O Anúncio
À semelhança do anúncio de Joker, o anúncio de Sephiroth foi transmitido durante a cerimónia de The Game Awards. A abrir a porção principal do evento, o trailer de revelação mostra Galeem a ser derrotado por um único golpe da Masamune, a arma de Sephiroth, ao mesmo tempo que as inconfundíveis primeiras notas de One Winged Angel começam a tocar.
Se acompanham fervorosamente o universo de Final Fantasy VII, provavelmente o trailer vos suscitou um déjà-vu: o vídeo de revelação de Sephiroth, desde o momento em que o soldado de elite aparece, é uma reinterpretação do seu confronto com Cloud em Final Fantasy VII: Advent Children. Como podem ver no vídeo comparativo abaixo, várias das cenas da batalha são adaptadas para incorporar as outras personagens de Smash, ao mesmo tempo que mantêm alguns os seus momentos mais marcantes – incluindo a promessa de Sephiroth de que “nunca se tornará uma memória”, que agora parece mais concretizada do que nunca.
No dia 23 de dezembro, Sephiroth
tornou-se disponível para todos os que tivessem adquirido a personagem ou o
Fighters Pass; no entanto, durante os sete dias anteriores, os possuidores da
DLC podiam enfrentar o arqui-inimigo de Cloud para o desbloquear
antecipadamente, num modo de tempo limitado denominado Sephiroth’s Challenge.
Inicialmente, o plano da equipa era apenas disponibilizar a personagem mais
cedo a quem fosse capaz de vencer o modo numa única tentativa, mas a ideia
foi descartada.
A Personagem
O nome de Sephiroth é
indiscutivelmente sonante para quem possuía uma PlayStation nos anos 90. O mais
recente lutador de Smash estreou-se em Final Fantasy VII, um dos mais populares
jogos da prestigiada série de RPGs da Squaresoft, enquanto vilão principal da
narrativa.
Anteriormente aos eventos do
jogo, Sephiroth era um soldado sem igual, sendo por isso um herói de guerra da
divisão militar SOLDIER respeitado e idolatrado pelos seus pares, incluindo
Cloud Strife, o protagonista de Final Fantasy VII. Contudo, este lendário
guerreiro acabou por enlouquecer e almejar destruir o mundo. Ainda poderíamos
dizer muito mais sobre este vilão, incluindo a sua propensão por brindar Cloud
com memórias traumáticas, mas, para evitar estragar a experiência de quem ainda
não vivenciou FFVII, ficaremos por aqui – embora o título já tenha mais de 20 anos,
a sua estreia em consolas Nintendo apenas decorreu no ano passado.
Após o lançamento de FF VII, Sephiroth fez múltiplas
aparições em vários spin-offs. Não só
apareceu em spin-offs Final Fantasy, como os jogos Dissidia, mas também
em várias séries não relacionadas, como Kingdom Hearts, Puzzle & Dragons e Yo-kai
Watch. Foi em Kingdom Hearts que a asa única de Sephiroth como a conhecemos hoje estreou, tendo integrado
o design da personagem desde então.
E quando dizemos “desde então”, estamos
a referir-nos à Compilation of Final Fantasy VII, uma série de lançamentos iniciada
em 2005 que detalha os eventos que precedem e sucedem a narrativa de FF VII,
incluindo um jogo para dispositivos móveis e um filme CGI, denominado Advent
Children.
Estas conjunto de novos
lançamentos terminou em 2009, mas em 2020 a história de Cloud e Sephiroth
voltou a receber um palco em Final Fantasy VII Remake, lançado exclusivamente
para a PS4 – se estiverem curiosos, podem ler a nossa análise do jogo.
Tal como Sakurai indicia durante a sua apresentação em direto, este não é um remake
no verdadeiro sentido da palavra. Sem querermos entrar mais profundamente no tema,
apenas dizemos que a história de Sephiroth ainda é um livro aberto.
O Lutador
Em Super Smash Bros. Ultimate,
Sephiroth empunha a Masamune, a única arma que ele usa em FF VII. Esta espada é a mais longa de Smash Ultimate, mas em contrapartida os seus ataques
são lentos. O seu ponto mais forte dos seus ataques de corte é mesmo acima do
meio da lâmina, enquanto que para estocadas o dano é maior na ponta. Para além
de poder ser usada para ataques, Masamune pode ser usada para recuperação, visto
que as estocadas permitem a Sephiroth suspender-se de paredes.
Para os seus ataques especiais,
Sephiroth utiliza algumas das suas habilidades icónicas: Shadow Flare,
Scintilla e Octaslash. Para além destas, o arqui-inimigo de Cloud consegue usar
as habilidades mágicas Flare, Megaflare e Gigaflare. Apesar de estes spells serem
usados por diversos vilões em diferentes jogos Final Fantasy, Sephiroth não tem
acesso a nenhum deles. Blade Dash também nunca integrou a sua gama de ataques: esta habilidade foi criada de raiz para o moveset do One Winged Angel.
De fora não podia ficar Supernova, o infame ataque da batalha de boss de Final Fantasy VII em que Sephiroth invoca um meteoro e destrói o sistema solar inteiro, numa cinemática de 2 minutos e que aqui regressa como o Final Smash do super soldado. Por algum motivo, a equipa liderada por Sakurai encurtou a duração deste ataque, mostrando apenas os pontos altos dele: a transição de Sephiroth para a forma Safer Sephiroth, a destruição do Sol e a consequente destruição da Terra. Tal como no jogo original, as personagens atingidas por este Final Smash receberão um status effect: Sleep, Flower, Slow down, reversão dos controlos, quebra de Shield, ou aumento da distância de lançamento.
— 桜井 政博 / Masahiro Sakurai (@Sora_Sakurai) December 20, 2020
Quando Sephiroth atinge percentagens
de dano altas, ele entrará na sua forma alada, aumentando a sua velocidade e
força, dando-lhe super armor e permitindo-o executar um salto adicional
no ar. A percentagem de dano à qual a asa surge depende da sua (des)vantagem em
pontuação ou vidas: por exemplo, se Sephiroth possuir menos duas vidas do que o
seu adversário, a forma alada será ativada aos 90%.
A implementação da asa de
Sephiroth vai de encontro ao foco que a Nintendo deu à aparição do vilão em
Final Fantasy VII: Advent Children. A aparência de Sephiroth e da Masamune são
baseadas nos seus design de Advent Children, e Toshiyuki Morikawa, que
deu voz ao antagonista no filme, dá voz ao lutador de Smash (que apenas tem voz
em japonês em Smash). Apenas duas das skins de Sephiroth fogem deste âmbito:
as skins 7 e 8 em que ele aparece em tronco nu aludem a uma batalha boss
contra ele em Final Fantasy VII.
Já que estamos a falar de coisas quentes, aproveitamos para apresentar a última grande referência adicionada a esta personagem. Quando Sephiroth vence um combate, o seu ecrã de vitória mostra-o rodeado por chamas, numa referência ao momento em que Sephiroth se torna um vilão.
O Cenário
Se bem tento esconder spoilers,
aqui não há buraco onde possa meter a cabeça. O cenário em si é inocente:
consiste apenas numa plataforma central e duas plataformas menores nas extremidades.
O problema é o que está a acontecer atrás dele. O fundo do cenário retrata as
cenas que ocorrem no final de Final Fantasy VII, quando Cloud e os seus
companheiros enfrentam Sephiroth na derradeira batalha do jogo.
Uma reclamação comum dos fãs da inclusão de Cloud em Smash era a escassez de músicas de Final Fantasy. Antes da adição de Sephiroth, apenas duas músicas podiam ser ouvidas no cenário Midgar, um número que apenas via um rival nas composições da série Game & Watch – uma comparação especialmente deprimente visto que todo o áudio nos jogos Game & Watch se resume a beeps. Felizmente, agora os fãs de FF VII podem olhar para a seleção de músicas de cara direita, dado que este conjunto DLC adiciona nove músicas do jogo a Smash Ultimate, sendo quatro delas arranjos inéditos.
É impressionante a capacidade de
Smash de juntar sob o mesmo teto personagens são dissonantes como Steve e
Sephiroth. Já estamos a meio do Fighters Pass Vol.2, cada vez se torna mais
evidente que é impossível prever cada nova adição ao roster. Por isso,
só nos resta aguardar!
Nota: este artigo foi realizado com base num código para o Fighters Pass Vol. 2, gentilmente cedido pela Nintendo Portugal.
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