Com o nome de Curse of the Dead Gods, este titulo vem apresentar uma visão um pouco diferente do tão conhecido estilo roguelike. Produzido pelas hábeis mãos da produtora Passtech Games, chega-nos este belíssimo titulo que, seguindo um pouco as ideias do tão aclamado Hades, nos vem demonstrar mais uma vez que as consolas não dependem apenas de jogos "Triple A" para se fazer valer.
Como roguelike que é, Curse of the Dead Gods coloca o jogador em masmorras criadas aleatoriamente, ou seja, em desafios cujos layout e inimigos, armadilhas e tesouros estão sempre distribuídos de forma diferente, fazendo com que nenhuma exploração seja igual a anterior. Uma nova e diferente aventura de cada vez que entramos numa nova dungeon!
Quando falamos deste titulo não podemos deixar de falar da sua história, que apesar de simples não deixa de ser cativante. Neste jogo, encarnamos um explorador extremamente ganancioso que explora a tumba de antigos deuses em busca de riquezas. Porém, a sua aventura nesse lugar custa-lhe caro, porque a cada nova porta aberta uma maldição cai sobre ele. Portanto, o seu objetivo é destruir o campeão da morte e sair vivo desta masmorra.
A narrativa de Curse of the Dead Gods não é contada em palavras, mas sim através de deduções daquilo que vamos podendo ver e vivenciar durante a nossa gameplay. É através das diversas incursões que iremos aprender um pouco das história criada.
No que se refere à jogabilidade, somos presenteados com mecânicas bastante típicas do género, sendo que ao mesmo tempo existem alguns elementos bastante próprios do titulo em si, como por exemplo o mecanismo de luz e trevas. Durante o nosso jogo somos confrontados com masmorras que se encontram completamente às escuras, onde dispomos apenas de uma tocha para iluminar o nosso caminho. Com este mecanismo somo confrontados com uma situação: lutamos com os inimigos que nos aparecem pelo caminho e arriscamos sofrer mais dano por estarmos às escuras ou usamos a tocha para lutar e causamos menos dano aos inimigos?
Contudo a jogabilidade não é o único trunfo deste jogo. Também no que se refere à vertente gráfica, nada podemos dizer mal deste mesmo titulo, uma vez que somos presenteados com uns graficos excelentes e muito bem conseguidos para os estilo que nos é apresentado.
Não poderemos deixar de exaltar a animação em si, muito similar ao já mencionado Hades, dando um toque que combina muito com as ações gerais do titulo. Este aspecto proporciona ao jogador um vislumbre bastante bem conseguido do trabalho da produtora.
Algo muito importante de mencionar é que, mesmo com tanta coisa a acontecer no ecrã graficamente, nunca perdemos o nosso personagem de vista. Este aspecto representa um factor crucial, visto que neste estilo de jogo a confusão gerada pela quantidade de elementos no ecrã é meio caminho andado para morrer rapidamente.
Elaborando um pouco mais o tema do gameplay, é necessário falar do tipo de exploração e de como este é criado.
Como previamente mencionado, a exploração do jogo é dividida em “secções”, onde de cada vez que é necessário refazer uma missão ou morremos, as dungeons mudam completamente. De forma a podermos evitar a morte iminente, existem alguns bônus em cada “sala”. Eles são divididos em: ouro, estatísticas, arma, upgrade, desconhecido, batalha opcional, bênção, cura e, finalmente, boss.
Este formato poderá parecer algo complicado de assimilar no inicio do jogo, principalmente no momento em que somos obrigados a trilhar um caminho que não nos leva á secção desejada. Porém, após algumas tentativas e repetições, começamos a conseguir a prática necessária de modo a que possamos tirar o maior partido e proveito desta mesma situação.
Apesar de, nos primeiros niveis este titulo passar ao jogador uma sensação de "facilidade", após algumas horas somos esmagados pela noção de ser um falso sentimento. Conforme avançamos por entre as diferentes dungeons a facilidade termina e somos confrontados com um jogo que exige do jogador alguma destreza e pensamento rápido de forma a não sermos mortos pelos diferente inimigos e não só que nos vão aparecendo pelo caminho.
