[Análise] Watch Dogs Legion [PS4]


Após o lançamento do primeiro jogo do franchise, os fãs sentiram que a Ubisoft não tinha sido capaz de explorar todo potencial da ideia. Já no segundo títulohouve uma série de melhorias, tornado a sequela ligeiramente melhor. Passado 4 anos depois do lançamento de Watch Dogs 2, chega-nos Watch Dogs Legion.


O terceiro título da série traz-nos de volta as aventuras da DeadSec, uma organização de Hackers que luta contra a opressão do governo. Esta terceira entrada da série destaca-se por trazer duas grandes novidades ao franchise, tornando o jogo único e bastante inovador.


A primeira grande novidade é o local onde toda a ação se desenrola. Enquanto que nos outros jogos a ação passa-se em Chicago e São Francisco, Watch Dogs Legion toma lugar em Londres, num cenário fictício pós-Brexit que poderá não estar tão longe de se tornar realidade. 


Neste jogo, Londres é uma das cidades onde a versão mais recente do CTOS (CTOS.3) foi instalada, tornando a cidade numa “Smart City”. O CTOS é um sistema de vigilância de alta tecnologia onde tudo o que existe na cidade está interligado, desde os telemóveis de todos os Londrinos até aos vários drones que circulam a cidade 24 horas por dia. 


No decorrer de um atentado terrorista que abalou toda a cidade, Londres encontra-se sobre o domínio de uma companhia militar privada denominada Albion, levando a que a presença do governo seja inexistente. Além disso, cidade é também tomada por uma organização criminal impiedosa responsável por uma vasta rede de trafico humano. 


Neste cenário negro e caótico, cabe à DeadSec retomar Londres, criando uma resistência capaz de fazer frente á Albion, à organização criminosa que assombra a cidade e ao mesmo tempo desmascarar a Zero-Day, organização responsável pelos atentados terroristas.


É com este objetivo de criar uma resistência forte o suficiente que entra a grande novidade de Watch Dogs Legion. Pela primeira vez na história do franchise, qualquer um pode ser o herói. Ao longo da aventura, o jogador tem a possibilidade de recrutar qualquer pessoa que vagueie pelas ruas de Londres. 



Cada NPC (Non-Player Character), ou melhor, cada PPC (Playable – Player Character) pode ser recrutado, e cada um tem a sua história e um conjunto de habilidades únicas. Existe toda uma variedade de recrutas possíveis, desde operários capazes de chamar drones de carga; artistas de rua com uma arma de paintball ou até mesmo assassinos profissionais e espiões com gadgets únicos. 


Toda esta capacidade de poder recrutar qualquer pessoa e de cada um ter as suas habilidades distintas leva a que exista uma sensação de frescura ao longo do jogo, isto porque cada personagem é diferente e cada personagem tem a sua própria maneira de jogar. Enquanto que um espião adota uma abordagem mais furtiva, um hooligan opta por uma abordagem mais direta e agressiva, num combate corpo-a-corpo.


Ainda dentro desta nova funcionalidade de recrutamento, existe a possibilidade de jogar com o modo Permadeath. Quando este modo está ligado, se algum dos nossos membros da resistência morrer, morre para sempre. Este modo levou a que tivéssemos mais atenção como jogávamos e quais as abordagens que escolhíamos adotar. Quando se opta por jogar com o Permadeath, um simples erro pode tornar o resto do jogo um autêntico desafio. 


Todo este sistema de habilidades é bastante inovador, mas pouco profundo e desequilibrado. Apesar de existir um grande número de potenciais recrutas, muitos deles têm habilidades claramente inferiores e simplesmente inúteis, como por exemplo tocar harmónica. Por outro lado, existem personagens com habilidades que tornam as missões super fáceis, levando a que não exista qualquer tipo de desafio, como por exemplo um agente da Albion. 


Este desequilíbrio entre as várias personagens presentes na cidade de Londres levou a que jogássemos quase sempre com as mesmas 5 personagens. Para além disto, não existe qualquer forma de melhorar as habilidades das personagens ou mudar o equipamento que cada um leva, para além de um slot dedicado a Gadgets que qualquer personagem pode usar.



Algo que também é desequilibrado neste jogo são os vilões presentes ao longo da história. No total são 5 os vilões que necessitamos de derrotar, e o facto do protagonismo estar divido leva a que não exista uma presença constante de um vilão, fazendo-nos sentir que não há nenhum vilão principal.


Apesar de tudo, a história de Watch Dogs Legion é bastante interessante e fácil de seguir. Além das missões principais, existem também missões secundárias que nos permitem explorar Londres de uma forma mais profunda, acabando por serem missões secundárias bastante interressantes. 


Mecanicamente, Watch Dogs Legion é bastante divertido e fácil de se apanhar o jeito, existindo uma grande variedade de missões e atividades espalhadas por Londres. Contudo, todos os inimigos parecem ter o mesmo padrão de comportamento levando a que a missões possam parecer repetitivas a certa altura.


Graças a este comportamento repetitivo, derrotar um conjunto de guardas é bastante fácil, especialmente se optarmos por um combate corpo a corpo, visto que os inimigos não empunham as armas a não ser que nós o façamos primeiro.


Por fim, no que toca aos gráficos dos jogo, Watch Dogs Legion, destaca-se por ter um mundo impressionante e por ter uns gráficos simplesmente fantásticos. Já a banda sonora não é nada de especial, sendo que esta só está presente quando o jogador opta por conduzir por Londres.


Acreditamos que Watch Dogs Legion tem um sistema com imenso potencial por explorar, desde a criação de novas personagens, habilidades e missões. Esperemos que a Ubisoft seja capaz de fazer algum progresso através do Season Pass, que vai trazer novas personagens e missões. 

 

 




Conclusões

 

Apesar de ter algumas falhas, Watch Dogs Legion é uma experiência bastante inovadora e divertida. Ao existir uma grade variedade de personagens e abordagens possíveis de adotar, este é um jogo que tem inúmeras possibilidades, levando a que exista um sentimento de frescura temporário. Contudo, todas as boas ideias presentes no jogo não são exploradas ao máximo, existindo todo um potencial que não é suficientemente explorado.


O Melhor: 

  • Possibilidade de jogar com qualquer pessoa
  • O local onde a ação ocorre, Londres
  • Gráficos muito bons

O Pior:
  • Sistema de habilidades pouco profundo
  • Protagonismo dividido entre 5 vilões
  • Inimigos com padrões de comportamentos muito semelhantes


Pontuação do GameForces – 7.5/10 




Título: Watch Dogs Legion
Desenvolvedora: Ubisoft Toronto
Publicadora: Ubisoft
Ano: 2020

 

 Autor da Análise: Bernardo Lourenço

 


[Análise] Watch Dogs Legion [PS4] [Análise] Watch Dogs Legion [PS4] Reviewed by Bernardo Lourenço on novembro 21, 2020 Rating: 5

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