Na análise de hoje iremos embarcar numa nostálgica viagem por um título, de um género que nos apresentou algumas das experiencias mais icónicas no ramo dos videojogos: As aventuras “Point n’click”. Contudo, “Dude, Where’s my beer” é um jogo recentemente lançado. Por este facto, alguns de vocês estão a perguntar-se: Uma viagem nostálgica porquê? Simples, tudo neste jogo, desde as suas mecânicas, ao seu enredo, personagens e arte respiram anos 90 pelos seus poros. Por isso se são fãs de Secret of Monkey Island, Day of the Tentacle, Beneath a Steel Sky ou Leisure Suit Larry, este é o jogo para vocês!
Indo por partes, em “Dude, Where’s my beer”, seguimos as peripécias e aventuras de um simples homem na sua demanda em conseguir beber uma cerveja. Naturalmente, basta lerem o nome do jogo para perceber o objectivo, mas num mundo cada vez mais confuso de cervejas artesanais, com diferentes sabores ou edições limitadas, revela-se um desafio tremendo para o nosso herói conseguir beber uma simples Pilsner (basicamente uma daquelas cervejas normais que estamos habituados a beber!).
O jogo aborda esta aventura como uma óptima sátira aos tempos modernos, onde é cada vez maior o movimento de hipsters arrogantes. Estes são indivíduos que procuram diferenciarem-se da generalidade da população, recorrendo a versões alternativas daquilo que sempre demos por garantido. Se por um lado é uma óptima forma de abordar a vida, estando aberto a novas experiencias, por outro chega a atingir o limite do ridículo em algumas situações. São estas mesmas situações que o jogador terá de ultrapassar.
A nossa aventura começa quando, numa viagem de camioneta, o protagonista efectua uma paragem de 30 minutos em Oslo para descanso do motorista. O que fazer? Naturalmente beber uma fresquinha seria a forma ideal de passar o tempo. Contudo somos um homem de tradições e somente queremos beber uma simples cerveja normal, sem nada de especial. Após visitarmos os primeiros 2 ou 3 bares começamos a finalmente a interiorizar a tarefa hercúlea a que nos propomos!
Durante o jogo vamos interagindo com diversas personagens, cada uma com uma personalidade bem especial e diferenciada. Estas mesmas personagens irão encaminhar-nos no sentido dos puzzles e soluções que temos de resolver para avançar no jogo. Efectivamente estas mecânicas são bem conhecidas para os fãs do género point n’click, onde o insólito e o ridículo andam de mãos dadas. Para o jogador, é essencial conseguir ter um pensamento “Out of the Box” para algumas soluções. Inclusive, nós na Gameforces, reconhecemos a necessidade de recorrer a ajuda externa em uma ou duas situações!
O controlo da personagem em si é bastante intuitivo, tendo que escolher qual a acção a concretizar e sobre que item. Deixamos a recomendação de utilizarem as teclas de atalho, pois irão poupar imenso tempo de andar com o rato de um lado para o outro no ecrã!
No sentido de conseguir encontrar uma forma de inovar, o jogo introduz uma barra de embriaguez. Basicamente, dependendo do estado da nossa personagem, iremos conseguir concretizar certas actividades ou não. Por exemplo, devido a ser introvertido, ele somente consegue falar com as pessoas depois de beber uma cerveja. Se por ventura quisermos andar a mexer no lixo, ou sanitas, precisamos de uma bela dose de “coragem liquida”! Por outras ocasiões temos de deixar passar o tempo para a embriaguez reduzir e conseguirmos concretizar tarefas mais complexas.
Para além de um enredo peculiar, existem ainda outros dois aspectos nesta experiencia que a diferencia das demais: o seu grafismo e banda sonora. Em “Dude, Where’s my beer” somos brindados com uma arte cuidadosamente desenhada à mão por Edo Brenes, um ilustrador de banda desenhada, que nos apresenta uma quantidade de criatividade extraordinária. O número total de cenários não é muito elevado (cremos que talvez uma dúzia de ecrãs diferentes), mas os existentes estão devidamente caracterizados e com um óptima sensação de apresentar um ambiente envolvente e cativante. No que se refere à sua banda sonora, de autoria de David Børke, está cativante e funciona um pouco como uma cola que envolve todos os elementos do jogo. Efectivamente é a combinações destes dois aspectos Audio-visuais que no transmite uma experiência diferenciada dos demais no género.
No que se refere a oportunidades de melhoria, salientamos que por vezes ficaremos colocados em situações onde não conseguimos discernir o que fazer a seguir. Principalmente no início da aventura, quando andamos um pouco perdidos a compreender o que é necessário fazer. E claro, a quantidade enorme de itens com que podemos interagir no cenário, alguns sem utilidade prática, somente irá agravar esta situação.
Conclusão
Em “Dude, Where’s my Beer”, somos brindados com uma experiencia icónica daquilo que o género apresenta de melhor. Ainda que denotando uma saudável influência de outros conhecidos títulos, este consegue facilmente e por seu próprio mérito destacar-se dos demais. Se gostam de cerveja e uma boa sátira à sociedade moderna este é o título ideal para vocês! Agora se me permitem, vou beber uma cerveja!
O Melhor:
- Grafismo e banda sonora
- Enredo e personagens peculiares.
- Puzzles cativantes
O Pior:
- Por vezes é complicado discernir o que fazer a seguir.
- Muitos itens aparentam não ter utilidade prática.
Pontuação do GameForces – 8.0/10
Título: Dude, Where’s My Beer
Desenvolvedora: Arik Zurabian, Edo Brenes
Publicadora: Arik Zurabian
Ano: 2020
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para o PC, através de um código gentilmente cedido pela Games Branding.
Autor da Análise: Carlos Silva
[Análise] Dude, Where's my Beer [PC]
Reviewed by Carlos Silva
on
abril 01, 2021
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