pessoal, acima de tudo, escrevo para instigar discussões saudáveis sobre este tópico que à mais de 40 anos sigo. Também conhecer a vertente editorial e coordenação de um site desta natureza tem sido um desafio bastante interessante que a cada dia que passa apresenta sempre novidades.

 

Filipe Martins

Para mim, admito que foi meio arbitrário. Ou melhor, não acreditando no destino, chegou uma publicação aleatória no Facebook no momento exato. Nela aparecia que a equipa da GameForces estava à procura de redatores, e a premissa da equipa era sobre videojogos. Eu sempre gostei de escrever e achava que tinha jeito para tal, (o que vim a descobrir com os meus colegas mais experientes estava uns bons furos abaixo deles na altura) e o meu gosto por este mundo dos videojogos é bastante fincado na minha vida. Apesar de ser uma pessoa bastante sociável, dentro dos vários grupos de amigos não tenho propriamente aquele grupo que nutra a mesma paixão por este hobbie específico. Visto ser uma pessoa que procura sempre novas dinâmicas na vida, quando decidi mandar um email para pedir mais informações e demonstrar o meu interesse, pensei que aqui pudesse ter um grupo de gente porreira, meio nerd (no melhor sentido da palavra obviamente) aficionados ao género e que pudesse compartilhar as minhas opiniões.

Aproveitando a deixa, e talvez para demonstrar o quão impactante foi esta decisão, ainda me lembro do dia em que o Carlos me ligou, estava na praia Foz do Arelho, e depois uma conversa super tranquila sobre os jogos que gostamos, o que estávamos a jogar, géneros preferidos, backgrounds, plataformas onde jogámos etc, ficou de me dizer se tinha sido selecionado ou não.

Parece que, desde aí, e já lá vão mais de dois anos, cá estou.

 

Tiago Sá

Desde petiz, sempre tive interesse não só em jogar, mas também em partilhar a minha experiência com outros. Este desejo não só era concretizado em sessões multiplayer com amigos, mas também em interações no Miiverse, em grupos Facebook, em secções de comentários YouTube…. Enfim, em todo o lugar onde eu pudesse contar as minhas vivências no meio.

O avanço na minha idade teve uma expectável repercussão nesta componente social. Eventualmente, já não me bastava dizer “olhem só o que comprei” ou “estou ansioso por um novo Ace Attorney!”. Eu começava a formular reflexões mais desenvolvidas sobre os títulos e serviços individuais de que usufruía e sobre os desenvolvimentos da indústria e, se discutia os assuntos online com frequência, estas cadeias de mensagens curtas e passageiras começaram a saber a pouco em 2017-2018.

Foi aqui que chegamos a um boiling point: o lançamento da Nintendo Switch e os seus online pago, stick drift e fluxo incessante de ports Wii U inflamaram a veia de discussão em mim. Eram tópicos que me arreliavam pessoalmente na altura, e toda a oportunidade era pouca para importunar outros com as minhas opiniões. Porém, a derradeira e mais volumosa gota foi Super Mario Odyssey: o Mario 3D que me fizera erguer a bandeira branca e adquirir uma destas consolas híbridas revelou-se uma imensurável deceção, uma experiência que utilizava a variedade mecânica num elaborado espetáculo de fumo e espelhos para esconder a superficialidade da sua estrutura e platforming. Eu não encontrava em nenhum dos imensos artigos que lia uma perspetiva condizente com a minha, e senti o ímpeto de expor a minha perspetiva sobre estes tópicos, de preferência em textos devidamente desenvolvidos que não me fizessem parecer um mero tolo do contra.

Foi nesta altura que cogitei enveredar pela redação de artigos, uma ideia que germinou na minha mente durante meses… Até que o Vítor Carvalho, o fundador do GameForces e um dos entusiastas do meio com quem eu conversava na altura, me teceu um convite para integrar a equipa inicial do site. E o resto é história!

Curiosamente, nunca cheguei a partilhar os pontos de vista sobre os assuntos que me levaram a entrar no meio. Na altura, por mais que custasse, guardei-os para mim. Não queria que uma classificação “baixa” de Odyssey conferisse ao GameForces a imagem de um site em busca de cliques por shock value. Após 5 anos de GameForces, este receio já não se coloca; por isso, quem sabe se um dia destes eu não exponho todos os meus dissabores com este Némesis pessoal...