Análise | Disgaea 7: Vows of the Virtueless - Tudo à grande! (Menos os Prinnies)


Ter um jogo que chegue ao número 7 no título não é para todos. Pior ainda quando pelo meio há alguns flops, que colocam em causa o "bom nome" que a saga tem. Disgaea é isso tudo. Os primeiros títulos foram um sucesso, pelo meio apareceram uns mais duvidosos, mas eis que chegamos a 2023. Passados 20 anos desde o primeiro Disgaea (e de Prinnies), chega triunfalmente à sétima edição e há novidades para contar! 

Nota do redator: Se durante a leitura desta análise parecer que não gosto de Prinnies....está correto.



O que é a série Disgaea?

Poderia dizer que Disgaea é um RPG Tático por turnos, que não estaria a mentir. Mas é muito mais. Temos uma evolução infinita de tudo (vá praticamente tudo e talvez esteja a exagerar um bocadinho na palavra infinita), pelo que os leitores podem depreender, é um jogo que podem passar horas a fio e haverá sempre mais para evoluir. Querem evoluir as armas? Podem. Querem evoluir personagens (ninguém vai querer evoluir um Prinny acreditem) que estão dentro das armas? Bora lá. Querem evoluir personagens da vossa equipa? Claro. Querem que as personagens que vocês evoluíram o nível, evoluam para outras classes superiores para depois evoluir? Possível. Querem que essas mesmas personagens cheguem ao nível máximo para depois voltar ao nível um com stats superiores? Fácil .  É um loop, mas percebem a ideia!

Na nossa base é possível fazer tanta coisa para melhorar as nossas personagens ou algo inerentes a elas que cada vez que terminarem uma tarefa vão pensar para onde hão de ir antes de avançar mais um capitulo na história. Deve de haver por lá Prinnies, atenção!



A jogabilidade em si também não ficou posta de parte da profundidade que Disgaea acarreta. Os mapas são complexos e obrigam o jogador a pensar cada jogada para ultrapassá-los. Além do "normal" movimentar, atacar, usar skills, defender etc, podemos exemplificar este emaranhado que é Disgaea, para quem não conhece, com duas dinâmicas distintas.

 Primeiro, muitos mapas tem uns objetos de cores definidas que dão bónus/penalizações às personagens que tiverem nos quadrados que tenha essa cor saliente. Mas numa mapa pode haver diversas cores, cabe ao jogador pegar nesses objetos e arremessá-los ou destrui-los. O engraçado é que podemos fazer uma serie de combinações de cores para usar a nosso favor. Imaginemos que temos 2 cores. Azul e vermelho. Se mandarmos o objeto vermelho para os quadrados de cor azul e destruirmos o objeto, os quadrados azuis passam a ser vermelhos e por ai adiante, o que nos obriga a pensar bem que bónus queremos manter ou destruir e em que locais no mapa.



Uma outra dinâmica usada praticamente em todos os mapas é o sistema de lift e throw (pegar e mandar). Se há zonas do mapa com uma altitude bastante elevada, os personagens não conseguem "caminhar" até lá. Então o que devemos fazer é usar uma personagem, pegar noutra e arremassá-la para o local que queremos. Podemos inclusive empilhar uma datas de personagens e o ultimo mandar a pilha para o local pretendido.  Menos os Prinnies. Atenção que os Prinnies explodem. Depois descobrem.

Aliado a isto, e apesar de ser talvez o aspeto menos importante em Disgaea, a história de praticamente todos os títulos é de uma natureza cómica fantástica. Seja pelos chiches conhecidos por quem vê animes, seja pela dramatização excessiva ou mesmo pelo humor negro, não há cutscences que não nos faça por um sorriso no rosto ou mesmo rir as gargalhadas. Entre demónios, humanos, anjos, criaturas, zombies, Prinnies (chatos!), deuses e afins, todo o universo está englobado (exageros à Disgaea).





Disgaea 7 : Coisas novas!

E se além de tudo isto mencionado até agora, a equipa de Nippon Ichi Software fosse acrescentar mais coisas? Obviamente que sim!

Em termos de estratégia de combate foi adicionada mais uma camada: JUMBIFICATION! Imaginem vocês ao fim de levarem uma quantidade razoável de pancada, escolherem uma personagem para se tornar... enorme! Com esta nova opção, a personagem que escolhemos vai para o extremo do cenário com um tamanho, vou apontar para um bilião de vezes maior que o normal, para usar ataques devastadores em áreas. Só porque sim! Claros que os inimigos podem fazer o mesmo.

E se até aqui não acreditam em mim, quando digo que em Disgaea  vale quase tudo, neste novo título o máximo nível é agora 9999. E não se esqueçam que chegando a este nível há sempre a opção de voltar a personagem para nível 1 com melhores estatísticas e recomeçar. Vezes sem conta. Depois não digam que não avisei.


Desta feita, a história apresenta novas personagens num "mundo" bastante japonês feudal e com um enredo envolvendo Samurais, comida japonesa e alguns Prinnies (eles estão sempre a rondar). Aqui as personagens principais tem todo o destaque merecido e estão bem caracterizadas com dramas pessoais espelhados por todo o lado, realçando a vertente cómica conhecida da série. Estas podem também usar armas especiais que trazem com elas o modo Hell, permitindo fornecer a estas personagens um boost de poder e ataques especiais. A juntar a isto temos novas classes, mais quatro, fazendo um total de "somente" 45.

Outra adição presente é a Netherworld Sightseeing, onde podemos ir passear por mundos que já tenhamos concluído a parte da história. Nestas visitas temos tesouros para apanhar, Npc's para falar, novos vendedores e até mesmo personagens para recrutar. Porque já havia pouco que fazer até aqui.



No que se refere à componente audiovisual, especificamente na PlayStation 5, a nossa experiência correu sempre a 60 fotogramas por segundo, sem qualquer quebra mesmo em cenários mais detalhados ou momentos mais explosivos. Já a vertente auditiva passa completamente despercebida, não conseguindo ter destaque no meio do quão complexo tudo o resto é.


Conclusões

Joguem Disgaea 7. É divertido, estratégico, complexo. Se eu só pudesse jogar um jogo para o resto da minha vida, poderia muito bem ser Disgaea 7. As novas adições são bem conseguidas, e deixa para trás memórias menos conseguidas de títulos anteriores.


O Melhor:

  • História simples mas cómica
  • As centenas de horas que o título proporciona
  • A complexidade inerente ao jogo que....

O Pior:
  • Pode assustar os novos jogadores na série
  • Vertente audiovisual simples
  • Já mencionei Prinnies?


Pontuação do GameForces – 8.5/10


Título: Disgaea 7: Vows of the Virtueless
Desenvolvedora: Nippon Ichi Software
Publicadora: NIS America
Ano: 2023

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela NIS America.


Autor da Análise: Filipe Martins 



 


Análise | Disgaea 7: Vows of the Virtueless - Tudo à grande! (Menos os Prinnies) Análise | Disgaea 7: Vows of the Virtueless - Tudo à grande! (Menos os Prinnies) Reviewed by Filipe Martins on outubro 12, 2023 Rating: 5

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