No dia 19 de novembro, os portugueses
começaram a adquirir e a receber as suas consolas da nova geração PlayStation.
Durante a promoção da nova consola, a retrocompatibilidade com jogos PS4 foi um dos tópicos mais relevantes para os jogadores, tendo também sido
foco de muitas reportagens e de muita especulação. Agora, já com a PlayStation
5 nas nossas mãos, pudemos largar a nossa “velhinha” PS4 (a original), testar
esta funcionalidade, verificar como esta está implementada e como afeta jogos
adquiridos ou disponíveis de várias formas.
Assim, este artigo resulta de cerca de 5
dias dedicados a jogos de gerações anteriores, acedidos na PlayStation 5
através de diversos métodos: (1) comprados digitalmente, (2) comprados
fisicamente, (3) disponíveis na PS Plus Collection, e (4) disponíveis
na PS Now. Com um misto de jogos exclusivos, produzidos por terceiros,
remasterizações e indies, apresentamos o funcionamento de 30 jogos
lançados anteriormente à nova geração, na esperança de dar uma ideia completa dos
aspetos positivos e das limitações da retrocompatibilidade na PS5.
(Nota: a televisão onde estas
experiências decorreram não tem capacidade 4K nem HDR, pelo que a ligação a uma
televisão mais moderna poderá resultar em experiências de jogo diferentes.)
The
Witcher 3: Wild Hunt (2015)
Jogado: uma missão secundária deixada por fazer e alguma
exploração
A primeira coisa na qual reparei foi o
tempo de carregamento muito mais curto. Continua a não ser fenomenal,
certamente não carrega tão instantaneamente como outros jogos que se seguirão.
Já a nitidez da imagem apresenta-se como bastante melhorada, mais notavelmente
nos detalhes da armadura de Geralt. Também os efeitos luminosos se apresentam
mais pronunciados. Já o desempenho está consistentemente fixo nos 30fps, não
sofrendo qualquer quebra ao contrário do que se via na PS4.
(De recordar que uma versão melhorada
nativa está a caminho da PlayStation 5, chegando em 2021)
Ghost of Tsushima (2020)
Jogado: do início até ao primeiro confronto com o Khan
Este foi o primeiro jogo que
experimentei no qual haviam sido explicitamente indicadas as melhorias a
esperar na PlayStation 5. De facto, encontrei um jogo com uma imagem muito mais
límpida e um desempenho consistentemente nos 60fps, tanto no modo de desempenho
como no modo resolução (ambos me pareceram idênticos, embora reconheça que tal
se possa dever à minha televisão). A única
exceção a esta consistência prendeu-se com as cinemáticas pré-renderizadas, que
continuaram a assentar nos 30fps. Felizmente, as cutscenes renderizadas
em tempo real apresentam-se a 60fps, e conferem à generalidade da experiência
uma fluidez fenomenal.
Doom Eternal (2020)
Jogado: toda a primeira missão da campanha
O shooter na primeira pessoa que
considerámos ser o melhor de toda a geração anterior apresenta também várias
melhorias. Todas as cenas cinemáticas apresentam-se a 60fps, tal como a jogabilidade.
No entanto, esta última acaba por não ser tão fluída como esperava, uma vez que
a imagem se desfoca bastante enquanto nos movimentamos, algo fulcral e quase
constante neste jogo.
(Uma versão melhorada nativa havia
sido anunciada para a PlayStation 5, mas com o estúdio agora a pertencer à
Microsoft não há certezas se chegará à nova consola da Sony.)
Hotline Miami (2012)
Jogado: do início até final do capítulo 3
Num dos indies experimentados através de
uma instalação digital, não há grande coisa a reportar. A imagem, o desempenho
e a resolução do jogo continuam a ser exatamente iguais aos que encontrávamos
na PS4. Talvez a cor do jogo tenha sido ligeiramente melhorada, mas se assim é
as diferenças são irrisórias. No entanto, a arte pixelizada continua a ser um
deleite para os olhos, e a experiência continua a ser bastante prazerosa na
nova consola.
Fall Guys (2020)
Jogado: três episódios (nenhuma vitória), avançando um nível
Outro jogo indie, escolhido por se
tratar de uma experiência exclusivamente online. É com deleite que constato que
o desempenho se fixou bastante consistentemente nos 60fps, tanto nos menus como
nos jogos em si. É bom constatar também que a estabilidade dos jogos foi muito
mais bem conseguida na PS5, embora não consiga apontar se tal se deve a
atualizações por parte dos produtores ou à melhor placa de rede da consola. De
notar que não foi propriamente possível testar os tempos de carregamento, uma
vez que se está dependente de 59 outros jogadores online.
