Análise | Call of Duty: Modern Warfare 2 - Missão Dada, é Missão Cumprida

 


Falo por mim, quando digo que toda a gente jogava Call of Duty a meados dos anos 2010 até 2012. A empresa estava no seu auge e era sem dúvida algo que fazia qualquer criança sair da escola a correr para poder ir jogar com os amigos... bons tempos. Digo isto porque eu era uma criança dessas. Passava horas e horas a jogar o famoso Call of Duty: Modern Warfare 3 na minha "velhinha" Playstation 3. Anos se passaram e a fama desta série magnífica de first-person-shooters foi descendo. Os fãs começaram a abandonar a mesma muito devido aos caminhos que as companhias responsáveis pelos jogos estavam a tomar. Graças a Deus em 2019 a Activision decidiu largar todas as mecânicas futuristas e super exageradas e voltou ao tão conhecido universo de Call of Duty: Modern Warfare. Aqui a série  levou uma lavagem por completo, desde as sua jogabilidade, passando por uma história que se apresenta com uma narrativa mais actual e claro sem descurar uma melhoria dos gráficos e inúmeros momentos de ação. 

Três anos se passaram e este ano lançaram então Call of Duty: Modern Warfare 2, o "reboot" daquele que fora e continua a ser o melhor Call of Duty alguma vez feito. Tal como o seu antecessor, masi uma vez estamos presentes uma lavagem da componente da história, introduzindo personagens novos e mecânicas reformuladas em comparação com o título original de 2009. Dentro destas novas mecânicas salientamos o gameplay mais frenético e rápido, maior realismo nas armas e nos seus disparos e outros pormenores menos importantes como a substituição da "facada" por uma ataque com a coronha da arma e a possibilidade de recarregarmos a arma enquanto fazemos mira.


Começando então pela campanha. A cada ano que passa a esperança por uma boa campanha tem vindo a diminuir dentro da legião de fãs da série. Porém, tal como aconteceu no reboot do Call of Duty: Modern Warfare, a Activion proporcionou-nos algo fora do comum. Neste título temos uma experiência mais focada na história, com imensas cutscenes e com um gameplay frenético e bastante divertido. Uma clara evolução de títulos anteriores onde estas tornaram-se repetidas, sem nexo e até, em alguns casos, inexistentes. Nesta aventura somos colocados na pele das famosas equipas de forças especiais Task Force e SAS. Comandadas pelo Tenente Simon "Ghost" Riley e o Capitão  John Price, iremo-nos juntar às forças especiais Mexicanas para conseguirem derrotar o líder de uma gangue que comanda toda a cidade do México. Em paralelo com isso, procuramos também derrotar as forças Àrabes que declararam guerra contra os Estados Unidos da América. 


Foram diversas as vezes que me senti realmente entretido e com vontade de querer saber o que ia acontecer a seguir. Estas novas campanhas mais focadas na história e não apenas em planeamento estratégico de cada missão que se ia desempenhar (algo que acontecia nos jogos da série mais antigos) consegue realmente puxar por nós jogadores e fazer-nos ganhar interesse no que estamos a ver e a jogar. Foram inúmeras as vezes que fiquei de boca aberta, me arrepiei ou não soube o que dizer com algo que estava a presenciar na minha televisão. Realmente conseguiram criar uma drama dentro de um cenário de guerra. 

Contudo, também foram inúmeras as vezes que me apeteceu atirar o comando à cabeça de alguém. Não sei quem foi a pessoa que achou interessante fazer uma missão na qual temos de usar mecânicas de condução, estas que NÃO FUNCIONAM! Não sei, mas a missão "Violence and Timing" é um penar e não consigo imaginar quantas vezes morri por não conseguir subir para cima do carro e saltar para o tanque de guerra como me mandavam. Fora isso, aconteceu-me também não conseguir dar "takedown" aos inimigos, ou porque a minha personagem não se mexia ou a animação falhava e o inimigo ficava longe de mim, o que não causava o efeito esperado.


Focando um pouco agora na componente multijogador esta de uma forma geral sofreu  muito poucas alterações para com o seu antecessor. Para além dos modos de jogos já existentes desde, praticamente, sempre (Team Deathmatch, Free-For-All, Dominations, Search and Destroy, etc), foram adicionados alguns novos modos de jogo, Invasion, 3rd Person Moshpit, Prisioner Rescue, Ground War e Knock Out. Destes todos o único que consigo apontar o dedo é ao 3rd Person Moshpit. Basicamente este modo de jogo consiste numa compilação de outros modos de jogos clássicos da série, contudo desta vez jogamos em modo 3º pessoa, o que na minha opinião é simplesmente injogável e não dá para vermos os inimigos devido à forma como foi colocada a camera do jogo atrás da nossa personagem. Quanto aos restantes todos eles funcionam muito bem e permitem ao jogador ter diversas horas de bastantes risadas... a claro alguns momentos de frustração. Evoluir de nível é simples e sempre que o fazemos, recebemos novos scorestreaks e armas. Já todos os cosméticos e acessórios para as armas são adquiridos à medida que vamos utilizando uma arma em específico. 

