Após 8 anos, um cancelamento a meio e muitas dúvidas em relação ao seu lançamento, finalmente podemos dizer que jogámos Dead Island 2, um jogo que foi anunciado em 2014 através de um trailer bastante icónico e caricato... porém foi abandonado em 2015. Em 2016 um outro estúdio agarrou o projeto e lançou assim neste ano aquela que seria a sequência a Dead Island. Será que valeu a pena a espera e os Avé Marias rezados pelos fãs da série? Vamos descobrir.
Dead Island 2 segue as pegadas do primeiro jogo, contudo com uma imagem bastante diferente. O título mantém-se fiel ao género, um RPG em primeira pessoa que consiste em exploração, criação de armas e combate contra mortos-vivos. Apesar do género ser idêntico, foram alterados alguns aspetos que melhoram e "pioram" o gameplay do mesmo. Começando pelo inicio, o jogo permite-nos escolher 1 de 6 protagonistas, todos eles com diferentes personalidades e habilidades.
A história é a mesma, independentemente do protagonista que escolhermos, contudo os diálogos têm umas ligeiras alterações. Sinceramente acreditamos que esta tende a revelar-se como um pouco clichê. Não existe nada muito interessante por referir sobre a mesma e transmitiu-nos a ideia de já ter visto uma parecida em algum filme ou série. A nossa aventura inicia-se numa queda de um avião que supostamente iria levar alguns sobreviventes para um local seguro. Contudo, após alguns azares dentro do avião, este cai exatamente em Los Angeles, cuja tinha sido colocada em quarentena graças ao enorme número de zombies que existiam lá... e a partir daí começa a aventura.
Falando em habilidades, foi acrescentado um sistema de "skills" ao jogo que funciona à base de cartas, o que à primeira vista parece confuso, mas não é. Ao abrir o menu das "skills", deparamo-nos com vários "slots" nos quais podemos colocar essas mesmas cartas. Cada slot designa-se a um tipo de habilidade diferente, contudo, existem várias cartas disponíveis para o mesmo slot. Estes vão sendo disponibilizados à medida que vamos progredindo na história ou sempre que subimos de nível.
O mundo aberto foi substituído por uma opção mais linear, algo que transmite uma sensação de "mix feelings". O mapa do jogo consiste numa base inicial, chamada de District, que se trata de uma zona residêncial, na qual temos a nossa base. Contudo, à medida que vamos progredindo nas missões principais, iremo nos deslocar para outras áreas de Los Angeles. Infelizmente estas outras áreas são bastante lineares e não oferecem muito para além de alguma exploração mínima em certos locais mais abertos.
Já que referi as missões, aproveito para mencionar que as mesmas são interessantes pois levam-nos a descobrir novos inimigos, explorar um pouco e descobrir locais novos, contudo tornam-se um pouco repetitivas. Muitas delas consistem em percorrer uma localização de uma ponta à outra, derrotar um inimigo mais forte no final e voltar para o District para irmos falar com quem nos mandou efetuar a missão. Esta sensação de não haver um mundo aberto deixa um pouco a desejar, contudo o jogo não fica mau de todo pois existem missões secundárias bastante interessantes e muitas muito engraçadas, colecionaveis e inimigos por derrotar em todas as zonas.
O grande upgrade do jogo vai para o combate que foi bastante melhorado. Para além de agora termos a opção de adicionarmos certas habilidades ao nosso protagonistas (em que algumas destas até alteram a dinâmica de combate), a fluídez de cada ataque, assim como os danos que causamos aos zombies está extremamente bem trabalhada. Poderemos agora contar com desmembramentos visíveis, momentos de slow motion e imenso sangue à mistura. A quantidade de zombies presentes em simultâneo também foi aumentada drasticamente, o que cria alguma dificuldade e a necessidade de sermos realmente bons em defendermo-nos dos ataques dos mesmos.
Algo que também está bastante bem concretizado é o melhoramento de armas, que está mais completo. Agora teremos a possibilidade de escolhermos o tipo de dano que a arma causa e que tipo de ataque a mesma faz (ataque rápido, mais dano, etc). Obviamente que todos estes upgrades necessitam de peças que podem ser encontradas ao longo do mapa. Outro aspeto bastante interessante deste jogo é a destruição do ambiente e a interação entre o mesmo e os inimigos e até mesmo os nossos ataques. Exemplificando, se estivermos a lutar em cima de água e utilizarmos uma arma com ataque de electricidade num inimigo, o mesmo irá morrer electrocutado.
Quanto ao seu desempenho o título comporta-se lindamente, sendo raras as vezes que tivemos algum problema, tanto de frame-rate, como algum bug existencial. Toda a banda sonora está simplesmente incrível, com bastante músicas apelativas e bastante características com o jogo e o momento que estamos a jogar. Já os gráficos não ficam nada a trás, com muitos momentos que realmente conseguimos perceber o esforço e dedicação que foi feito para produzir este jogo magnífico. Existe também a possibilidade de jogar Dead Island 2 em modo cooperativo online, algo que sempre foi feito desde o primeiro lançamento em 2011.
Conclusão
O melhor:
- Um combate bastante apelativo;
- Upgrade de armas melhorado;
- Diversas missões secundárias e bem feitas;
- A interação do ambiente com os nossos inimigos e com o nosso protagonista;
- Gráficos lindos.
O pior:
- Uma história um pouco clichê;
- Missões principais repetitivas;
- Substituição do mundo aberto por várias zonas lineares.
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