Está
quase a chegar, está aí à porta o regresso de um dos jogos mais amados da
história. Depois de ter sido anunciado na conferência da PlayStation na E3 em
2015, Final Fantasy VII Remake será finalmente lançado no dia 10 de abril
de 2020. Pelo meio, soube-se que a história iria ser dividida em partes –
quantas ainda não sabemos. Este facto inquietou muitos, mas cada nova imagem,
cada novo teaser, e cada novo trailer voltavam sempre a elevar a antecipação.
Agora, com pouco mais de um mês por esperar, chega-nos o demo da primeira parte
do jogo, e, pela primeira vez em Portugal, os jogadores poderão experimentar o
tão aguardado remake. Poderá criar uma primeira impressão hands-on positiva?
O
demo da primeira parte de Final Fantasy VII Remake permite-nos jogar uma secção
da história que corresponde à invasão, e consequente destruição, do Mako
Reactor 1. Depois de uma cutscene onde vemos Aerith com um cesto de flores, bem
como uma vista panorâmica de Midgar, vemos Cloud Strife e os seus companheiros,
Barret, Jesse, Wedge e Biggs a iniciar a sua invasão ao reator. Ao longo de
cerca de uma hora, acompanhamos Cloud, Barret e os restantes companheiros a chegar
ao reator, a destruí-lo e a escapar. Pelo caminho, vamos experimentando o
sistema de combate, ganhando uma noção do detalhe gráfico e da tonalidade geral
que se pode esperar do jogo completo.
Comecemos
pelo combate, que parece ser o aspeto mais entusiasmante. Neste demo, experimentamos
jogar com Cloud, que utiliza ataques estilo hack ‘n slash com a sua espada
gigante, e com Barret, que utiliza a metralhadora no seu braço para disparar e
atacar à distância. Cada um deles tem um modo de combater normal e outro
alternativo, que pode ser acedido carregando no triângulo. Cada modo tem as
suas vantagens e desvantagens – por exemplo, o modo alternativo de Cloud leva-o
a atacar mais rapidamente e com maior dano, mas deixa-o incapaz de bloquear e
com movimentos mais lentos. Assim, encontramos aqui a primeira componente
estratégica que o género JRPG, e a própria série Final Fantasy, nos
habituaram.
Mas
as coisas não ficam por aqui. Para além deste modo de combater próximo dos
títulos mais recentes, Final Fantasy VII Remake permite parar a ação em
qualquer momento para se aceder a um menu de comandos. Neste menu, pode
mandar-se a personagem controlada ou qualquer outro membro da party
utilizar um item, uma habilidade ou uma magia. Para tal, é necessário ir
enchendo uma barra ATB para cada personagem, que se esvazia sempre que se
utiliza um comando. Esta implementação inspirada nos tempos de JRPGs com
combate por turnos parece tornar todo o sistema de combate um dos mais profundos
desta geração. A fluidez do combate em tempo real, a componente estratégica
deste elemento de combate por turnos e a rapidez com que se consegue trocar a
personagem que se controla dão ao combate uma componente estratégia e uma
espetacularidade visual extremamente impressionante. Fica a sensação de que
este pode ser o sistema de combate mais gratificante de toda a série Final
Fantasy.
Este
demo apresenta gráficos extremamente detalhados, dando a impressão de que cada
elemento do ambiente, das personagens, dos inimigos e dos objetos foi desenhado
com atenção e um cuidado minucioso. Neste campo, há que destacar o trabalho realizado
com as animações. Os movimentos das personagens são sempre fluídos, seja qual
for a situação. Contudo, é no combate que as animações atingem o auge. As
habilidades de Cloud são espetaculares, e tudo o que se relacione com o combate
com o Scorpion Sentinel (o boss presente no demo) pode deixar qualquer um
estupefacto. De facto, o boss não se limita a ser um inimigo com valores de HP
e de ataque mais altos, sendo antes uma entidade dinâmica que vai interagindo
com a arena de combate e com todo o ambiente circundante.
Também
o design sonoro é de qualidade muito elevada. Os efeitos sonoros dos ataques de
Cloud, de Barret ou dos inimigos é sempre envolvente, contribuindo para uma
maior sensação de impacto de cada técnica. A música é memorável, e os fãs do
original poderão encontrar algumas das músicas do jogo de 1997 adaptadas neste
novo título, evocando simultaneamente uma sensação de nostalgia e de
modernismo. Já o desempenho dos atores de voz podem transmitir a ideia de que
as personagens são algo desajeitadas ou exageradas. Para alguns, poderão ver
algum charme e um acentuar das diferenças entre as personalidades de cada um, mas
outros certamente criticarão o trabalho dos atores, que não parece atingir
níveis de jogos como The Last of Us ou Red Dead Redemption 2.
Se
há algo em que se pode criticar este demo é no facto de ser extremamente linear.
É certo que tudo se passa numa só área, mas o caminho a percorrer é demasiado
direto, não havendo corredores escondidos para procurar, percursos alternativos
a explorar ou itens escondidos a encontrar. Esperemos que o jogo completo traga
um pouco mais de liberdade e de áreas opcionais a explorar, sobretudo depois do
expansivo mundo que Final Fantasy XV ofereceu aos jogadores.
Concluindo,
o que este demo de Final Fantasy VII Remake se propõe a concretizar,
fá-lo com mestria. Demonstra um sistema de combate profundo, gratificante e com
muitas nuances e detalhes estratégicos, descansando qualquer pessoa que
estivesse mais receosa no que toca a este aspeto. Também a nível gráfico e sonoro,
promete uma experiência recompensadora. É certo que não se percebe bem quais as
mudanças na história ou qual a real expansividade de Midgar no jogo final, mas com
o que já mostra, particularmente no que toca à jogabilidade, estamos mais ansiosos
pela primeira parte de Final Fantasy VII Remake do que nunca.
Artigo
por: Filipe Castro Mesquita
Primeiras Impressões – Final Fantasy VII Remake Demo [PS4]
Reviewed by Filipe Castro Mesquita
on
março 07, 2020
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