Saints Row: The Third Remastered (2020)
Jogado: do início até à incrível missão da penthouse
Mais um jogo lançado ainda este ano, mas
desta vez a remasterização de um título originalmente lançado em 2011. A
definição da imagem mantém-se idêntica à encontrada na PS4, sobretudo devido à
direção estilística do jogo. Inicialmente estranhei continuar preso nos 30fps
até encontrar uma opção nas definições para não fixar o desempenho nesses
valores. Após desligar esta opção, toda a ação, jogável e cinemática, correu irrepreensivelmente
a 60fps, não importando o quão caótica a mesma se apresentava. Todavia, os
tempos de carregamento apresentaram-se idênticos após as missões.
Grand
Theft Auto: San Andreas (2015, 2004 na PS2)
Jogado: do início até à infame missão de perseguir o comboio
Terminando esta secção com um jogo PS2
portado para a PS4, constatei que o jogo corre exatamente da mesma maneira que
na consola anterior. A resolução, a nitidez e o desempenho são idênticos,
verificando-se ainda os mesmos, mas ocasionais, rasgões verticais na imagem
algo notórios, mas que não prejudicam a experiência por aí além. Confesso que
não estava seguro se o jogo iria funcionar, por se tratar de um título lançado
originalmente no início do milénio, sendo positivo conseguir pô-lo a trabalhar
na PS5, ainda que sem melhorias.
Conclusões: Foram vários os títulos com melhorias visíveis na
vertente gráfica e no seu desempenho. Também os tempos de carregamento foram
notoriamente mais curtos na maioria das experiências, tal como havia sido prometido
pela Sony. No entanto, fica impressão de que muitas destas melhorias necessitam
da intervenção por parte dos produtores dos jogos, e que a consola não os
implementa automaticamente, algo que procuraremos averiguar melhor da lista de
títulos seguinte.
The Last of Us Part II (2020)
Jogado: do início até ao fim da primeira secção com Abby
Sendo um jogo lançado este ano, e o
grande candidato a melhor do ano, seria de esperar que melhorar esta
experiência na nova consola fosse uma das prioridades da Sony. Mas não. É com
estranheza, e, admito, algum desalento que verifiquei que nenhuma melhoria foi
implementada até à data. Continua a ser uma experiência fenomenal, visual e
tecnicamente, mas esperava encontrar um desempenho superior ao passar para uma
consola tão mais poderosa. À data, correm rumores de uma versão nativa
melhorada para a PS5, mas por enquanto a experiência mantém-se igual à da PS4.
Red Dead Redemption 2 (2018)
Jogado: do início até ao resgate de John Marston na neve
Mais um dos grandes jogos da geração
PS4, e outro jogo relativamente inalterado na nova consola da Sony. A imagem
mantém a resolução e a mesma nitidez (que por si só já era bastante
impressionante), e o desempenho continua fixo nos 30fps. A única mudança na
qual se pode notar diz respeito aos tempos de carregamento do jogo, que estão
de facto bastante mais curtos.
Dragon Ball Z: Kakarot (2020)
Jogado: alguma exploração, batalhas aleatórias e coleção das
Dragon Balls
Foi o primeiro jogo que experimentei,
sobretudo pelo segundo DLC ter sido a última coisa que joguei na PS4. Os dados
gravados na cloud foram recuperados com sucesso (algo que queria
bastante, tendo em conta que ainda falta lançar um último DLC para o jogo), mas
a experiência em si manteve-se praticamente inalterada. A qualidade de imagem e
de efeitos mantém-se, e continua a correr a 30fps, não tendo verificado nenhuma
das quebras presentes na PS4. Houve, no entanto, um bug onde um inimigo
aleatório andava à minha volta, sem iniciar o combate e prendendo-me no local,
pelo que fica a impressão de que mais algum trabalho será necessário para
otimizar totalmente a experiência na PS5.