Apesar deste esquema de tumbas e secções poder parecer um pouco aborrecido, com o tempo o próprio jogador começa a ganhar algum fascínio por esta mecânica. Isto fará com que possamos passar alguma horas em frente a este jogo sem que fiquemos aborrecidos, permitindo que o jogador tenha acesso a mais recursos divertidos na sua exploração.
No geral consideramos que toda a jogabilidade envolve bastante bem o jogador sendo tornando a experiencia bastante dinâmica e muito fluída. Falando de jogos roguelike não podemos deixar de mencionar as armas existentes! Neste titulo, estas estas estão divididas em apenas três categorias: principal, secundária e duas mãos.
Falando agora um pouco em termos de comandos, encontramos neste titulo uma composição bastante simples e didática dos próprios comandos de jogos. Acreditamos que nenhum jogador terá qualquer dificuldade em entender e perceber o que faz cada comando. Apesar da sua simplicidade, ao longo da nossa experiencia estes podem tornar-se algo repetitivos.
Como mencionado antes, existe a possibilidade de repetirmos os diferentes níveis. De forma a aumentar o fator de rejogabilidace, o jogo apresenta alguns recursos de melhorias, como é o caso das habilidades passivas. Estas são possiveis de adquirir na loja do jogo, mais conhecida como UnderWorld.
Aqui poderemos adquirir um vasto leque de habilidades passivas, mas em contrapartida apenas poderemos utilizar no máximo 3. Consequentemente o jogador vê-se obrigado a decidir qual será o tipo de configuração que pretende realizar na seguinte dungeon em que participar.
Existe ainda um último ponto que acreditamos ser essencial mencionar, pois este será o fator que mais diferencia este titulo dos restantes do género. Estamos a falar da maldição do explorador. A cada nova área, o personagem ganha pontos de corrupção. Ao atingir o limite, uma maldição aleatória cai sobre ele, tornando a aventura mais difícil.
Apesar destas maldições muitas vezes serem vistas como algo mau, estas trazem vários efeitos que podem ser benéficos ao nosso personagem. Sendo um deles, por exemplo, a impossibilidade de iluminar ambientes com a tocha, mas em contrapartida o nosso personagem não sofre dano extra estando no escuro.
É preciso deixar claro que os pontos de corrupção não são obtidos exclusivamente ao atravessar as portas. A dificuldade está, justamente, em atravessar toda a dungeon sem que sejamos derrotados e mortos pelos inimigos. Isto porque os ataques destes também nos dão pontos de corrupção) ou pelas tentações das oferendas, que também podem causar corrupção.
Curse of the Dead Gods é um jogo simples, mas complexo ao mesmo tempo. São muitos os recursos que prendem o jogador a este titulo e que nos fazem querer conquistar tudo. Embora exista alguma repetição após algum tempo, o título mostra-se capaz de nos prender por várias horas de forma a podermos percorrer várias dungeons e defrontar vários inimigos. Se forem jogadores que gostam de desbloquear tudo num jogo, existe ainda um troféu que exige conseguir os rascunhos de todos os monstros do jogo.
Conclusão
Como uma lufada de ar fresco, este simples mas ao mesmo tempo complexo e desafiante titulo demonstra inspirações claras em outros famosos lançamentos do género. Este aspecto proporciona ao jogador uma saudável diversão e entretenimento variado. Podemos dizer que o que falta de narrativa em Curse of the Dead Gods é compensado por uma jogabilidade focada e diferente. O estilo de combate é interessante, a exploração é recompensadora e os sistemas de jogo são suficientemente diversos para torná-lo um vencedor.
O Melhor:
- Visuais bastante atrativos e imersivos;
- Diferente e diversificado estilo de combate em conjunto com o mecanismo de pontos de corrupção;
- Várias horas de entretenimento;
- Diversidade de mecânicas de jogo e opções de melhorias.
O Pior:
- Repetitividade pode por vezes se tornar aborrecida;
- Sistema de habilidades passivas um pouco limitante;
- Fraca componente narrativa.
Pontuação do GameForces – 8,5/10
Título: Curse of the dead Gods
Desenvolvedora: Focus Home Interactive
Publicadora: Passtech Games
Ano: 2021
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela Focus Home Interactive.
Autor da Análise: Bruno Ferreira
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