Apesar de a Valve primariamente se ocupar com a gestão da loja Steam, ocasionalmente a desenvolvedora dos míticos Half-Life e Portal vira-se para outros projetos – seja o pouco convencional Steam Controller, o aclamado Half-Life Alyx para VR, ou a nova menina dos nossos olhos, a Steam Deck.
A Steam Deck é uma nova que promete trazer a biblioteca Steam para qualquer lugar, a partir de (dezembro de 2021) fevereiro de 2022, tendo sido confirmado a 13 de janeiro que "as primeiras unidades comerciais serão enviadas no final de fevereiro". Já estamos bastante perto do envio dos primeiros exemplares comerciais, por isso esta talvez seja a melhor altura para recapitularmos tudo o que sabemos acerca do novo projeto da Valve, que atualizaremos quando surgirem novas informações de relevo, até ao lançamento da portátil.
Processo de Aquisição e Especificações
Na União Europeia, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos da América, já é possível pré-adquirir um dos três modelos da máquina exclusivamente na Loja Steam, por um valor simbólico de 5 euros, que será descontado do preço total no momento da compra. Caso o utilizador opte por cancelar a reserva, este montante será reembolsado para a carteira Steam ou para o método de pagamento escolhido, consoante tenham ou não passado 30 dias desde a reserva.
Originalmente, as unidades seriam enviadas a partir de dezembro de 2021, pela ordem de reserva. Contudo, a 10 de novembro, Valve anunciou o adiamento do lançamento da Steam Deck devido à escassez de componentes, estando por isso a chegada deste hardware apontada para fevereiro de 2022. Caso tenham reservado a consola antes do adiamento, o vosso lugar na fila de espera foi mantido, mas a data de entrega foi adiada em dois meses. Por seu lado, as novas reservas têm entrega prevista para depois do 2º trimestre de 2022. Quando a Valve possuir stock pronto para envio, os consumidores na frente da fila serão notificados para que possam concretizar a sua compra. No momento da aquisição deste produto, poderão utilizar um método de pagamento diferente do que empregaram aquando da reserva.
A 26 de janeiro, a Valve revelou uma data concreta para o lançamento da Steam Deck: 25 de fevereiro! Nesta data, pouco depois das 18h00, será enviada uma remessa de e-mails de encomenda aos primeiros que fizeram reserva. A contar do momento em que recebe o e-mail, o destinatário terá 72 horas (3 dias) para efetuar a compra. Caso contrário, perderá a reserva, que passará para a pessoa seguinte na fila. Após este período de 72 horas (a 28 de fevereiro), as primeiras unidades serão enviadas para os clientes. A Valve informou ainda que planeia enviar semanalmente mais remessas de e-mails de encomenda aos consumidores.
A versão base da Steam Deck
custará 419 euros, terá um armazenamento eMMC de 64GB e incluirá uma bolsa de
transporte. Por seu lado, o modelo intermédio custará 549 euros, trocará o armazenamento
eMMC por um SSD NVMe (mais rápido) com 256GB e incluirá um pacote de perfil da
Comunidade Steam exclusivo (para além da bolsa de transporte). Por fim, a
edição mais avançada da Deck possui um SSD NVMe de 512GB (que a Valve clama ser
“ainda mais rápido” do que o do modelo intermédio), um ecrã de vidro
anti-reflexo de alta qualidade, uma bolsa de transporte “exclusiva”, o pacote
de perfil da Comunidade Steam exclusivo e um tema exclusivo para o teclado
virtual.
As bolsas de transporte da Steam Deck, bem como a embalagem final da consola, já foram exibidas em publicações da Central de Notícias da Steam. As três edições da Steam Deck serão enviadas em embalagens de cartão. Estas caixas são minimalistas no exterior, mas no interior enumeram em vários idiomas alguns dos locais onde poderemos usufruir deste PC-consola, como a cozinha, um comboio ou mesmo a Lua ou uma câmara de ensaios.
Dentro da caixa, encontrarão a Steam Deck, já confortavelmente alojada na sua bolsa de transporte, e a respetiva fonte de alimentação, que será a apropriada à região do consumidor:
A bolsa presente na imagem acima corresponde à que será enviada juntamente com os modelos 64GB e 256GB da Steam Deck. Abaixo, poderão visualizá-la em maior detalhe:
Por sua vez, a bolsa de transporte do modelo 512GB possui fechos e tecido para o interior da bolsa diferentes, para além de uma cor diferente para o logótipo do hardware.
Adicionalmente, esta bolsa inclui dois itens exclusivos: um pano de microfibras para limpeza do ecrã da Steam Deck e uma pequena bolsa, destinada a transporte da fonte de alimentação da unidade portátil.
Dentro da bolsa, existe um bolso de armazenamento e um elástico de retenção. Estes estão também presentes na bolsa para os modelos 64GB e 256GB.
Todas as especificações que não detalhamos acima são iguais entre os modelos, e podem conhecê-las em detalhe na tabela abaixo. Consequentemente,
a escolha entre as consolas deve recair sobre o estilo de jogos que o
consumidor pretende desfrutar na unidade portátil, devido à limitação da
velocidade de leitura/escrita no disco. De um modo lato e redutor, quanto mais
desenvolvido o mundo do jogo e as texturas/modelos que o preenchem, mais
exigente será o jogo na utilização de recursos do disco. Os três modelos
disponíveis terão uma entrada para cartões microSD de alta velocidade, que poderão ser usados para
aumentar o armazenamento disponível. É importante frisar que a velocidade
destes cartões é baixa, pelo que os jogadores devem instalar os seus jogos mais
exigentes na memória da consola e relegar o cartão SD a títulos mais simples.
Computação |
|
Processador |
APU
da AMD |
RAM |
16 GB de RAM LPDDR5 integrada (quatro canais de 32 bits, 5500 MT/s) |
Armazenamento Nota: Todos os modelos usam módulos para sockets m.2 2230 (não
concebidos para substituição pelo utilizador); |
eMMC
de 64 GB (PCIe Gen 2 x1) |
Controlos e botões |
|
Controlos
de comando |
Botões
A B X Y |
Analógicos |
2 sticks analógicos de tamanho standard com sensores de toque
capacitivo integrados |
Resposta
háptica |
Resposta
háptica de alta definição |
Trackpads |
2 trackpads quadrados de 32,5 mm² com feedback háptico |
Giroscópio |
Unidade
de medição inercial de 6 eixos |
Ecrã |
|
Resolução |
1200x800p
(formato 16:10) |
Tipologia |
LCD IPS com "optical bonding" para melhor legibilidade |
Tamanho |
7
polegadas (na diagonal) |
Luminosidade |
400 nits |
Taxa
de atualização |
60Hz |
Funcionalidades |
Sensível ao toque (até 10 dedos) e à luz ambiente (para ajuste
automático do brilho do ecrã) |
Conectividade |
|
Bluetooth |
Bluetooth 5.0 (compatível com comandos, acessórios |
Wi-Fi |
Rádio
Wi-Fi de banda dupla, 2.4GHz e 5GHz, 2 x 2 MIMO, IEEE 802.11a/b/g/n/ac |
Áudio |
|
Canais |
Estéreo
com DPS integrado para uma experiência auditiva imersiva |
Microfones |
Microfone embutido de matriz dupla |
Entrada
para dispositivos de áudio |
Entrada
de 3,5mm para headsets, headphones, colunas e microfone |
Digital |
Áudio multicanal via DisplayPort por USB-C, USB-C standard ou
Bluetooth 5.0 |
Energia |
|
Entrada |
Fonte de alimentação 45W, USB-C PD3.0 – incluída na caixa |
Bateria |
Bateria
de 40Whr, com autonomia para 2 a 8 horas de jogo |
Expansão do armazenamento |
|
microSD |
UHS-I
compatível com SD, SDXC e SDHC |
Conectividade externa para |
USB-C compatível com Alt-mode DisplayPort 1.4; até 8K a 60Hz ou 4K a
120Hz, USB 3.2 Gen 2 |
Tamanho e peso |
|
Tamanho |
298mm x 117mm x 49mm |
Peso |
Aproximadamente
669 gramas |
Software |
SteamOS 3.0 baseado em Arch Linux |
Ambiente
de trabalho |
XDE
Plasma |
Sistema Operativo e Versatilidade
Tal como é indicado na tabela, o
sistema operativo da Switch Deck será uma nova versão de SteamOS. Ao contrário
das versões anteriores, derivadas de Debian, SteamOS 3.0 será baseado em Arch
Linux – uma mudança que se deve à maior velocidade de desenvolvimento de Arch e à
consequente maior facilidade em desenvolver o SteamOS, fundamenta a Valve.
Esta escolha de sistema operativo
distingue a Steam Deck das principais consolas, e em particular da
Nintendo Switch. Aproximando-se mais de dispositivos como o GPD Win 3, a Deck
proporcionará toda a liberdade, funcionalidade e versatilidade de um computador
normal. Tal como num PC, é possível:
- Utilizar todos os dispositivos
que utilizam USB ou Bluetooth (incluindo comandos, dispositivos de áudio e de
armazenamento);
- Navegar a internet e assistir a
vídeos;
- Instalar jogos não-Steam e programas de Windows (com Proton) e Linux, ler e editar documentos, ver vídeos, etc..
- Ter aplicações abertas no fundo
outras tarefas;
- Ouvir música/vídeos enquanto jogamos.
Estes exemplos que demos são de
livro e apenas representam as ações mais básicas que um computador permite. É
mesmo possível instalar outras lojas de jogos, que foram
concebidas para Windows mas funcionam em Linux graças à camada de
compatibilidade Proton. Contudo, o launcher Epic Games Store, de momento, não
pode ser usado na sua versão oficial em Linux; do mesmo modo, os jogos da Xbox
para Windows só podem ser jogados em xCloud através do navegador.
No entanto, já foi confirmado
pela Valve que é possível trocar o sistema operativo da consola, permitindo que
qualquer um troque o SteamOS por Windows 10/11 e possa usufruir dos conteúdos
extra-Steam que desejar, incluindo os jogos da Microsoft Store. Em alternativa,
os utilizadores podem optar por uma alternativa multiboot, em que têm mais de
um sistema operativo instalado. Por exemplo, é possível ao mesmo tempo ter o
SteamOS e Windows instalados (sendo que sempre que se liga a consola pode-se
trocar entre os sistemas). Tal como num computador, a BIOS poderá ser acedida
através de uma combinação de botões.
Tanto a BIOS como os drivers e
SteamOS receberão atualizações no futuro, em pacotes conjuntos. Ainda não foi
revelado se este tipo de suporte será facultado para Windows. De qualquer
forma, não são prováveis problemas de compatibilidade de drivers com o
sistema operativo da Microsoft.
Em todo o caso, se estão mais
habituados à simplicidade dos menus de consolas, não têm de se preocupar: as
consolas iniciarão sempre num novo menu feito de raiz para a Deck, que promete
ser simples e intuitivo como o das consolas atuais.
Compatibilidade
Visto que a maior parte dos jogos são concebidos para Windows, a sua compatibilidade com o sistema operativo Linux levanta algumas dúvidas. Felizmente, os jogos Windows vendidos na plataforma Steam funcionarão sob a camada de compatibilidade Proton, que conjuga as vantagens de Wine e DXVK com ajustes que a Valve e os desenvolvedores de jogos estão a concretizar. Com Proton, é pretendido que toda a biblioteca Steam seja suportada pela Deck. Aliás, a Valve encontra-se a testar todos os títulos e afirmou recentemente que “ainda não encontrara um jogo da Steam que não funcionasse na Deck”.
- Aprovado: o jogo
funciona perfeitamente na Steam Deck sem quaisquer ajustes adicionais. Obedece
a uma série de requisitos: compatibilidade com comando e uso de ícones
adequados para os botões da Deck, integração impecável dentro da Steam (se recorrer a
launcher externo, este deve ser navegável com comando), compatibilidade com
resolução 1280x800 ou 1280x720, texto legível, definições predefinidas
adequadas e compatibilidade com Proton. Exemplos: Hades, Ghostrunner, Death
Stranding e Portal 2;
- Jogável: o jogo poderá
precisar de ajustes manuais para ser jogado. Estes poderão ser o uso de teclado
no ecrã para escrever, o ajuste manual das definições de gráficos ou a
navegação de um launcher com o ecrã de toque. Exemplo: Team Fortress 2;
- Incompatível: O jogo, de
momento, não é compatível com Steam Deck. Exemplo: Half-Life Alyx;
- Desconhecido: A compatibilidade com a consola portátil ainda não foi averiguada. Exemplo: Day of Defeat.
Ao tocar no ícone de Deck Verified,
é mostrada uma lista de detalha os prós e contras do jogo na Deck. Por exemplo,
o relatório exibido na página de Half Life refere unicamente que o jogo é
incompatível com Deck por requerer o uso de um headset VR, sendo que a unidade
portátil não está otimizada para experiências de realidade virtual. Mesmo que
um jogo não tenha sido sido aprovado ou considerado jogável, este poderá ser
aberto na consola – deste modo, alguns jogos poderão tornar-se jogáveis através
de modificações desenvolvidas pela comunidade. Do mesmo modo, headsets
VR poderão ser utilizados na consola, embora esta não tenha sido otimizada para
esta tecnologia.
Estas quatro categorias de compatibilidade poderão ser conferidas não só na loja da Deck mas também na biblioteca da Steam. No futuro próximo, será possível consultar a avaliação de compatibilidade dos jogos que já passaram pelos testes da Valve, ainda antes de a consola portátil ser distribuída. Porém, se já em janeiro a Valve tinha começado a submeter classificações Deck Verified para dezenas de jogos, estas eram invisíveis pela Loja Steam. Consequentemente, o utilizador tinha de recorrer a sites de terceiros para conhecer os jogos já avaliados, como SteamDB e "Steam Deck Verified Games".
Na verdade, só a 22 de fevereiro é que a Valve adicionou uma página para os jogadores saberem quais os jogos da sua biblioteca Steam compatíveis com a Deck. Ainda assim, a nossa forma preferida de obter esta informação reside no site CheckMyDeck, que para além de sistematizar os jogos numa tabela organizada, ainda destaca os jogos cujo status Deck Verified foi recentemente atualizado - evitando que o jogador tenha de ler exaustivamente a lista de jogos para descobrir quais foram recentemente considerados compatíveis ou incompatíveis.
A Valve escolhe os jogos cuja compatibilidade analisa com base "no tempo de jogo e interesses dos clientes que reservaram a Deck"; contudo, a partir de 29 de janeiro passou a permitir que um grupo restrito de utilizadores sugerisse jogos para esta avaliação. Quando os jogos submetidos receberem a sua classificação Deck Verified, o responsável pela sugestão receberá um e-mail a notificá-lo. É esperado que o grupo de utilizadores elegíveis para sugestões seja expandido no futuro próximo.
Neste momento, o maior obstáculo
à compatibilidade global é as ferramentas anti-cheat, que previnem que
jogadores empreguem batotas desleais em jogos de carácter
cooperativo/competitivo online. Os anti-cheat poderão entrar em conflito
com Proton, e como tal impedir que determinados títulos com multijogador
online sejam vivenciados na Deck. Neste campo, a Valve encontra-se a trabalhar
presentemente com os desenvolvedores das ferramentas anti-cheat para maximizar
a sua compatibilidade com Proton, sendo que Denuvo Anti-Cheat, Easy Anti-Cheat
(da Epic Games) e BattlEye já foram preparados para a Steam Deck.
Caso os jogos sejam atualizados
com as novas versões destes anti-cheats, os jogadores poderão contar com
títulos como Fortnite, Apex Legends, Rainbow Six Siege e Destiny 2 na portátil.
E de facto, a 22 de Dezembro, a base de dados de Proton indicava que 80 dos 100 jogos mais populares da Steam funcionariam adequadamente em Linux com a camada de compatibilidade Proton e, à partida, na Steam Deck - garantindo que na consola será possível experienciar títulos como Counter Strike: Global Offensive, Dota 2, Team Fortress 2, PAYDAY2 e Rocket League. Como era expectável, os 20 jogos incompatíveis são focados em multiplayer online e consistem em, por exemplo, PUBG: Battlegrounds, Apex Legends, Dead by Daylight, New World e Fall Guys: Ultimate Knockout.
Isto não significa que 80% dos jogos da Steam não funcionarão no novo hardware da Valve visto que, na lista de jogos mais populares, as experiências para um jogador ou para multiplayer local estão subrepresentadas. Do mesmo modo, é provável que um ou mais destes títulos sejam atualizados para se tornarem compatíveis com a Steam Deck.
Numa nota final de curiosidade, é surpreendente ver que os esforços de compatibilidade da Valve concretizam-se até em versões melhoradas dos seus jogos clássicos. A 27 de janeiro, Half-Life 2 recebeu uma nota atualização beta que torna a interface mais intuitiva para comandos (e consequentemente para os botões da Deck) e que melhora o dimensionamento dos elementos de UI, permitindo que sejam legíveis e interpretáveis independentemente da resolução. A 31 de janeiro, Portal 2, recebeu uma atualização similar.
Performance
Bem, a performance na prática é algo que não possamos inferir sem ter a consola nas mãos e sem vídeos conclusivos. Não temos dúvidas de que a Switch Deck será no mínimo competente para rodar tanto jogos modernos como clássicos, graças à conta Twitter OnDeck. Nela, são publicados ocasionalmente vislumbres da Deck a rodar os mais variados jogos, incluindo Psychonauts 2 (2021), Descenders (2019), Devil May Cry 5 (2019) e The Witcher 3: Wild Hunt (2015). Os clips apresentam jogabilidade fluida, mas não podemos tirar muito mais conclusões.
Todos os vídeos na página foram
gravados com uma câmara apontada à unidade portátil durante uma dúzia de
segundos, o que, em associação com a compressão dos vídeos do Twitter, nos
impede de discernir quais as definições de gráficos aplicadas e a real
consistência da performance. Sem mais informação substancial, teremos de olhar
para os esforços dos nossos colegas da indústria jornalística, tais como os
redatores da PC Gamer,
The
Verge e IGN
que tiveram a oportunidade de testar a consola ao vivo.
Infelizmente, estes sites também não entraram em detalhe nesta componente. Na sua experiência de teste, jogaram títulos como Doom Eternal, Portal 2, The Witcher 3: Wild Hunt, Star Wars: Jedi Fallen Order, Stardew Valley e Hades. Pelo menos, eles concordaram que os jogos rodaram sem problemas nas definições gráficas padrão a 720p, e que a unidade portátil não aqueceu significativamente durante o tempo de jogo.
Também foi declarado que, no download de jogos que dependam do API Vulkan, serão incluídos shaders pré-compilados, que melhorarão a performance dos jogos numa fase inicial. Por fim, foi assegurado que a performance dos títulos no sistema Linux instalado na Steam Deck será similar ao observado em Windows.
Outra funcionalidade importante para assegurar uma ótima performance de jogos na Steam Deck é a implementação da tecnologia FSR na portátil, conforme anunciado a 31 de fevereiro. Esta ferramenta de upscale da AMD funcionará na globalidade do sistema operativo e não apenas em jogos específicos, permitindo que a Deck gaste menos recursos na renderização de jogos. Se a aplicabilidade de FSR é debatível para 720p/800p, as resoluções nativas da Deck, FSR será sobejamente vantajoso para quem conetar a portátil a ecrãs externos com resoluções superiores.
Funcionalidades
É esperado que todas as
funcionalidades que engrandecem a Steam como plataforma estejam presentes na
Deck. Por exemplo:
- Loja densa com um sistema
inteligente de recomendações e todo o tipo de filtros para facilitar a pesquisa
de jogos;
- Análises redigidas por
utilizadores nas páginas de produto;
- Suporte a todo o tipo de
comandos USB e Bluetooth, como Switch Pro Controller, DualShock 4 e 8bitdo Pro
2;
- Suporte a múltiplos comandos
para modos multijogador;
- Usufruto offline dos
jogo instalados;
- Aplicação de configurações de
comando criadas pela comunidade para jogos específicos;
- Uso de mods do Workshop em
jogos compatíveis;
- Transmissão de jogos entre
computadores e para dispositivos inteligentes, de modo a permitir jogabilidade
remota;
- Partilha de dados de gravação
através da nuvem entre a consola e outros PCs com sessão iniciada na mesma
conta;
- Lista de amigos Steam, que permite iniciar chats, convidar amigos para partidas online, transmitir em stream privada o que estamos a jogar, e chamar ou juntar-se a amigos para jogar remotamente títulos com multiplayer exclusivamente local (como Overcooked1), bastando que uma pessoa tenha o jogo para que todos possam jogar juntos desta forma;
- Dimensão de comunidade, incluindo grupos;
- Multijogador online sem custos
extra.
Além disso, os jogadores poderão contar com novas funcionalidades (usuais de consolas), como:
- Criação de múltiplos perfis
para diferentes utilizadores, cada um com dados de gravação separados;
- Menu rápido que pode ser acedido a qualquer momento tocando no botão Guide e que permite ajustar o volume e brilho
do ecrã e desligar/ligar Wi-Fi e Bluetooth.
- Botão Steam que suspende o jogo
e possibilita a alteração de definições e o acesso à biblioteca de jogos;
- Uma nova interface intuitiva
para navegação com comandos e com menu integrado de definições de sistema, aproximando assim a
experiência do utilizador àquela que tem nas consolas tradicionais.
Troca de componentes
Como a Valve equipara a Deck diretamente
a PCs, vários entusiastas da plataforma começaram a questionar-se se seria
possível trocar os seus componentes por versões mais avançadas dos mesmos.
Face a estas dúvidas, a Valve
publicou um vídeo no seu canal de YouTube em que demonstra o processo de
desmantelamento da portátil. Se a desenvolvedora capacita os
consumidores mais interessados com este elucidativo guia, ao mesmo tempo
aconselha sistematicamente os seus consumidores a não abrirem a sua consola.
Segundo a desenvolvedora, a Deck é uma consola com um design interno bastante
compacto, o que associado à construção bastante específica das suas partes
torna desaconselhável a sua manipulação. Além disso, a empresa garante que por
si só a abertura da consola é suficiente para a enfraquecer e a tornar menos
resistente a quedas. Do mesmo modo, eletricidade estática poderá provocar uma
avaria permanente da consola.
Para além da abertura da consola,
é demonstrado no vídeo o processo de troca dos analógicos e do SSD. As partes usadas na Deck são únicas, mas a Valve prometeu disponibilizar analógicos, SSDs e
possivelmente outros componentes no futuro. Além disso, é importante notar que
os três modelos da Steam Deck possuirão um conetor m.2 para conexão de discos
SATA ou PCI/NVME.
Bateria
Conforme indicado pela tabela
acima, a Switch Deck possui uma bateria de 40Whr, com autonomia para 2 a 8
horas de jogo. Esta flutuação deve-se à exigência da experiência: por exemplo,
a consola aguenta quatro horas de Portal 2 ininterruptas a 60FPS. Se a
taxa de fotogramas for limitada para 30FPS, a autonomia nas mesmas condições aumenta
para 5 a 6 horas.
Esta métrica foi fornecida pelo
desenvolvedor Pierre-Loup Griffais, em entrevista à IGN. É expectável que a
autonomia também dependa de fatores como aplicações de fundo em funcionamento,
brilho do ecrã e a ativação de Bluetooth e Wi-Fi.
Segundo a PC Gamer, a 29 de janeiro os desenvolvedores da Valve realizaram otimizações ao driver para Linux de Radeon Vulkan, com vista a promover um eficaz Variable Rate Shading. Através desta tecnologia, a placa gráfica da Steam Deck poderá otimizar os recursos dispendidos na renderização dos elementos do ecrã, ao diminuir a prioridade na renderização das regiões para os quais o jogador prestará menos atenção. No momento da publicação desta notícia, estas otimizações estavam a ser avaliadas, e caso sejam aprovadas será expectável uma maior duração da bateria. Contudo, como estas otimizações reservam-se ao driver para SteamOS 3.0 (Linux), o utilizador não beneficiará delas se/enquanto usar Windows na sua Deck.
Base
Para além de permitir jogabilidade em modo portátil, a Deck também poderá ser ligada a um monitor e aproveitada como um desktop tradicional. Para tal, é basta ligar a unidade portátil a um hub ou dock (base) USB. A Valve confirmou que qualquer hub USB-C ligado à corrente será compatível com a consola, e que estes poderão ser usados para ligar dispositivos USB à consola, como ratos, teclados, comandos, auscultadores e dispositivos de armazenamento.
Embora possam adquirir sem
receios as alternativas de dock e hub já existentes no mercado, a
Valve produzirá uma base oficial. Ao contrário do que se verifica com a
Nintendo Switch, o uso da Steam Deck na sua dock não melhorará o seu desempenho, visto que "a consola funcionará permanentemente na sua performance máxima". Esta base manterá a consola numa posição verticalizada,
ótima para usar a consola como um “mini-monitor” (para assistir multimédia ou
para jogar com amigos tal como no Modo de Superfície Estável da Nintendo
Switch), e para ligar dispositivos através das suas portas. A base oficial
terá:
- Uma entrada USB-C para
alimentação da consola (4) e cabo USB-C para Steam Deck (1)
- Uma entrada HDMI 2.0 (3) e uma
entrada DisplayPort 1.4 para transmissão de imagem para um monitor/televisão
(2);
- Uma porta Ethernet para uso de
internet por cabo (5);
- Uma porta USB-A 3.1 (6) e duas
portas USB-A 2.0 para utilização de dispositivos USB (7);
Esta base não será comercializada em conjunto com a consola, e o seu preço e período de lançamento ainda não foram indicados. Relembramos que a Steam Deck foi projetada para experiências de jogo na resolução 720p/800p. Caso o jogador pretenda usá-la ligada a um monitor de resolução 1080p ou superior, poderá jogar em 720p sem ajustes ou aumentar a resolução dos jogos, podendo ter de alterar as definições de gráficos para assegurar uma experiência estável e cómoda.
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