Battlefield 2042 [PS5] Merece os 3.0 do Metacritic?

É certo e sabido que, como diz o ditado, não se pode agradar a Gregos e Troianos. Esta verdade aplica-se também ao mundo dos videojogos, e neste caso em particular uma disputa entre qual é o melhor first person shooter no modo multiplayer. De um lado o mais recente Call of Duty Vanguard e do outro o novíssimo Battlefield 2042. Com os dois a receberam duras criticas dos jogadores e com o Battlefield 2042 a receber a pontuação de 3.0 dada pelas utilizadores no Metacritic na versão PS5 e 2.0 na versão PS4, será que Battlefield merece mesmo estar debaixo de fogo!? Antes de colocarmos o dedo na ferida vamos perceber o que de novo trás este mais recente lançamento da franquia.



Retirem a ideia de que vão andar em modo "Rambo", sozinhos contra o mundo. Battlefield 2042 é um título puramente tático, o que em si não é mau. Isto claro, se jogarmos com pessoas conhecidas ou que pensem em "modo equipa", o que ao sermos emparelhados com jogadores aleatórios por norma não acontece. Infelizmente ainda não foi implementando a opção de podermos falar por áudio com o nosso esquadrão, o que dificulta bastante a tarefa de sermos bem sucedidos em nos organizarmos (está implementado o chat escrito, o que convenhamos, para utilizadores de consolas não é tão prático como para utilizadores de PC). Para colmatar este problema poderemos recorrer à opção de criar um grupo na PS5 e falarmos através deste método. Contudo é algo contra-natura, considerando a natureza multiplataforma do título em questão, fazendo com que perda um dos aspectos mais importantes disponiveis: o cross-play

Até porque os mapas, tal como o Battlefield nos habituou, são enormes. E têm que ser. Porque o modo Warfare conta com 128 jogadores. Sim, 64 jogadores para cada lado, o dobro da edição anterior. Este modo de jogo têm duas vertentes similares, mas que diferem em termos estratégicos. Onde num deles temos vários pontos para capturar e controlar até à vitória, e no outro simplesmente temos 1 ponto de controlo, onde sentimos o caos de 128 jogadores num espaço muito reduzido.

O que cinematograficamente é lindo de se ver (as equipas a chegarem dos lados opostos, com tanques de guerra, jipes, helicópteros e caças), torna-se rapidamente num evento completamente caótico. Proximamente aliado à difícil organização de conseguirmos ter uma equipa de 64 jogadores que hajam em uníssono, rapidamente atingimos uma experiência bastante frustrante neste modo. Interligado à falta de organização, existem zonas do mapa completamente cheias de jogadores a quererem controlar os pontos e outras completamente desertas. Sobre este aspeto acreditamos que seria uma mais valia existirem mais pontos de controlo. Talvez uns secundários, para preencher o resto do mapa e assim os jogadores que não tiverem lugar em veículos (o que nos parece que mesmo coordenando todos os lugares não haveria espaço para todos)  poderão melhorar a sua experiencia de jogo ao controlar estas zonas não sentindo desmoralizados por andar vários minutos "no nada".




Já o modo Hazard Zone é mais "calmo", onde teremos que recuperar discos que estão em satélites caídos e espalhados pelo mapa e ainda conseguir voltar com vida para o ponto de extração. O que parece ser mais simples, também não é tarefa fácil porque só determinados membros da nossa equipa é que podem localizar os satélites e não com uma precisão absoluta, onde após chegarmos á zona ainda temos que procurar nas redondezas. Após os encontrar finalmente deparamo-nos com o desafio de tentar sair dali o mais rápido possível, enquanto não só enfrentamos esquadrões inimigos "reais", como inimigos controlados por I.A. Depois é tentar repetir a proeza até ao último ponto de extracção. Ao conseguirmos estes discos ganhamos, além da experiencia global que também se ganha nos restantes modos, créditos para comprarmos ou melhor armas, equipamentos ou atualizações táticas (utilizadas para usufruir de uma pequena vantagem no inicio de cada partida no modo Hazard Zone).

E deixamos o melhor para o fim: O modo Portal. Este modo conta com batalhas dos mapas das versões anteriores, mas redesenhados para Battlefield 2042. Contamos com mapas de Battlefield 1942, Battlefield 3 e Battlefield Bad Company 2. Mesmo os modos de jogos tornam-se mais tradicionais como Team DeathMatch, onde para vencer a equipa têm que matar um maior numero de inimigos que a equipa adversária, ou o modo Kill the V.I.P, onde só conta para a pontuação se matarmos um determinado jogador naquela ronda. Isto tudo aleado ao fato de podermos misturar armamentos de todos os jogos, ou seja, uma equipa poderá estar com uma arma de Battlefield 3 sendo que outra com armamento de Battlefield 1942 torna este modo bastante aliciante.