Os dois pontos fracos deste modo multiplayer são sem dúvida alguns mapas e o respawn que simplesmente tem de ser corrigido. Apesar dos mapas serem na sua maioria, bons existem alguns que simplesmente não fazem sentido e só me fizeram ficar frustrado... sim, estou me a referir ao "Santa Seña Border Crossing". Vamos ser francos, quando pensamos em guerra moderna, pensamos nos confrontos que vemos nos filmes no meio do trânsito, porém neste jogo essa ideia simplesmente não funciona. Estão constantemente carros a explodir, não há locais estratégicos para quem gosta de se aventurar de Sniper Rifle e acima de tudo, o mapa é enorme! Sem exagero, são precisos uns 5 minutos para percorrer o mapa todo de um lado ao outro. 

Quanto ao respawn, este é um problema que surgiu no Call of Duty Advanced Warfare lançado para as consolas de 8º e 7º geração, no qual sempre que morríamos, aparecíamos de novo ao lado de um inimigo, algo que supostamente não deveria acontecer.


Por fim mas não menos importante temos ainda o modo cooperativo. Este consiste em desempenhar missões bastante simples com um companheiro online. Ao todo são 3 missões e todas elas são diferentes. Existem três classes disponíveis, assault, medic e recon.  Assault é a classe perfeita para aqueles jogadores mais agressivos que adoram progredir no terreno de arma levantada, medic tem como missão ajudar e reviver os companheiros na linha da frente, já o recon tem como objetivo estudar o terreno, identificar os inimigos e manter-se na retaguarda pronto para disparar em caso de necessidade. Sinceramente, este é o modo mais fraco deste jogo e sinceramente vivíamos bastante bem sem ele.

Vou ser sincero com vocês, os jogos da série Call of Duty sempre foram bastante bem feitos, tanto em termos de gráficos como em termos de efeitos sonoros. Mas este novo título, consegue ultrapassar todas as barreiras. É sem dúvida dos jogos mais bonitos que alguma vez joguei e a sensação de jogá-lo de fones é algo maravilhoso, dá realmente a sensação que estamos na zona de guerra com eles. Só consigo imaginar esta experiência com uns óculos de realidade virtual... seria algo absurdo.




Conclusões

Já joguei a bastantes jogos de guerra, uns realmente foram bons, outros foram simplesmente horríveis e a minha expectativa para este jogo era um pouco baixa, também porque ultimamente a série tem prometido bastante e entregue pouco. Contudo surpreendi-me e bastante pela positiva. A história é simplesmente incrível e se calhar das melhores senão a melhor que alguma vez joguei num jogo da série Call of Duty (sim, arrisco-me a dizer que é melhor que a do Call of Duty: Modern Warfare 2 original). Tem de tudo um pouco, drama, plot twists, momentos de ansiedade e bastantes de entusiasmo. O multiplayer está bem polido (excepto o respawn), tendo tudo para ainda melhorar mais ao longo destes meses que se aproximam. O modo cooperativo deixa um pouco a desejar, contudo oferece aquilo que promete e sempre prometeu nos outros jogos da série Modern Warfare. 

De uma forma geral, a Activision mostrou mais uma vez que consegue fazer um reboot sem manchar a imagem de um jogo que, outrora, já foi reconhecido por muitos como o melhor do ano em questão.


O melhor:

  • História empolgante;
  • Um modo multiplayer bastante bem trabalhado e com muitos modos de jogo novos;
  • O regresso de personagens bastante adoradas pelos fãs;
  • Efeitos sonoros muito realistas;
  • Os melhores gráficos da série até hoje.

O Pior:

  • Tudo relacionado com conduzir veículos ou jogar em vista de 3º pessoa;
  • Respawns mal codificados;
  • Modo coperativo muito fraco.


Pontuação do GameForces – 8/10

Título: Call of Duty: Modern Warfare 2
Desenvolvedora: Infinity Ward
Publicadora: Activision
Ano: 2022

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 5.

Autor da Análise: Carlos Cabrita
Análise | Call of Duty: Modern Warfare 2 - Missão Dada, é Missão Cumprida Análise | Call of Duty: Modern Warfare 2 - Missão Dada, é Missão Cumprida Reviewed by Carlos Cabrita on novembro 17, 2022 Rating: 5

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