Dreams (2020)
Jogado: primeira parte de Art’s Dream, 3 criações novas e 2 criações
jogadas anteriormente
Mais um exclusivo PlayStation lançado
este ano, mas com resultados genuinamente impressionantes. Com a vasta
quantidade de criações, não seria de censurar se as melhorias aplicadas não se
aplicassem a todas. Mas não foi o que encontrei. Ao regressar a algumas
criações previamente jogadas e das quais gostei e ao experimentar novas
criações (sem saber se já foram conseguidas na PS5 ou ainda na PS4), verifiquei
que todas correm fluidamente a 60fps e todas carregam muito rapidamente. É
difícil apontar mudanças na qualidade geral da imagem, uma vez que depende do
trabalho dos criadores, mas encontrei vários efeitos luminoso melhorados em Art’s
Dream.
Dark Souls 3 (2016)
Jogado: do início até imediatamente antes do boss Vordt of the
Boreal Valley
Este foi um jogo ao qual voltei há uns
meses na PS4, tendo verificado vários problemas no que ao desempenho diz
respeito. Ao lançar o jogo na PS5, devo confessar o meu entusiasmo ao verificar
as amplas melhorias neste aspeto, com o jogo a correr agora a 60fps de forma
extremamente consistente. Para além disso, parece-me que a resolução da imagem
foi também melhorada, não vendo nenhum elemento decorativo a surgir do nada, e
os detalhes ambientais e da nossa personagem estão melhores que nunca. Também o
carregamento após uma morte foi amplamente reduzido, outra melhoria bastante
positiva e que reduzirá a frustração dos jogadores.
Dark Souls Remastered (2018)
Jogado: do início até ao boss Taurus Demon
Depois de ver as melhorias implementadas
no jogo anterior, tinha de experimentar a remasterização do original. Com a
sequência cinemática (pré-renderizada) a correr a 30fp, foi bom verificar que
toda a jogabilidade decorria a uns estáveis 60fps, o que por si só melhora
bastante a experiência. Algumas melhorias nos efeitos luminosos, mas as
texturas e os modelos mantêm-se relativamente inalterados. Claro que o grande
teste às melhorias seria passar pela infame Blighttown, o que terá de ficar
para um dia mais tarde.
Minecraft PS4 Edition (2014)
Jogado: do início até contruir uma cabana com cama e encontrar
carvão
O único título que se possa considerar
indie que tinha na minha coleção de jogos físicos para a PS4. Antes de criar um
novo mundo, verifiquei se todas as definições gráficas estavam no máximo, e
arranquei para uma nova aventura. Destaco o facto de um carregamento bastante
rápido do novo mundo e de o jogo correr consistentemente a 60fps. Quanto ao
resto, o jogo apresenta-se exatamente como esperado, com a sua direção
artística cubista e colorida intocada. Teria sido agradável ver a tecnologia ray-tracing
implementada (tal como já se pode ver na versão para PC), mas parece que
teremos de esperar por uma inevitável edição PS5 para perceber se tal vai
acontecer.
Deadpool (2015, 2013 na PS3)
Jogado: do início até derrotar (e deixar escapar) Chance White
Jogo escolhido meramente por estar
atualmente indisponível para aquisição, e achei que seria interessante
verificar se os jogadores com uma versão física do jogo ainda o poderiam
aproveitar. Felizmente, a resposta é sim, é possível jogar este título desde que
se tenha uma cópia física (e uma PS5 com leitor de discos, claro). Quanto à
experiência de jogo, esta é sem surpresas equivalente à encontrada na PS4, com
a mesma nitidez de imagem, o mesmo desempenho a 30fps e com os mesmos
congelamentos ocasionais da imagem.
Conclusões: Apesar de algumas surpresas, a generalidade dos jogos
parece ter recebido melhorias visíveis, algumas das quais bastante importantes
para as respetivas experiências, como é o caso dos títulos Dark Souls.
No entanto, e visto que alguns dos maiores títulos PS4 não foram notavelmente
melhorados, é reforçada a ideia de que cada produtor terá de implementar ou
desbloquear algumas das melhorias que a PS5 pode oferecer. Nota positiva para o
facto de correr um jogo retirado da circulação, tanto física como digitalmente.
Wolfenstein
II: The New Colossus (2017)
Jogado: do início até escapar ao assalto de Engel ao nosso submarino
Jogo descarregado e não jogado em streaming.
Jogo corre geralmente a 60fps, mas não com a mesma estabilidade de tantos
outros títulos experimentados. Algumas sequências de ação (p.e., Blazkowicz a
voltar para a cadeira de rodas na primeira missão) sofrem de algumas quebras, e
as cenas cinemáticas pré-renderizadas continuam fixas nos 30fps. Já a qualidade
geral de imagem também parece inalterada, a julgar pelos modelos das
personagens menos detalhados quando comparamos com os ambientes ou as armas.