Infelizmente um modo que se perdeu foi o modo campanha, ou single-player. O jogo considera simplesmente com modos Multiplayer contando apenas com a opção co-op e a opção de podermos criar os vários modos de jogo com bots. Para uma grande parte dos jogadores este aspecto revela-se como uma desilusão, pois para muitos o modo campanha/single-player era usado para se habituarem ás dinâmicas de jogo. Também retirado do jogo foram as classes, sendo estas substituídas por especialistas. Aqui cada personagem pode escolher tanto a arma principal como a secundária, e os itens que quer levar para o campo de batalha. O que na prática pretenderia equilibrar o jogo, na verdade a vertente tática complica, visto que a falta de comunicação dentro do esquadrão poderá levar ao uso excessivos de certas habilidades e de não estarem disponíveis outras. Damos aqui o exemplo em que todos os elementos do esquadrão poderão levar o item para recarregar as munições e nenhum levar o kit médico para recuperar vida. Exemplificando, mesmo sem poderemos comunicar, anteriormente se notássemos que os jogadores do nosso esquadrão deixavam a classe médica para trás, cabia-nos a nós a decisão de escolher uma ou não.  Outro ponto que também foi retirado de Battlefield 2042 foi o simples quadro de pontuação K/D/A (kill/deaths/Assists) para irmos controlando a nossa performance.

Graficamente o jogo está magnifico, principalmente com os efeitos climatéricos caóticos como a inclusão de um tornado a navegar pelo mapa do jogo. Também a prestação gráfica está bem conseguida, com uma taxa de 60 fotogramas por segundo bastante estável, mesmo no meio daquela "confusão" toda. Apesar disto deparamo-nos com alguns bugs gráficos, com texturas a não serem carregadas, ou postes destruídos a rodopiar no meio do chão. Já a vertente audiovisual, apesar de não estar má, parece-nos que o áudio 3D não está tão bem lineado como nos títulos anteriores ou jogos do géneros, onde sentimos alguma dificuldade a perceber de que lado vinham os inimigos. De igual forma parece que foi colocado um pouco de lado a destruição do mapa, o que era interessante de ver em títulos anteriores e que em battlefield 2042 encontra-se bastante limitada





Outro aspeto que degenera a experiência transmitida desaponta é a quantidade de mapas existentes e a sua rotação. Temos disponíveis 7 mapas, mas foi preciso fazer dezenas de partidas antes de ficar colocado num mapa novo, sentindo que existem 2 mapas principais pois foram estes sempre onde foi atribuída a nossa sessão. Também poucas são as armas disponíveis. Apesar de existir vários upgrades, sentimos que, comparando com títulos anteriores a escolha é pouca (somente 21). Também a interface parece-nos bastante confusa e pouco intuitiva, principalmente na escolha da personagem e upgrades para as armas.

A opção de cross-play existe, o que permite jogarmos com pessoas que tenham outras plataformas, inclusive ao criar um esquadrão personalizado temos a opção de escolher jogadores de PS5 e jogadores com Login EA permitindo assim jogarmos com amigos de outras plataformas.  Adicionalmente parece-nos que o Aim-Assist é bastante fraco (se comparado com títulos semelhantes de outras franquias ou mesmo dos titulos anteriores) o que deixa os jogadores das consolas com uma ligeira desvantagem em relação a jogadores de PC.





Salientamos que à data de hoje, podem desde já contar com um patch pra rectificar diversos problemas reportados pelos jogadores, novos layouts no modo Rush, novos modelos, assim como a inclusão de diversas melhorias de qualidade de vida. Adicionalmente, chegarão ao título as missões semanais, onde os jogadores que completem as missões de uma semana receberão uma recompensa cosmética única. Podem ver a descriminação completa aqui.


Conclusões

Infelizmente têm começado a ser recorrente na industria dos vídeo jogos serem lançados títulos como que "inacabados" e onde BattleField 2042 aparenta encaixar na perfeição. Mas apesar disso e respondendo à nossa própria pergunta, não consideramos de todo que  a pontuação de Battlefield 2042 deva ser tão baixa. Inclusive, acreditamos que, com a implementação de vários patchs, todos os defeitos que encontrámos no jogo possam ser resolvidos e a EA e a DICE deem um tiro certeiro com as novas dinâmicas inseridas.


O Melhor:
  • Modo Portal;
  • Grafismo excecional;
  • Perfomance sem qualquer falha a registar.

O Pior:
  • Falta de "invoice chat";
  • Falta de um modo Campanha/Single-player.



Pontuação do GameForces – 6.5/10



Título: Battlefield 2042
Desenvolvedora: DICE
Publicadora: Electronic Arts / DICE
Ano: 2021


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela Electronic Arts.





Autor da Análise: Filipe Martins

Battlefield 2042 [PS5] Merece os 3.0 do Metacritic? Battlefield 2042 [PS5] Merece os 3.0 do Metacritic? Reviewed by Filipe Martins on dezembro 02, 2021 Rating: 5

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