G-Darius HD [NSW] - Tiro Certeiro Para os Fãs

A transição para os gráficos 3D revelou-se com uma barreira significativa género shoot-em-up, que considera a jogabilidade 2D como parte essencial de seu DNA. A abordagem natural, passou por considerar uma abordagem 2.5D para os gráficos, mantendo a jogabilidade tradicional intacta, o que muitas vezes resultava em títulos de aparência insípida e uma jogabilidade monótona que não acompanhava o grafismo renovado. Contudo, pode-se considerar que G-Darius é efectivamente um caso onde não se verifica este problema, não sendo apenas um jogo com óptima jogabilidade, mas também visualmente agradável e apresentando-se como um exemplo incrível de gráficos 2.5D bem implementados.

No início do ano foi lançado no Japão mais uma coleção da saga Darius para complementar as já lançadas anteriormente, as Darius Cozmic Collection. Contudo, desta vez e numa decisão peculiar, esta colecção saiu dividida no mercado europeu e norte americano. Em julho recebemos Darius Burst Another Chronicle EX+ e agora chegou a vez de G Darius HD, o primeiro titulo da serie em 3D.

Lançado em 1997 para as máquinas de arcada japonesas, G Darius considerou uma evolução natural para os gráficos 3D e efeitos de luz modernos na serie. O título foi de tal forma bem recebido, que no ano seguinte saiu para a primeira PlayStation e logo depois uma nova versão para as arcadas.

No que se refere ao enredo, ao contrário do habitual nos jogos desta série, neste título em particular os protagonistas não são os membros mais recentes das dinastias Proco e Tiat. Em G-Darius, assumiremos o papel de Sameluck Raida e Lutia Feen, dois jovens pilotos que trabalham para a Força Aérea de Amnelian. Estes eventos são explicados na BackStory do título, onde é revelado que antes do início da guerra eterna dos Darians contra Belsar, o outrora pacífico Reino de Amnelia e o impiedoso Império Thiima, já estavam em conflito. 

A situação actual é que Amnelia estava quase sucumbindo à enorme frota do império Thiima. Nesta altura rei de Amnelia teve a brilhante ideia de roubar e realizar engenharia inversa da tecnologia do Feixe Beta das naves adversárias. Com esta informação conseguiu criar suas próprias naves espaciais pequenas e altamente versáteis, dando à luz o icônico Silver Hawk da série em um estilo semelhante ao Black Fly do Metal Black ou R-Type R-9.

No que se refere à jogabilidade, esta diverge do conhecido da série pela inclusão de duas novidades. A primeira passa pela possibilidade em “capturar inimigos” e usa-los a nosso favor contra outros inimigos, onde cada um deles tem as suas características e assim aumentando a estratégia durante os níveis. Em alguns casos é possível, inclusive, capturar mini bosses. No fim, se não precisarmos mais deles, é ainda viável serem utilizados como ataque especial e provocar ainda mais dano com a sua destruição.

A outra novidade é o ataque especial Alpha Beam. Este ataque consiste numa barra que vai enchendo e quando atingir o limite liberta um poderoso ataque que destrói todos os inimigos que atingir. Em momentos cruciais como combates contra Bosses pode ser decisivo!

Salientamos ainda outra característica deste título (mas reconhecidamente não exclusiva a ele), onde os bosses podem deslocarem-se para o fundo do cenário, ficando assim em segundo plano enquanto se combate contra ondas de inimigos.

Relativamente ao esquema dos níveis, a ideia original mantém-se, ainda que contando com ligeiras diferenças. O esquema em pirâmide é preservado, mas agora nomeados com o alfabeto grego (Alpha, Beta, Delta, etc), onde as letras do nosso alfabeto ficam para rotas alternativas. Por exemplo a rota Alpha tem os caminhos A e B e nestas duas variações podemos encontrar ligeiras variações nos inimigos e Boss final.

Esta versão HD incluí a versão original e a nova HD, sendo que esta última inclui melhorias em diversos aspectos. Um deles foi claramente nos seus visuais refinados, tanto nos modelos principais, como nos cenários de fundo. Em contra partida a banda sonora esta igual e os poucos slowdowns que existem na versão original também se mantêm iguais.

A banda sonora do jogo é composta por música electrónica objectivando a criação de uma sensação de tensão e receio. Isto é conseguido através de uma inteligente utilização do sintetizador e sons ambientes. Uma das faixas de destaque é "ADAM", que é usada nas batalhas mais intensas do jogo e na introdução.

Salientamos que à semelhança de colecções anteriores da serie Darius, também esta continua sem trazer material bónus como galerias de arte. Não obstante, podemos contar com uma lista e respectivas artes dos inimigos que capturamos. Aliás estes são numerados e temos indicações de quais nos faltam nesta “colecção” de inimigos, para assim a completarmos.

Conclusão

Caso apreciem este género, G.Darius HD é uma experiência imperdível. Um dos melhores e mais inovadores lançamentos da série, contando com uma transição para o 3D de qualidade. Esta versão HD, graças às suas melhorias estéticas e banda sonora típica da saga, vai agarrar qualquer um por muitas e largas horas. Quer seja para completar o jogo, conseguir as melhores pontuações ou completar o catálogo de inimigos, podem contar com uma experiencia agradavelmente extensa!

O Melhor:

• Melhorias gráficas
• Catálogo de inimigos
• Boa e acessível jogabilidade

O Pior:

• Sem melhorias na banda sonora
• Slowdowns continua desde a versão original
• Podia vir numa colecção como as edições anteriores igual a versão japonesa.

Nota do GameForces: 7.5/10

Título: G-Darius HD
Desenvolvedores: M2, Taito
Publicadora: ININ Games
Ano: 2021


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela PR Hound.

Artigo por: Sérgio Dias