Todos gostamos de sentir que os
nossos investimentos valem a pena, certo? No que toca a videojogos, isto pode
ter significados diferentes para cada jogador: o número de horas de diversão, a
qualidade de uma narrativa, a espetacularidade audiovisual, ou o quão somos
levados ao limite das nossas capacidades pelo desafio. Portanto, e como já
podem ter percebido pelo título, vamos focar-nos aqui no primeiro significado.
Porquê? Porque o recente anúncio de que o tão aguardado Dying Light 2
poderá levar 500h a completar levou a uma discussão interessante entre os
membros da nossa equipa, e queremos mostrar-vos o resultado da mesma e alargar a
discussão a qualquer leitor cuja curiosidade possamos incitar.
Então, colocamos a questão: quais os
jogos que nos conseguem manter ocupados e entretidos durante múltiplas centenas
de horas? De referir que não consideraremos qualquer jogo, já que procurámos
cingir-nos a títulos a solo e/ou com uma componente online extremamente
limitada. Portanto, nada de FIFA, de Call of Duty, de Halo,
de Splatoon, ou qualquer outro título cuja longevidade depende quase
exclusivamente dos modos multijogador – até porque senão seria uma lista
aborrecida, pouco variada e pouco distintiva. Assim, vamos focar-nos em jogos a
solo (ainda que alguns tenham ligeiras implementações sociais), com qualidade e
variedade o suficiente para nos entreter durante centenas de horas, e
convidamos qualquer leitor a partilhar qualquer título que não tenhamos
referido!
A quantidade de objetos decorativos
que se vai adquirindo ao longo do tempo, uma boa variedade de colecionáveis
para conseguir e a tamanha liberdade no que toca ao design de cada pequeno
detalhe da nossa ilha pode muito bem ocupar qualquer jogador durante várias
centenas de horas. Isto sem falar da possibilidade de criarmos padrões únicos
para aplicar a roupas e tantos outros objetos, que certamente divertirá durante
ainda mais tempo aqueles de nós com mentes mais criativas.
Animal Crossing: New Horizons (Switch)
Começamos com o estrondoso sucesso exclusivo à Nintendo Switch, Animal Crossing: New Horizons. Este jogo de simulação e gestão em tempo real cativou a grande maioria dos detentores da consola híbrida da Nintendo com a grande diversidade de construções para realizar, de decorações para aplicar, de recursos para recolher, de insetos para apanhar ou de peixes para pescar. Tudo isto ocupará uma bela dezena de horas, mas é quando tudo parece estar a chegar ao fim e depois dos créditos que o jogo se abre ainda mais. Porque é aqui que desbloqueamos ferramentas para terraformar a ilha na qual nos encontramos e manipular toda a sua topografia a nosso bel-prazer. Com estas, as possibilidades de gestão e organização territorial do nosso pequeno paraíso são quase infindáveis.Minecraft (PlayStation, Xbox, Switch, PC, e mais uns quantos)
Prosseguimos a nossa lista com outro jogo que confere uma liberdade criativa igualmente elevada: Minecraft. Qualquer jogador com alguns anos de interesse nesta indústria já sabe o básico sobre este título – amplo mundo aberto gerado aleatoriamente, recheado de animais dóceis e criaturas ferozes que atacam sobretudo de noite, com vários eventos dinâmicos (como invasões a vilas), e com uma jogabilidade que assenta na recolha de vários tipos de blocos, recursos ou itens para se construir utensílios, edifícios e várias outras estruturas. Tudo isto dá forma a um jogo simultaneamente intuitivo e surpreendentemente profundo – no que toca a mecânicas, e não só em relação às miríades de minas que exploramos em busca de diamantes e outros minérios valiosos.Dreams (PlayStation 4 e PlayStation 5 via retrocompatibilidade)
Certo, vamos a uma primeira pequena batota deste género: Dreams é um jogo onde *tecnicamente* são precisos outros jogadores. Trata-se de um título no qual cada jogador cria e partilha a sua experiência única – jogos, narrativas, arte digital, entre outros. Mas a experiência que cada um terá, seja de criação seja de jogo, é largamente a solo – portanto sim, Dreams é elegível para esta lista.The Elder Scrolls: Skyrim (quase todas as consolas e plataformas existentes, por este andar)
