Genshin Impact: Que jogo é este e vale a pena o nosso tempo?

Para responder rapidamente a esta questão vamos ser directos, concisos e pragmáticos: Genshin Impact é um MMORPG gratuito , desenvolvido pela MiHoYo e sim, vale bastante a pena a nossa dedicação! 

Caracterizando-se como um RPG online, gratuito, busca inspirações de diversos outros consagrados jogos e experiencias nos videojogos. É exactamente o facto da forma perfeita de como conjuga todas estas componentes que fazem este título merecer a nossa dedicação. Para caracterizar esta experiencia melhor, vamos a “dissecar” nas suas diversas componentes e como cada uma contribui para experiencia global. 

Em termos de gráficos e conceito de mundo, estamos perante um jogo bastante idêntico a Zelda: Breath of the Wild. Muitos acusam-no de ser “uma cópia descarada” do famoso e incontornável título da Nintendo. Contudo, após dezenas de horas a atravessar o mundo de Genshin Impact, não podemos deixar de ficar encantados com a atenção ao detalhe que a produtora teve ao preparar os enormes cenários. Em toda a verdade, não é tão belo ou detalhado como Zelda, mas no global é uma experiencia bastante atraente e com um óptimo nível de profundidade. Mais do que o grafismo, o que eleva este título de uma “cópia” a uma “homenagem” a Zelda, é mesmo o cuidado com as dinâmicas e físicas do jogo durante a exploração de cenários. 

Na vertente de exploração somos brindados com diversos desafios, puzzles e missões que encontramos ao longo do mundo. Nunca se revelando demasiado saturantes ou em demasia, tornam-se momentos de entretenimento que nos fazem acreditar que é mais que um simples MMORPG. Naturalmente estes puzzles e missões reflectem muito a influencia que Zelda teve no seu desenvolvimento, mas felizmente numa vertente positiva. Contudo, nem tudo é igual ao título da Nintendo, apresentando componentes que divergem significativamente, como por exemplo as mecânica de combate, evolução e caracterização de personagem.

Também aqui, a MiHoYo buscou inspiração numa das mais consagradas series de RPGs: A série “Tales of”. Não somente em termos de design de personagens, mas principalmente pela caracterização de uma mecânica de um combate fluida e cativante, estamos presentes um título fortemente influenciado pela serie da Bandai Namco. Neste quesito, temos vários ataques e habilidades diferentes para cada personagem, ainda que sejam executados de forma idêntica independentemente da personagem escolhida, funcionando numa vertente de “Action RPG”. Contudo, é principalmente a forma de como é caracterizada cada uma das personagem principais que nos deixa cativados ao longo da experiencia e evolução da narrativa. 

Esta mesma narrativa, revela-se como um dos elementos essenciais para nos manter agarrados ao longo das várias horas de jogo, através de uma história cativante. No início do jogo somos brindados com uma série de eventos que cria o setting global do jogo, onde teremos de fazer uma das primeiras grandes decisões do jogo, que passa por escolher qual a personagem principal que vamos utilizar (rapaz ou rapariga). A restante aventura, sem querer levantar muito o véu, vai acompanhar a demanda da nossa personagem na tentativa de encontrar o seu outro irmão (que acabamos por não escolher). Durante as suas viagens, vamos encontrando diversas personagens, cada uma com uma caracterização e personalidade bem definida e cativante, assim como muitos desafios relacionados com o estado actual político e social deste mundo. É também durante estas missões que vamos experimentando essas mesmas personagens até saírem da nossa party e seguirem com a sua “vida”. 

Nesta fase, entra em vigor a vertente “gacha” que torna possível um jogo desta qualidade ser gratuito. Em toda a honestidade, se porventura fosse cobrado um valor simbólico para comprar este título (à semelhança de outros, como por exemplo Final Fantasy XIV), não seria de todo difícil de aceitar. Quem jogou este título, facilmente reconhece a refinada qualidade do produto final, ao ponto de justificar que fosse pago. Mas não, o jogo é gratuito e com isso chegam os compromissos que os jogadores de Genshin Impact tem de suportar. 

Ainda que dezenas de personagens possam fazer parte da nossa equipa ao longo das “Main Quests”, somente 4 são “gratuitas”. Bem, talvez 6, se considerarmos os bónus actuais para novos jogadores, isto porque personagens adicionais só podem ser desbloqueadas através de um sorteio aleatório de “desejos”. Fundamentalmente esta vertente funciona da seguinte formas: 

1. O jogador tem 4 personagens principais que acompanham a aventura principal e podemos utilizar na vertente online do jogo. 
2. Para desbloquear novos personagens temos de comprar “desejos”. Cada desejo pode ser comprado com uma de duas espécies de dinheiro “ingame”. 
3. Esses dinheiros “ingame” podem ser adquiridos através de dinheiro real (€) ou completando missões dentro do jogo que fornecem uns pontos especiais. 

