[Análise] The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III [NSW]

 Desenvolvido pela Nihon Falcom e publicado pela Reef Entertainment, The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III é um JRPG que diz respeito ao terceiro capitulo desta saga, que finalemente faz a sua aparicação na Nintendo Switch.

 Este capitulo traz-nos uma continuação na história de Rean Schwarzer um ano depois da guerra civil de Erebon. Nesta sua caminhada, agora como instrutor, Rean vai ter três novos heróis da class VII de operações especiais como seus discípulos.

Este título é apresenta uma colossal narrativa no que toca à caracterização das personagens, do enredo e do mundo envolvente. Sendo que o estúdio objectivou a possibilidade de novos jogadores abordarem directamente este título sem ter jogado os outros primeiro, a pura dimensão do jogo torna dificil que os novatos consigam ter uma entrada suave na série.

 Por ter um enredo complexo o melhor seria sempre jogar os antecessores deste jogo, para compreender tudo o que se passa neste mundo, mas se não o fizeram por falta de disponibilidade (trata-se de jogos facilmente para 100 horas cada um), também podem começar com este capitulo visto termos muitas cut scenes a explicar as acções passadas dos nossos heróis. Ainda assim, fica a nossa recomendação que experimentem os títulos anteriores primeiro para poder absorver a totalidade da experiência, pois apesar da detalhada instrodução ao eventos anteriores, certamente muito ficou em falta e frequentemente falhamos uma ou outra referência ou evento.

O jogo mostra-nos uma dinâmica de combate por turnos muito diferente do que estamos habituados em outros títulos do género. O que mais o distingue para os demais é como o sitio onde a personagem esta durante o combate afecta o mesmo. Exemplificando, não devemos ficar centrados no meio de vários adversários sendo que isso faz com que sejamos um alvo fácil, mas que por outro lado facilita um ataque a curta distancia atingindo todos eles de uma só vez. 

 Podemos também escolher o ataque da nossa personagem entre três opções sendo elas Craft, Attack e Arts onde cada um gasta CP ou EP e faz com que possamos lançar ataques poderosos diferentes para cada um dos nossos companheiros. Como nos seus antecessores devemos também ter atenção à mecânica de  pontos fortes e fraquezas que nos vai fazer pensar melhor com que herói devemos fazer o próximo movimento dependendo sempre do tipo de inimigos que vamos enfrentar.

Em Trials of Cold Steeel III, é incluído nas mecânicas de combate os sistemas denominados por "Break System" e "Brave Order". O sistema "Break" considera que os inimigos agora possuem uma barra que ao ser enchida à medida que vamos executando os nossos ataques, leva-os a entrar num modo fragilizado e susceptível a danos de significativa amplitude. Por outro lado a “Brave Order” permite atribuir ordens à equipa que desencadeiam melhoramentos nas prestações da equipa e poderá ser significativo para tornar o destino da batalha em nosso favor. 

Quanto à exploração dos mapas é algo limitada, sendo que podemos andar pela escola e pelas cidades mas sem grande escolha para além destes. Temos as missões principais para seguir que ditam os nossos caminhos mas também com um conjunto algo reduzido de side quest que nos aproximam das restantes personagens no enredo. Fundamentalemente uma fórmula já reconehcida de outras séries como por exemplo Persona ou o mais recente Fire Emblem. Alguns jogadores de longa data poderão estranhar uma quantidade elevanda de novas personagens a capturar as atenções principais do jogo, mas eventualemente a velha e conhecida equipa junta-se e prosseguirá conforme já habitual.

Graficamente o jogo é bastante atraente, denotando uma boa caracterização de profundidade, ainda que denotemos em ocasionais detalhes uma redução da qualidade gráfica. OS diversos ataques das nossas personagens, assim como as suas combinações são verdadeiras “eye candy”, sendo que uma quantidade saudável de bem caracterizados inimigos são frequentemente introduzidos, providenciando uma refrescante dinâmica não somente visual, mas também no que toca à jogabilidade. Fundamentalmente podemos garantir que estamos perante um sólido porte do jogo para uma consola portátil de um título bastante exigente graficamente (principalmente nas batalhas mais complexas) e que ainda apresenta diversos itens cosméticos que são exclusivos da edição.

A banda sonora acompanha bem todo o desenrolar da história sendo muito síncrona com os combates. Para além de fluida apresenta temas cativantes o suficiente para não cansar depois de diversas horas de jogo.

Resumo

 No geral, The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III traz-nos um jogo muito sólido e uma clara melhoria na franquia. Com uma grande variedade de personalização das nossas personagens tanto em equipamentos como sets de combate, dá uma sensação de um jogo com uma possibilidade bem extendida de uma saudavel quantidade de horas extras para experimentar tudo o que temos ao nosso dispor.

 Será com certeza um jogo para qualquer fã de JRPGs caso tenha jogado os seus antecessores, mas se esse não for o caso poderá ser difícil se enquadrarem tal é a dimensão e complexidade de história apresentada.

Ainda assim, a produtora fez um eximio trabalho em portar para a Switch um título desta dimensão. Fica a nossa esperança que no novo Trial of Cold Steel 4 saia em breve para a Swithc no ocidente também!

O Melhor:

• Enredo muito consistente
• Dinâmicas diferenciadas nas batalhas

O Pior:

• Um pouco difícil seguir a historia dos jogos anteriores
• Graficamente fraco em alguns detalhes importantes 

Pontuação do GameForces – 7.5/10

Título: The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III
Desenvolvedora: Nihon Falcom Corporation
Publicadora: NIS America, Inc
Ano: 2020

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela Reef Entertainment



Autor da Análise: Bruno Neves