O jogo conta-nos a história de Ki, uma alma que procura a reencarnação. Esse caminho vai sendo, vez após vez, bloqueado por forças misteriosas, obrigando o nosso personagem a percorrer diversas memórias até conseguir a sua redenção. Realmente o foco de Evergate não passa pela sua história, mas sim por toda uma dinâmica de puzzles criados nas memórias.
São vários cenários em 2D que parecem ser desenhados à mão, com cores bastante expressivas e elegantes, onde temos que dar uso à nossa capacidade de entender ângulos para destruirmos cristais, ultrapassarmos obstáculos, abrirmos caminhos e solucionarmos os diversos enigmas. Tudo isto com vista a podermos chegar à porta que desbloqueia o próximo episódio. Para podermos navegar pelos niveis temos "simplesmente" que saltar e atacarmos os cristais e objetos com o unico poder que o nosso querido personagem tem, o SoulFlame que é resumidamente um raio que ativa os objetos que por sua vez fazem-nos ultrapassar os obstáculos do cenário. Durante o uso do SoulFlame o tempo abranda para melhor conseguirmos dinamizar o ataque mas se soa a tarefa fácil enganem-se. Efetivamente temos que tirar o chapéu ao estúdio independente Stone Lantern Games LLC, por toda a complexidade criada em cada cenário que progressivamente se vai tornando mais complicado a cada nível que passa e introduzindo novos elementos. Consequentemente, é criada uma sensação de evolução ao jogador, onde começamos a ter que olhar para o cenário completo antes sequer de dar um passo... pois um falso movimento e puff, temos que reiniciar a área o que pode levar a momentos de desalento! Porque se na nossa mente parece fácil delinear um plano de ação para chegarmos ao final, executá-lo é uma história completamente diferente. Um salto mal dado, um "tiro" ligeiramente mais ao lado, perder tempo até o proximo salto, uma impulsão 5 graus a mais para a esquerda ou direita tudo isto pode significar a impossibilidade de chegar ao final e consequentemente o reinício do nivel.
E se a tarefa de chegar à porta pode ser extremamente complexa, para os jogadores mais perfecionistas, temos ainda espalhadas pelos mundos várias chamas para apanhar. Este aspecto traduz-se num maior grau de dificuldade da experiência, mas que também desbloqueia artefactos que têm o poder de facilitar a nossa tarefa (por exemplo dando mais força de salto ou aumentando o tamanho das plataformas que criamos). Estes sistemas estão perfeitamente encaixados numa jogabilidade atractiva, auxiliada pelos movimentos fluidos da personagem, que conseguimos controlar perfeitamente. Este aspecto torna a dinâmica dos puzzles, uma tarefa que cabe ao jogador masterizar, numa experiência extremamente gratificante.
Todo o jogo é acompanhado por uma trilha sonora orquestral o que apesar de não ficar no ouvido quando desligamos a consola cria uma atmosfera excelente para todos os momentos em que percorremos o mundo de Ki.
- Os quebra cabeças criados
- Controlos fluidos
- Sensação de evolução ao longo do jogo
- A dificuldade dos níveis pode criar momentos de frustação
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