[Análise] Grounded [PC]

 

São milhares os jogos de sobrevivência que colocam os jogadores em mundos gigantescos, repletos de perigos e obstáculos, tornando desafiante a sua sobrevivência. Desenvolvido pela Obsidian Entretainment, Grounded é muito diferente daquilo que estamos habituados neste tipo de jogos. 

Em Grounded, ao invés de sermos colocados numa ilha-deserta ou num planeta coberto de água, tal como acontece em “The Forest” e em “Subnautica”, desta vez, somos colocados no nosso próprio quintal, onde tudo o que é pequeno se transforma numa grande ameaça. 

Este é um jogo que adota a ideia já apresentada em alguns filmes tais como “Querida, encolhi os miúdos” e “Artur e os Minimeus”, onde os protagonistas são encolhidos, ficando do tamanho de uma formiga. Assim Grounded responde à pergunta: - Como seria a nossa vida se fossemos encolhidos?

[Imagem 1] 

Depois de escolher umas das quatro personagens disponíveis e de definir a dificuldade pretendida, começamos a nossa aventura sem saber aquilo que nos aconteceu. Neste jogo existem dois objetivos principais: sobreviver e descobrir uma forma de voltarmos ao nosso tamanho normal. 

Contudo, o jogo ainda se encontra em Early Access, como tal ainda não existe uma campanha, apenas duas missões que nos dão um cheirinho daquilo que podemos esperar quando o jogo sair na sua totalidade. Ao terminar estas duas missões o jogador passa a concentrar-se somente na sua sobrevivência e em concluir algumas tarefas dadas pelo BURG.L, um misterioso robô com que nos deparamos. 

Consequentemente, o principal objetivo passa a ser a sobrevivência face às diversas ameaças que encontramos no nosso quintal, algo que pode parecer fácil ao início, mas acaba por ser bastante desafiante.

No início do jogo, além de um pequeno tutorial que introduz os controles aos jogadores, é-nos apresentada uma lista com algumas tarefas básicas que permitem introduzir os conceitos básicos de um jogo de sobrevivência, tais como: obter água, comida, entre outros bens essenciais. 

Após concluirmos todas as tarefas desta lista e de perceber como o jogo funciona, cabe-nos a nós perceber como sobreviver neste novo mundo e como superar os vários obstáculos que surgem no nosso caminho. A primeira adversidade com que nos deparamos, além da fome e sede, são os diversos insetos espalhados pelo mundo. 

Primeiramente, começamos por encontrar insetos passivos tais como formigas, que são bastante curiosas e que não atacam o jogador, a não ser que este ataque primeiro. Outro inseto com qual o jogador interage logo de início são as moscas e as joaninhas. As moscas, tal como na vida real, são chatas e difíceis de matar. Já as joaninhas, são muito diferentes daquelas que conhecemos. Se o jogador atacar uma joaninha, esta fica bastante agressiva matando a personagem com apenas um golpe, deixando qualquer um com medo de um animal tão adorável. 

Além dos insetos passivos, existem os insetos que não são nada amigáveis e atacam mal vêm o jogador. Entre os mais agressivos, mais temíveis, mais ágeis e fortes encontram-se as aranhas, cujo aspeto e barulho aterrorizam qualquer um.

A junção de todos estes fatores torna cada encontro com uma aranha uma experiência horripilante promovendo um sentimento de medo e arrepio a qualquer jogador.

Para aqueles que não gostam da ideia de ter de lidar com um dos seus maiores medos num videojogo, não há problema pois a Obsidian Entretainment pensou em tudo. Existe a opção de ligar o “Aracnofobia safe mode” que muda o aspeto das aranhas, transformando-as em apenas dois círculos com olhos. Ao ligar esta opção nem a jogabilidade, nem a dificuldade são afetadas, ou seja, o encontro com estas criaturas continua a ser bastante difícil de superar.

Com a presença de vários obstáculos que tornam a nossa sobrevivência algo bastante desafiante, é necessário protegermo-nos. Para isso o jogo oferece-nos uma grande variedade de armas e armaduras, feitas com partes de insetos e outros materiais que existem ao redor do jardim, sendo necessário procura-los e juntá-los todos, algo que dá bastante trabalho, mas que no final se torna bastante gratificante quando construímos aquilo que queríamos.

Outra forma de nos protegermos contra as ameaças do nosso jardim é através da construção de bases. Para construir uma base é necessário reunir diversos materiais, mas sobretudo relva, que ao ser cortada, obtemos pequenas placas que servem como paredes e chão. Ao construir uma base é necessário ter em conta que esta deve estar situada num local onde os insetos não cheguem, pois muitas das vezes estes conseguem destruir a base muito facilmente. 

Apesar de existirem todos estes obstáculos que nos levam a construir uma base e a juntar todos os matérias necessários para criar armas e armaduras, a verdade é que não existe a preocupação constante de morrermos e perdermos tudo o que tínhamos no nosso inventário. Em Grounded, quando morremos não perdemos nada do que temos no inventário, deixamos apenas uma mochila com tudo o que tínhamos no local onde morremos.  

Por fim, um dos aspetos positivos e bastante surpreendente deste título são os gráficos. Tudo no nosso jardim é agradável, bonito e detalhado, desde a água até aos insetos, o que leva a que o jogador sinta que foi mesmo encolhido no seu jardim e que tem de sobreviver.

Conclusões

Grounded é um ótimo jogo de sobrevivência, com uma ideia muito bem concretizada, uma jogabilidade bastante simples e gráficos imersivos. Apesar de tudo, a inexistência de uma campanha e a presença de alguns bugs tornam o jogo menos fluido, mas é necessário ter em conta que este é um jogo que ainda se encontra em Early Acess, deixando toda a comunidade ansiosa pela versão final do jogo. 

O Melhor : 

• Gráficos Imersivos  
• Ideia Original 
• Desafiante 
• Construção de bases bem concebida 

O Pior: 

• Ausência de Campanha 
• Presença de alguns Bugs 

Pontuação do GameForces – 8.0/10

 

Título: Grounded 

Desenvolvedora: Obsidian Entertainment  

Publicadora: Xbox Game Studios

Ano: 2020