Eis o jogo que continua a ser lançado em todas as plataformas existentes e que, muito brevemente, poderá até vir a ser jogado numa qualquer calculadora da Texas Instruments ou da Casio. Brincadeiras à parte, há um motivo pelo qual Skyrim – um jogo com mais de dez anos, não nos esqueçamos - continua a ser relançado em todas as plataformas mais recentes. Porque continua a ser comprado. E este jogo continua a ser comprado porque apresenta um dos mais fascinantes e recheados mundos alguma vez presentes em RPGs ocidentais.Red Dead Redemption 2 (PlayStation, Xbox, PC)
De um gigantesco jogo de mundo aberto, para outro, mas desta vez num género diferente! Sim, Red Dead Redemption 2 é o mais recente jogo de ação na terceira pessoa da gigante Rockstar Games, que nos coloca num mundo aberto absolutamente massivo e recheado de atividades. Quando se quer fazer uma pausa da já por si só extensa (mas fantástica) narrativa, esta encarnação do velho oeste oferece-nos uma série de distrações, desde missões secundárias, jogos de poker ou criaturas imponentes para caçar. Tudo isto junto já poderá perfazer umas quantas dezenas de horas.Pokémon (particular ênfase nos jogos da Switch e da 3DS)
Sim, o maior e mais rentável franchise do mundo tinha mesmo de marcar a sua presença numa lista desta natureza. E não nos conseguimos restringir a apenas uma geração de jogos, considerando que X/Y, Sun/Moon ou Sword/Shield podem todos apresentar um potencial de centenas de horas de entretenimento – e considerar apenas os mais recentes significa deixar de fora uma série de monstros. Com quase 900 criaturas atualmente implementadas ao longo de vários jogos (mais de 1000 até, se incluirmos variantes regionais, mega evoluções e outras mecânicas do género), é fácil perceber como é fácil investir centenas e centenas de horas num só jogo de uma das mais recentes gerações.Super Mario Maker 2 (Switch)
Lembram-se da pequena batota que tivemos que fazer algumas entradas atrás? Sim, vamos repeti-la, porque *tecnicamente* Super Mario Maker 2 apenas tem o potencial de nos entreter por causa de outros jogadores. O jogo apresenta um modo de história com níveis originais e com filosofias de design distintas do que encontramos nos títulos habituais do canalizador mais famoso do mundo. Mas este é relativamente curto, e é nos níveis criados e partilhados por outros que o sumo desta experiência se encontra. É aqui que podemos com muita facilidade encontrar centenas de horas de conteúdo divertido, conteúdo esse também jogável quase exclusivamente a solo, daí este jogo aparecer nesta lista.The Binding of Isaac (PlayStation, Xbox, Switch, PC)
Está na hora de meter um indie ao barulho, e nada como um bom roguelike para preencher as quotas numa lista desta natureza. Como tal, vamos olhar para o aclamadíssimo dungeon crawler lançado em 2011, e que ainda hoje continua a ser expandido, The Binding of Isaac. Como é hábito, cada run do jogo significa começar completamente do zero, e ter de ir explorando as várias salas de cada andar das masmorras que temos de levar Isaac a atravessar em busca de melhorias, novas habilidades e itens utilizáveis que nos ajudam… ou nem por isso.The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch e WiiU)
Regressando aos jogos de aventura em mundos abertos, deparamo-nos com um que merece uma atenção especial. The Legend of Zelda é um franchise com 35 anos de existência, e nem sempre a sua adaptação a mundos tridimensionais tem sido bem recebida. Mas Breath of the Wild é (quase) unanimemente um jogo adorado por qualquer um que coloca o seu cartucho numa Nintendo Switch. O grande motivo é o grau de liberdade quase sem paralelo dentro deste género que este título oferece para quem se aventura no extenso reino de Hyrule. Podemos explorar à nossa vontade e ir abordando a narrativa ou as missões secundárias como quisermos, sempre com um arsenal de habilidades que nos acompanha desde o início.Assassin’s Creed Valhalla (PlayStation, Xbox, PC)
Continuamos na senda dos jogos de mundo aberto, olhando agora para um jogo menos virtuoso, mas que nos conseguiu surpreender bastante. Falamos da mais recente entrada da aclamada série Assassin’s Creed. Em Valhalla viajamos no tempo até ao século IX e temos de liderar o nosso clã a conquistar várias regiões anglo-saxónicas. Como tem sido hábito desde que a série se transformou para assentar no género de RPG com um combate ligeiramente reminiscente de títulos souls-like, temos perante nós um mundo aberto maior que Jörmungandr (a serpente gigante capaz de dar uma volta inteira ao mundo com o seu corpo, na mitologia nórdica).Stardew Valley (PlayStation, Xbox, Switch e PC)
Vamos a outro indie? Visto que estão a ler esta lista já depois dela estar escrita, a pergunta é retórica, claro está. Portanto, cá vamos nós mergulhar, desta vez, no fenómeno conhecido como Stardew Valley. Este amado RPG de simulação que foi sendo lançado ao longo de 2016 e 2017 traz para a atualidade todo o charme dos clássicos Harvest Moon, ao colocar-nos encarregues de restabelecer uma quinta enquanto criamos laços com os habitantes locais.The Witcher 3: Wild Hunt (PlayStation, Xbox, Switch e PC)
Vamos lá voltar aos RPGs de ação, e para um dos mais aclamados. Sim, The Witcher 3 é mais um jogo no qual podemos perfeitamente passar umas quantas centenas de horas e sentir que cada segundo investido valeu a pena. Sobre a narrativa não há grandes coisas novas a acrescentar - é simplesmente fantástica. O mesmo pode ser dito das dezenas e dezenas de missões secundárias e contratos para caçar monstros que vamos aceitando e cumprindo. Só com tudo isto, é facílimo ultrapassar a marca das 100 horas, sobretudo se contarmos com as duas fantásticas expansões também lançadas.Trilogia Dark Souls (PlayStation, Xbox, PC, e a remasterização do primeiro na Switch, também)
E por falar em ambientes e seus itens que contam histórias, como podíamos não abordar a série Dark Souls de seguida? A maravilhosamente negra série que saiu da mente de Hidetaka Miyazaki não só definiu todo um novo subgénero dentro dos RPGs de ação, mas elevou a fasquia no que toca ao design de grandes áreas abertas. Portanto, explorar cada recanto de qualquer um dos três jogos desta série levará a várias dezenas de horas, se não mesmo para lá da centena. Até porque cada item, arma, armadura ou equipável de qualquer tipo traz consigo uma descrição que aprofunda um pouco mais a história deste universo. Mas mencionámos centena, no singular. Portanto de onde vem a ideia de que se pode chegar ao plural?The
Sims (PlayStation, Xbox, PC)
Que tal algo radicalmente diferente?
Nada como passar de uma série de RPGs de ação sombrios e opressivos onde nos
encontramos na base da cadeia alimentar, para uma série onde somos basicamente
deuses… também potencialmente sombria. Sim, voltamos a repetir a dose de não
especificar um só jogo, porque qualquer título The Sims tem um potencial
de longevidade de centenas e centenas de horas. Só nos criadores de personagens
é possível perder-se um par de dezenas de horas, e na construção e design de
uma habitação outro par de dezenas mais. E quando finalmente tomamos o controlo
das nossas personagens e famílias, então é que as possibilidades nunca acabam.Microsoft Flight Simulator (Xbox e PC)
Entre jogos de ação, mundos abertos, RPGs, e afins, terminamos a nossa lista com algo diferente: um simulador de voo. Sim, o mais recente Microsoft Flight Simulator tem um potencial de jogabilidade e rejogabilidade impressionante, ao colocar-nos no cockpit de uma aeronave e ensinar-nos a pilotá-la. Depois de aprender as bases da pilotagem, podemos pegar em duas dezenas de aeronaves diferentes e completar uma grande quantidade e variedade de exercícios e desafios de modo a ambientarmo-nos a todas as mecânicas e funcionalidades de um avião.
15 Jogos a Solo Que Nos Divertem Durante Centenas de Horas
Reviewed by Filipe Castro Mesquita
on
janeiro 20, 2022
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