Beyond
Two Souls (2015, 2013 na PS3)
Jogado: do início até à conclusão da missão na embaixada
Jogo descarregado e não jogado em streaming.
Jogo que se pode considerar uma remasterização do seu original PS3, e que
apresenta algumas melhorias na nova consola. Os modelos das personagens parecem
ser mais nítidos, com alguns detalhes (p.e., a transpiração) a sobressaírem.
Reparei também na melhoria de alguns efeitos luminosos. Já os ambientes parecem
relativamente intocados, e o desempenho continua fixo nos 30fps, o que se
lamenta num jogo que aposta tanto em sequências cinemáticas com animações
cheias de nuances.
Red Dead Redemption (2010)
Jogado: duas missões de Bonnie MacFarlane e uma do Marshal de
Armadillo
Jogado por streaming, única opção
disponível. Basicamente, apresenta o mesmo desempenho e os mesmo problemas que
na PlayStation 4. A imagem apresenta-se sempre bastante nublada quando
comparada com a presente na versão PS3 original, o que se pode dever à
resolução 720p dessa versão. Apesar disso, foi surpreendentemente o jogo no
qual encontrei menos problemas de ligação, mas existiram alguns que geraram uma
ou outra distorção gráfica.
inFamous 2 (2011)
Jogado: do início até desembarcar em New Marais
Jogado por streaming, única opção
disponível. Mesmos problemas de nitidez de imagem do jogo anteriormente descrito
(possivelmente devido à resolução do original), o que foi menos notório nas cutscenes
pré-renderizadas. A jogabilidade foi relativamente fluída, com poucos problemas
de conexão a ocorrerem, e mesmo quando ocorriam não perturbaram o geral da
experiência por aí além. Continua a ser um grande jogo e que, juntamente com o
primeiro, deveria ser relançado na atual consola.
Sonic Generations (2011)
Jogado: do início até ao boss Death Egg Robot
Jogado por streaming, única opção
disponível. Mesmos problemas de nitidez de imagem que os jogos anteriores, mas
ainda mais notórios nas sequências de alta velocidade e que envolviam uma
elevada destruição ambiental. Senti também ocasionais atrasos no input e na
ação no ecrã, mas nunca o suficiente para perturbar excessivamente o meu
desempenho no jogo.
Sonic Adventure 2 (2012, 2001 na Dreamcast)
Jogado: primeira missão e primeiro boss de cada uma das
campanhas
Jogado por streaming, única opção
disponível. Claramente o jogo menos exigente dos que experimentei por streaming,
e estranhamente o que mais problemas sofreu. O indicador de problemas de
conexão foi uma constante da experiência, levando-me a não querer avançar mais
num dos jogos que marcou a minha infância. O ritmo era constantemente
perturbado, o atraso no reconhecimento do meu input foi frustrante e levou a
muitos saltos falhados, ao ponto de dar por mim a carregar no X duas vezes
sempre que precisava de saltar, para garantir que a ação acontecia.
Dead Cells (2018)
Jogado: até à primeira morte, que ocorreu perto do fim da Clock
Tower
Jogo descarregado e não jogado em streaming.
Jogo indie com o qual tinha alguma experiência, mas na Nintendo Switch, não na
PS4. A vertente visual do jogo apresentou-se mais vibrante do que me recordo,
com cores mais vívidas e animações sempre em 60fps. Quando nos movimentamos é
mais difícil de perceber o desempenho, uma vez que o plano de fundo fica algo
desfocado, mas quando estamos parados ou e atacar inimigos sem nos mexermos
muito, o desempenho apresenta aquele valor com bastante consistência.
Ape Escape 2 (2002)
Jogado: do início até completar os três primeiros níveis
Jogo descarregado e não jogado em streaming.
O único jogo onde uma notificação me avisou que o jogo poderia funcionar
estranhamente na PlayStation 5. E este aviso foi feito por um bom motivo, já
que verifiquei vários erros gráficos no decorrer da experiência. Várias
texturas e elementos do ambiente ou da interface do utilizador a piscar,
apresentando cores estranhas e distorcidas de cada vez que piscavam.
