[Análise] Ultracore [NSW]



Numa era em que o 4k, grandes gráficos e altas produções milionárias imperam no mercado dos videojogos existe quem tente fazer o inverso. É o caso da Strictly Limited Games, uma distribuidora alemã de jogos físicos focada principalmente no colecionismo.  A empresa decidiu recuperar um jogo abandonado da Sega Genesis que segundo a produtora original, Digital Illusions, já estava 99% concluído, fazendo com que o trabalho para recuperar este tesouro esquecido não foi complicado. 

Mais que um jogo, Hardcore como seria o seu nome original é um pedaço da historia dos videojogos.  Fazendo parte dos tempos "áureos" da rivalidade entre a Nintendo e a Sega, estaria a competir com outros incónicos títulos dentro do mesmo género, tais como “Contra” ou “Alien Soldier”. Infelizmente sofreu um inesperado revés pois a sua distribuidora na época (Pysgnosis) estava em negociações para ser comprada pela Sony e acabou cancelado quando estava praticamente concluído.

A Base de Ultracore rege-se pelas regras básicas do género Run and Gun onde a história fica praticamente de lado, ainda que não seja completamente inexistente. Resume-se na sua essência a um soldado solitário a combater robôs mortíferos e a explorar um mundo apocalíptico estilo a saga cinematográfica Terminator.




A jogabilidade é um dos pontos fortes pois é tão fluída e simples que quase parece uma coreografia. O objectivo é simples e passa pela destruição tudo o que mexe durante os níveis. Podemos saltar e agarrar em algumas plataformas, para a ação temos apenas um botão para disparar em 8 direcções, outro para usar a bomba e um último apenas para trocar de armas. Ao longo dos níveis podemos encontrar um variado arsenal espalhado pelas diversas zonas que ajuda muito a quebrar a monotonia. Algumas armas e itens encontram-se escondidos em zonas secretas ou através de portas acessíveis apenas com cartões. Outro item muito importante que se encontra com alguma abundância são moedas onde podem ser usadas numa loja para adquirir equipamento.

Mas nem tudo é um mar de rosas pois quando menos se espera damos de caras com um Boss, cujo desafio de superar torna-os muito divertidos de tão boa que é a jogabilidade. Estes caracterizão-se por serem grandes robôs assassinos, sendo acompanhados de um contador de vida para sabermos quando ele vai ser derrotado. 




O único ponto negativo é que durante as missões temos um limite de tempo, ou seja não podemos perder muito tempo em exploração caso contrário perdemos uma vida. Contudo, mesmo neste aspecto Ulltracore também é bastante acessível pois temos várias vidas, vários “continues" e começamos sempre onde morremos ou então podemos pegar numa caneta e uma folha e escrever uma password como nos bons velhos tempos. (Ou só tirar uma foto com a consola).

Graficamente também não desilude com uma palete de cores sombrias que dão bastante charme ao jogo e ao seu tema. Na banda sonora brilha com sons e músicas electrónica/synthwave típicas da década de 90 e que encaixam excelentemente na acção, sendo obrigatório jogar com o som bem alto. Na versão especial destac-se a inclusão de uma banda sonora que contém não só as músicas do jogo, bem como outras de alguns artistas do estilo Synthwave.




Conclusão

Ultracore era uma joia perdida no tempo que felizmente foi resgatada e devolvida aos jogadores. Para aqueles que cresceram na era dourada dos 16 Bits, este título é obrigatório pois vai certamente reviver as boas memórias. Com uma jogabilidade fluída e agradável, bons visuais e uma banda sonora a altura, Ultracore acabou por ter um fim merecido.




O melhor:
  • Jogabilidade fluída
  • Visualmente e sonoramente excelentes
  • Um tesouro renascido
  • Um excelente título para colecionar…


O pior:
  • …mas que também deveria existir digital
  • Podia ser mais longo com mais níveis




Pontuação do Gameforces: 9,0/10


Título: Ultracore
Desenvolvedora: Digital Illusions
Publicadora: Strictl Limited Games
Ano: 2020 


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela PR Hound. 


Artigo por: Sérgio Dias
[Análise] Ultracore [NSW] [Análise] Ultracore [NSW] Reviewed by Carlos Silva on agosto 17, 2020 Rating: 5

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