Efectivamente é bastante mais rápido gastar algum dinheiro (€) na compra de itens que desbloqueiam de imediato o dinheiro para comprar desejos, mas a verdade é que para quem não desejar gastar dinheiro real a opção de seguir somente com quests ingame é bastante viável. Revertendo um pouco à experiencia que passamos, após cerca de 20 horas de jogo, conseguimos construir uma equipa de 8 personagens e várias armas de nível 4 ou superior. Depois disso a evolução torna-se algo mais lenta, mas também é um sinal que com poucas horas de jogos temos possibilidade de construir uma equipa diversificada o suficiente para jogar online com outras pessoas (e assim assumindo diferente “roles” nessas expedições). O título também nos bombardeia de missões secundárias mais “corriqueiras” que as secundarias principais. No fundo existem vários níveis de missões secundárias: umas mais importantes que ajudam a complementar a main quest, ajudando a compreender melhor cada uma das personagens e o seu background e outras que servem um pouco para encher e ajudar a farmar esses pontos necessários para trocar por desejos. 

Felizmente o jogo tem implementado um sistema de prevenção de “má sorte” e a cada 10 desejos temos pelo menos um artigo ou personagem de nível 4 (de 1 a 5 estrelas) garantido. Isto, em conjunto com o sistema de upgrade de armas e personagens, ajuda a manter o delicado equilíbrio que existe num RPG em relação à sua dificuldade. 

Por fim, resta-nos esclarecer a forma de desenvolvimento num MMORPG em evolução constante. De momento existem duas grandes áreas disponíveis, onde certas zonas vão se abrindo à medida que subimos o nosso nível de aventura. Em Genshin Impact existem dois pesos que medem a nossa evolução: O nível de cada personagem e o mais importante “Nível de Aventura”. Durante o combate a experiencia que ganhamos serve para aumentar o nosso nível de personagem e é o que caracteriza a sua força e “role” dentro da equipa. Também alguns itens de experiência de recompensa servem para fazer upgrade desta característica. Portanto, cada personagem, armamento e acessórios terão o seu nível individual, sendo todos estes possíveis de fazer upgrade. 

Já o nível de aventura reflecte o nosso estado sobre a aventura global. Para evoluir este nível temos de explorar áreas, desbloquear pontos de interesse, completar aventuras e quests, no fundo é o que define o nosso conhecimento global do mundo de Genshin Impact. Este mesmo nível é o que vai desbloquear certas zonas do jogo ou missões quando atingido o nível mínimo requerido. Este aspecto reflecte um dos pontos negativos do jogo, pois para avançar na história principal vamos ter patamares de nível de experiência que temos de cumprir e frequentemente temos andar a explorar o mundo para subir o nível de aventura antes de ser possível avançar com a main quest. Fundamentalmente, se quisermos somente seguir a main quest, será impossível fazê-lo. Este é um aspecto já verificado em jogos anteriores do mesmo estilo, e até exclusivos single player, como por exemplo Xenoblade Chronicles X. 

No global, é uma experiência bastante positiva, para um jogo gratuito e que facilmente consegue cativar o jogador durante horas a fio. A componente Gacha pode revelar-se um pouco exorbitante ao início, devido à quantidade de vários itens monetários dentro do jogo e da forma que é bombardeada dentro do jogo, existindo diversas lojas e páginas de trocas de pontos. Mas, no global, podemos simplesmente evitar essas componente e prosseguir com a nossa experiência se assim acharmos por bem, pois o jogo faz um óptimo trabalho em minimizar a diferença de qualidade das personagens e items mais comuns com alguns dos melhores. 

Por fim, resta-nos abordar os futuros upgrades planeados. Sendo um título “vivo” e em crescimento, a MiHoYo está a preparar um conjunto de upgrades ao longo de vários meses, ainda que o principal (adicional mais áreas de jogo) somente esteja planeado para daqui a uns meses: 

• Versão 1.1: Data estimada de lançamento dia 11 de Novembro, considerando um evento denominado de “Unreconciled Stars” 
• Versão 1.2: Data estimada de lançamento dia 23 de Dezembro, Abertura da área “Dragonspine” e eventos relacionados. 
• Versão 1.3: Data estimada de lançamento a Fevereiro de 2021, considerando mais um evento “Lantern Rite”. 

Artigo por: Carlos Silva