Mecanicamente, o jogo funcionou como seria suposto, e a nitidez geral da imagem
era a mesma encontrada na consola anterior
Conclusões: Infelizmente, parece que este serviço continua a não
ser uma aposta da Sony. Mesmo com uma placa de rede bastante superior à da PS4,
algo que pude comprovar com tantos downloads feitos durante o processo de
elaboração deste artigo, a qualidade dos jogos em streaming continua
muito aquém do ideal. No caso de Sonic Adventure 2, pode até haver alguma
questão com a compatibilidade. De resto, os jogos por download funcionam tão
bem como os comprados digitalmente, com vários dos títulos a apresentarem
melhorias face ao verificado noutras consolas. Também o facto de Ape Escape 2 ter
apresentado os problemas descritos reforça um pouco a ideia de ter de haver
algum trabalho de adaptação dos jogos à PS5, e não o contrário.
Bloodborne (2015)
Jogado: do início até derrotar o boss Cleric Beast
Quem tiver lido o artigo nos nossos
jogos preferidos da geração agora passada, encontra lá este título como a minha
escolha. Foi, portanto, com entusiasmo que instalei esta versão digital
oferecida pela PS Plus Collection. O jogo apresenta algumas melhorias,
nomeadamente no tempo de carregamento muito reduzido e na estabilidade do
desempenho. No entanto, e tendo em conta as experiências já relatadas com 2
jogos Dark Souls, é estranho verificar que o título continua preso nos
30fps, sobretudo porque este é o que mais teria a ganhar com desempenhos
melhorados. Também houve vários problemas de ligação aos servidores.
God of War (2018)
Jogado: do início até ao primeiro confronto com “o estranho”
Apresenta à partida a opção de um modo
de desempenho e outro de resolução. No modo de desempenho, toda a experiência
cinemática e de jogabilidade corre constantemente a 60fps, tendo também
reparado numa melhor definição de imagem e de detalhes. No modo resolução, o
desempenho regressa aos 30fps verificados na PS4, com a diferença na imagem a
não ser propriamente notória (o que admito se poderá dever à minha televisão).
O tempo de carregamento inicial é também melhor, e o DualSense apresenta um
feedback relativamente localizado tanto durante o combate como durante a
navegação, sendo o jogo experimentado que mais tira partido do novo comando.
Final Fantasy XV: Royal Edition (2018, jogo base em 2016)
Jogado: do início até ao final do primeiro capítulo
Depois de um erro aquando da primeira
tentativa de abrir o jogo, verificou-se que as sequências cinemáticas
pré-renderizadas se apresentam a 30fps. No entanto, tudo o resto neste jogo
corre constantemente a 60fps, resolvendo um dos maiores problemas encontrados na
PS4. A imagem é também geralmente mais nítida, com cores mais pronunciadas e
com detalhes mais notáveis, com a exceção de alguns elementos e obstáculos
ambientais, que apresentam texturas um pouco aquém do resto da experiência.
The Last of Us Remastered (2014)
Jogado: do início até ao primeiro encontro com Marlene
Tal como já acontecia na PS4, o jogo
corre muito estavelmente a 60fps, mas desta vez fica a impressão de que as
animações são ligeiramente mais fluídas. A qualidade de imagem também foi
melhorada, algo sobretudo notado nas sequências cinemáticas, tornando mais
suave a transição entre estas e as sequências de jogabilidade. Os tempos de
carregamento estão muitíssimo melhores, verificando também que o saltar de uma cutscene
me coloca novamente em controlo em menos de um segundo. Algumas texturas ou
saturações de alguns elementos ambientais denotam um pouco a idade original do
jogo, mas é na PS5 que um dos títulos mais marcantes desta indústria agora se
joga melhor.
inFamous: Second Son (2014)
Jogado: do início até destruir o primeiro comando móvel em Seattle
Mais um jogo que apresenta modos de
resolução ou de desempenho. No de resolução, a qualidade de imagem é
visivelmente superior ao visto na PS4, os efeitos luminosos devido ao ray-tracing
são notáveis e o desempenho fixa-se estavelmente nos 60fps. No modo desempenho,
o jogo corre acima de 60fps, e nota-se que o ray-tracing se desliga, mas
a qualidade de imagem é, de resto, praticamente idêntica. É talvez o jogo com
melhorias mais significativas, e não fosse pelas texturas e animações faciais
menos bem conseguidas nas personagens (onde a idade do jogo mais se denota),
poderia ser capaz de competir graficamente com o remake de Demon’s
Souls.
