BlackWind [PS5] Vários estilos de jogos num só

Até poderíamos dizer que um cenário contemplando robôs gigantes e viagens a outros planetas, que usualmente vemos em filmes ou em desenhos animados, é de ficção científica. Contudo, nos dias que correm, com o Japão a construir robôs com 18 metros na cidade de Yokohama e já sendo possível passear pelo espaço e estar na orbita lunar por uns "míseros" 150 milhões de dólares, a sinopse que BlackWind nos apresenta parece estar já ali ao vira na esquina e num futuro não muito distante.




Porque é mesmo neste cenário que somos colocados. Assumimos a pele de James, um adolescente em viagem pelo espaço com o seu pai, um cientista de renome que cria robôs denominados Battleframes, destinado a entregá-los ao General Venger, que controla as operações do consórcio da humanidade. Enquanto o nosso pai nos apresenta um robô especial (incorporado com uma  IA experimental, com um sistema neural cognitivo), a nossa nave é atacada e o nosso pai como ultimo recurso para nos salvar activa o Battleframe connosco dentro e ejecta-nos. Depois de um momento mais emotivo, temos finalmente o controlo do robô pela primeira vez nas mãos, assumindo a missão de procurar o nosso pai.  

Após o tutorial dos comandos, ficamos com a impressão de que a opção inicial é ergonomicamente demasiado complexa, pelo que e tal como nós o fizemos, aconselhamos a configurar os botões do comando para uma experiência mais agradável. E que experiência BlackWind se torna! Apesar do enredo ser bastante simples, existem suficientes alterações para se tornar cativante e intrigante. Mas este seria o ponto menos positivo que encontramos.


Sobre os outros pontos positivos começaremos por mencionar os cenários existentes. Estes são variados, onde nunca sentimos repetição ou monotonia enquanto passamos pelas diversas áreas, tanto exteriores como interiores. Estão bem projetados e trazem uma sensação de imensidão, mesmo em mapas mais pequenos. Os tons são leves o que contrasta perfeitamente com as cores vivas do nosso Battleframe (e as suas variadas skins que vamos apanhando e desbloqueando durante o nosso gameplay), dos seus disparos, habilidade e dos próprios inimigos. Tudo cria uma palete de cor bastante apelativa aos olhos, com destaque para a explosão de cor quando os tiros acertam em superfícies como paredes ou árvores, o ricochete está bastante bem delineado.

A vertente áudio, apesar de se diluir bastante para segundo plano ajuda-nos a perceber quando inimigos aparecem, pois as músicas tornam-se mais compostas e num tom que transmite adrenalina para os encontros que irão acontecer contra os inimigos.

E é nos combates que temos os momentos mais interessantes. Porque se presumimos inicialmente que seria um típico shoot'em up com componentes hack n’slash, BlackWind desdobra-se numa vertente táctica, onde não podemos simplesmente disparar e atacar de longe. A complexidade e variedade dos inimigos obriga-nos a mudar para ataques com armas de curto alcance e mesmo determinados skills, para nos ajudarem a ter sucesso. Realçamos os movimentos de finalização (finishers) despoletados quando os inimigos estão quase a ficar sem vida. Nestes poderemos ver uma animação bastante brutal, onde o nosso robot esmaga cabeças com as mãos ou arranca membros dos opositores, dependendo do tipo de inimigo a quem aplicamos.


Para nos facilitar na tarefa de derrotar inimigos, os adversários ao perecerem deixam no chão esferas que nos dão pontos para evolução. Estes podem ser usados somente em locais específicos dos mapas. Temos então várias árvores para gastar estes pontos, seja para melhorar os diferentes tipos de arma, as nossas habilidades ou mesmo a quantidade de esferas que os inimigos deixam cair. Novamente aqui, somos projectados para um plano estratégico onde temos que usar estes pontos de experiencia e planear a nossa evolução.

Mas não só de combates vive BlackWind. Durante os variados cenários temos alguns puzzles para desvendar. A título de exemplo, para abrirmos uma porta temos que encontrar uma determinada chave, que por sua vez requer pressionar um determinado botão e assim sucessivamente até desbloquearmos a próxima área. Um ponto de relevo que requer a nossa atenção é que, em áreas interiores temos somente disponível um mini mapa, que não sendo possível abrir na totalidade teremos de memorizar aquela área toda para sabermos onde está a próxima saída. Salientamos ainda alguns desses puzzles que somente podem ser completados com o auxílio de uma mini nave,  controlada em parceria com o nosso Battleframe. Esta nave também poderá ser controlada por um segundo jogador em modo co-op, contudo acreditamos que esta opção não se revelou diferenciadora o suficiente para se traduzir num aspeto a significativo da jogabilidade.


Ainda abordando à vertente de jogabilidade, contaremos com momentos de plataformas, onde temos que fazer duplos saltos ou saltos com impulsão para avançarmos em certas áreas o que devido á sua complexidade nos timings, pode aqui trazer alguma frustração ao jogador mais casual.

No que se refere a detalhes mais técnicos, sentimos alguma quebras da taxa de fotogramas nas zonas exteriores onde temos alguns efeitos climatéricos como a neve, mas nada que prejudique a experiencia de jogo, sendo que todos os restantes momentos de jogo correram a uns estáveis 60 fps.

Um ponto negativo de realçar passa pela visão do nosso personagem não era a ideal em algumas áreas e sendo que o jogo contempla uma camara fixa, fomos atacados por inimigos que ainda não estavam no nosso campo de visão. Este aspecto acaba por traduzir-se num sentimento de injustiça aparente.

Não obstante, o aspecto que infelizmente arruinou a conclusão do nosso gameplay, foi um bug que nos deixou bloqueados no final da história, onde não pudemos prosseguir por termos desbloqueado a cena que dava seguimento, e após termos sucumbido a um inimigo. Ao voltarmos à mesma parte da história, já não era possível despoletar a cena que dava o seu seguimento. Esperemos que com algum patch este bug seja resolvido e consigamos concluir esta história!




Conclusão

BlackWind não inventou o fogo é certo, nem tão pouco trouxe algo propriamente original, mas conjugou várias formulas (com sucesso) e apresentou uma experiencia bastante agradável. É um titulo a ter em conta para jogadores que gostem de estilos variados e que escolhendo diferentes modos de dificuldade (que se reflectem em diferentes cadencias de tiros dos inimigos e num maior HP) possam usufruir de uma experiencia mais casual ou mais frenética.


O Melhor:

  • Palete de cores e contraste entre cenários e batalhas;
  • Combates estratégicos;
  • Várias vertentes de jogabilidade espalhadas pelo jogo.




O Pior:
  • A camara fixa por vezes prejudica a visão de jogo;
  • A vertente audiovisual poderia ter mais destaque;
  • O Modo Co-op não têm  grande relevo.

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Nota do GameForces: 8.0 / 10

Título:  BlackWind
Desenvolvedora: Drakkar Dev
Publicadora:  Blowfish Studios
Ano: 2022

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela BlowFish Studios.

Autor: Filipe Martins

BlackWind [PS5] Vários estilos de jogos num só BlackWind [PS5] Vários estilos de jogos num só Reviewed by Filipe Martins on janeiro 19, 2022 Rating: 5

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