The Longing, o jogo
que demora 400 dias e em que a passagem do tempo acompanha o tempo real, é uma daquelas experiências que requer paciência e persistência por parte dos jogadores. Neste título
encaramos o papel de uma Sombra, o servo de um mágico e subterrâneo rei que foi perdendo os seus poderes. Somos encarregues com a tarefa de esperar 400
dias, até que seja tempo para o nosso rei acordar, e aí o mundo terá o seu período
de dor e sofrimento!
Na verdade, existe sempre a hipótese para aqueles jogadores menos pacientes de não tocarem no jogo por 400 dias e no final simplesmente verem a cutscene e terminar o jogo. Mas para os jogadores mais interessados e que não se importem de passar algumas horas entretidos com a sua pequena sombra, existem várias atividades que se podem realizar, como é o caso de ler um livro, desenhar ou até explorar todos os corredores e cavernas deste mesmo título.
Ao longo deste título, três grandes temas foram recorrentemente explorados e sentidos. Estamos a falar da solidão, ansiedade e espera, sentimentos que o jogador experiência em termos de imersividade.
Consequentemente, no que se refere às actividades, é de salientar a jogabilidade simples, intuitiva e, convenhamos, simplista que a torna bastante descontraída e livre. O facto de não existirem objectivos concretos, para além de aguardar pelo acordar do nosso rei, providencia uma total liberdade ao jogador de decidir o que fazer com o seu tempo.
De entre as várias actividades disponíveis, temos a possibilidade de explorar as diferentes salas e caminhos da caverna onde decorre o jogo, sentarmo-nos simplesmente a ler um livro, ou até inclusive desenhar quadros, para que com o tempo possamos decorar o quarto da nossa sombra.
No que se refere ao quesito do grafismo e banda sonora, os gráficos são simples e meio toscos, mas que consegue providenciar um ambiente imersivo que combina com as temáticas centrais do jogo, complementando perfeitamente a banda sonora e efeitos de som.
Efectivamente a banda sonora é de igual forma assente no simplismo, sendo na sua grande maioria constituída apenas pelos ruídos e barulhos de fundo da caverna em si, ainda que por vezes exista uma ligeira melodia que nos é apresentada de modo a cortar esta solidão.
A questão é que estes dois aspectos em combinação, funcionam perfeitamente, pois conseguem enquadrar a num pacote aquilo que o jogo pretende transmitir enquanto uma experiência interactiva.
Conclusão
The Longing é um tipo de experiência incomum para a Nintendo Switch. Com uma ótima combinação de uma componente audio-visual simples e por vezes tosca, uma premissa bastante interessante e um passo lento poderá não ser um título para todos. Existem sempre formas de “acelerarmos” o tempo ou a passagem do mesmo, quer seja a decorar o quarto da nossa sombra ou até a passear pelos vastos e inúmeros corredores e salas da nossa caverna. Mas este é sem dúvida um titulo que requer algum gosto por este mesmo estilo pois não conseguiremos completa-lo em apenas uma semana ou duas.
O Melhor:
- Estilo de jogo original;
- Imersivo;
- Liberdade para o jogador viver a história como desejar;
O Pior:
- A lentidão e o solidão são partes inescapável do jogo;
- Jogo com um único objetivo que pode não ser a melhor escolha para todo o público;
Pontuação do GameForces – 8,5/10
Título: The Longing
Desenvolvedora: Application Systems Heidelberg Software GmbH
Publicadora: ASHGAMES
Ano: 2021
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela ASHGAMES.
Autor da Análise: Bruno Ferreira
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