Persona 5 (2016)
Jogado: do início até escapar pela primeira vez do castelo de
Kamoshida
Talvez o jogo deste serviço com menos
melhorias visíveis ao se jogado na PS5. A sequência animada introdutória, a
jogabilidade, o combate e as animações mantêm-se todas as mesmas que se
encontrava na PlayStation 4, tudo a correr a 30fps. Os tempos de carregamento
foram marginalmente melhorados, mas nada de extraordinário ou que impacte
claramente a experiência geral. Talvez Persona 5 Royal apresente
melhorias mais marcantes, algo que terei de experimentar um dia mais tarde.
Crash
Bandicoot N. Sane Trilogy (2017)
Jogado: dois primeiros níveis de cada jogo da trilogia
Não havendo propriamente um jogo
independente nesta coleção de jogos, decidi experimentar aquele que me parece
ser o que tinha o orçamento mais baixo. É bom verificar que a qualidade de
imagem se apresenta melhorada, sobretudo no que diz respeito aos detalhes
ambientais mais nítidos. Os efeitos luminosos também se apresentam mais bem
conseguidos, mas o desempenho mantém-se nos 30 fps, ou seja, igual ao
encontrado na PS4.
Conclusões: Nem todos os
jogos incluídos nesta coleção apresentam tantas melhorias como se esperava, mas
é também aqui que agora ganhamos acesso aos jogos mais visualmente
impressionantes da geração anterior. Algumas das melhorias são verdadeiramente
gloriosas, e os detentores de uma PlayStation 5 quererão aproveitar esta nova
vertente do serviço PS Plus, mesmo que já tenham experimentado ou completado a
maioria destes jogos na anterior consola da Sony.
APRECIAÇÃO FINAL
Para uma manufatora que desprezou a
questão da retrocompatibilidade durante duas gerações praticamente inteiras, a
PlayStation 5 porta-se bastante bem. No geral, as promessas feitas durante a
promoção da consola foram cumpridas. A grande maioria dos títulos apresenta
melhorias, mesmo que mínimas, e apenas um dos 30 jogos aqui testados apresentou
problemas.
Apesar de não acontecer em tantos jogos
como esperava, são ainda uns quantos que apresentam vastas melhorias. Os jogos Souls
correrem a 60fps é uma dádiva, experienciar God of War e Ghost of
Tsushima com imagens mais nítidas e detalhadas, e com desempenhos também a 60fps
é glorioso, e ver inFamous Second Son a implementar ray-tracing e
competir com jogos da novíssima geração no que ao poderio gráfico diz respeito
é fenomenal.
Mas nem tudo é perfeito, e alguns jogos
ficaram aquém do que esperava. Bloodborne continuar preso nos 30fps é contraproducente,
The Last of Us Part 2 não apresentar qualquer melhoria (além do esperado
tempo de carregamento) é, no mínimo, estranho. Fico com a sincera impressão de
que a PS5 é apenas parcialmente responsável pelas melhorias verificadas, tendo de
haver algum trabalho por parte dos produtores para preparar os jogos de modo a
que tirem máximo partido das capacidades da nova consola da Sony.
Também a PS Now continua a apresentar
vários problemas com jogos PS3 sobretudo devido ao streaming ainda ser de
baixíssima qualidade, e perde expressivamente para o GamePass no que toca à
disponibilização de jogos dessa geração e anteriores. Em sentido inverso, a PS
Plus Collection apresenta-se como uma oferta muito mais entusiasmante. Sem aumentos
de custo associados à subscrição base da Plus, ganhamos acesso a uma excelente
e variada biblioteca de jogos da passada geração. Se a biblioteca da PS Now
fosse implementada neste serviço, e todos os seus títulos PS1, PS2, PS3 e PS4
pudessem ser descarregados, estaríamos perante um serviço absolutamente
fenomenal, tão bom como o da rival Xbox.
Concluindo, a grande maioria dos jogos
que experimentei corre pelo menos tão bem como na PS4, e vários deles jogam-se
melhor do que eu achava ser possível. Muito sinceramente, tal é a vontade que o
mais provável é voltar a mergulhar em alguns dos jogos que aqui experimentei e
aproveitar as novas qualidades de jogos por si só já excelentes. Posto isto, com
licença, que tenho ali um Demon’s Souls à minha espera e fazer-me olhos
de cachorrinho abandonado.
Artigo por: Filipe Castro Mesquita
Sem comentários: