Anunciada
com cerca de 24 horas de antecedência, a Sony deu o palco a Mark Cerny,
responsável pela arquitetura da PlayStation 5, para que este pudesse falar um
pouco das características na próxima consola da gigante japonesa.
Foram cerca de 55 minutos muito técnicos, cuja população alvo será pessoas que trabalhem na indústria dos videojogos ou da tecnologia. No entanto, houve alguns aspetos interessantes a reter da apresentação de Cerny, e que podem dar já uma ideia das capacidades da próxima PlayStation.
Vamos, de seguida, tentar fazer um resumo compreensivo do que foi falado sem entrar em aspetos demasiados técnicos, mas com a ocasional comparação com as especificações já conhecidas da sua rival – a Xbox Series X -, bem como as das atuais consolas da família PlayStation.
Foram cerca de 55 minutos muito técnicos, cuja população alvo será pessoas que trabalhem na indústria dos videojogos ou da tecnologia. No entanto, houve alguns aspetos interessantes a reter da apresentação de Cerny, e que podem dar já uma ideia das capacidades da próxima PlayStation.
Vamos, de seguida, tentar fazer um resumo compreensivo do que foi falado sem entrar em aspetos demasiados técnicos, mas com a ocasional comparação com as especificações já conhecidas da sua rival – a Xbox Series X -, bem como as das atuais consolas da família PlayStation.
Utilização
de um SSD: Muito Mais que uma Questão de Memória
Depois
de fazer um apanhado dos ideais que movem a Sony na transição de uma geração de
consolas para outra, Mark Cerny começou por focar as suas atenções no disco sólido
(SSD) da PlayStation 5. Esta é uma das inovações que as produtoras de videojogos
mais referiam ao falar de novas consolas, segundo Cerny, e a PlayStation 5 focou-se
na construção de um SSD que reduzisse ao máximo o tempo de loading na
experiência de jogo.
Cerny
confirmou a capacidade de memória interna dos SSD da PlayStation 5, que rondará
os 825Gb. Enquanto é desapontante ver que este valor não chega a 1 Tb (como o
SSD da nova Xbox, ou o HDD da PS4 Pro), há que ter em atenção outros aspetos
deste hardware. De facto, um SSD é bastante mais rápido do que qualquer HDD, e,
ao que parece, esta componente foi construída de raiz pela Sony para poder dar
uma resposta otimizada para a experiência enquanto jogador.
Mark
Cerny explicou que jogos da atual geração tinham de desenhar experiências que mascarassem
os loading times dos jogos, exemplificando com as viagens de metro em Marvel’s
Spiderman. Tal já não deverá ser necessário na nova consola, que tem o
objetivo de fazer loads “instantâneos”. Comparando com a PS4, este SSD
vai permitir que seja muito rápida e eficaz a procura de informação na memória
interna da consola ou nos discos de jogo, tendo como objetivo tornar
praticamente inexistente loading screens quando, por exemplo, se morre
ou se utiliza uma mecânica de fast travel.
Por
enquanto, ainda não vimos a capacidade destes SSD personalizados em ação, mas
se cumprir os objetivos que Cerny e a Sony estabeleceram, a experiência de jogo
pode ser dramaticamente melhorada.
De
referir ainda, que será possível aumentar a capacidade de armazenamento da
PlayStation 5 através de drives de memória externas. Resta saber se
terão de ser especificamente criadas para a PS5 (como será para a Xbox Series
X), ou não.
Aspetos
Gráficos: Três Aspetos que Melhoram a Experiência de Jogo
Como
seria de esperar, a capacidade de processamento da PlayStation 5 estará
bastante acima da atual consola. Isto irá refletir-se bastante, mas não
exclusivamente, na capacidade gráfica da nova consola. Cerny falou bastante da
relação entre o novo CPU e a nova GPU da consola, e como isto irá melhorar a
experiência de jogo na PlayStation 5.
Não
entrando em detalhes muito técnicos, há três aspetos a reter desta conferência
da Sony. O primeiro, e talvez o mais simples de explicar, é a relação entre as
duas componentes de processamento mencionadas no parágrafo anterior. A PlayStation
5 irá utilizar uma tecnologia que otimiza as capacidades do CPU e da GPU, de
modo a potenciar os gráficos dos jogos. Cerny explicou que a capacidade de
processamento da CPU que não esteja a ser utilizada será “emprestada” ao
processador gráfico, “permitindo apresentar mais uns quantos pixéis”,
melhorando a qualidade geral da imagem na próxima geração.
Outro
aspeto no qual Mark Cerny se focou muito prende-se com a tecnologia Ray
Tracing. No que toca a consolas, a próxima geração marcará a estreia desta
tecnologia que, basicamente, se relaciona com a qualidade e o realismo dos
aspetos luminosos no grafismo. Esta tecnologia permite apresentar milhões de
raios de luz em simultâneo, levando a luz a comportar-se de forma muito mais
realista nos jogos. Sombras, reflexos e até o áudio de um jogo melhoram
significativamente com esta tecnologia.
Por
fim, há que ter em conta a energia e o calor que toda esta capacidade de
processamento gera. Na construção da PlayStation 5, o foco foi tornar estas componentes
mais energeticamente eficazes, mas é natural que surjam jogos que levem este
hardware ao limite. Quando tal acontecer, a capacidade de processamento diminui
ligeiramente, podendo hipoteticamente reduzir um pouco a qualidade de imagem ou
de framerate. Em contrapartida, isto deverá evitar que se oiça as
ventoinhas a fazer demasiado barulho (como acontece com a PS4) ou que a consola
sobreaqueça e se desligue. Isto evitará, também, problemas como a infame “Yellow
Light of Death”, como ficou conhecida na era da PS3.
Componente
Sonora: Um dos Principais e Ambiciosos Focos da Nova Consola
Algo
que foi muito claro nesta conferência de Mark Cerny é o objetivo que a Sony tem
em tornar a PlayStation 5 num dos mais poderosos pedaços de tecnologia de som.
Cerny explicou que com o lançamento da PS VR, e com um extenso estudo de como
centenas de pessoas absorvem e processam o som à volta, a nova consola está
mais próxima daquilo a que chama de Áudio 3D.
Resumidamente,
o objetivo é fornecer uma experiência de som tão realista quanto possível.
Cerny explicou que estão a trabalhar para que um jogador tenha a sensação de
que um som veio, por exemplo, das suas costas, independentemente da saída de
som que se esteja a utilizar (televisão, headphones, colunas). De facto, um
motor de som foi propositadamente criado para este efeito, ultrapassando a
capacidade de entrega sonora de outros gigantes do mundo tecnológico.
Cerny
acrescentou ainda que a PlayStation 5 irá oferecer algumas definições
predefinidas de som diferente, que cada jogador poderá experimentar e escolher
aquela que lhe dá a melhor experiência. Este foco é entusiasmante, sobretudo
pela atenção ao detalhe das diferenças individuais e pela possibilidade de
imersão que este aspeto poderá vir a fornecer.
Retrocompatibilidade
Confirmada com Jogos da PlayStation 4
Ao
longo da conferência, Mark Cerny foi falando da capacidade de
retrocompatibilidade que a PlayStation 5 irá ter com a atual consola. Mark
Cerny explicou que a nova consola irá permitir aos jogadores utilizar jogos da
PS4, esperando que, aquando do seu lançamento, quase todos os jogos sejam
suportados pela consola da próxima geração.
No
entanto, a questão não ficou por aqui. Cerny explicou que a PlayStation 5 foi
concebida para incluir a leitura de jogos da PS4 de forma nativa. Isto significa
que o custo desta característica foi bastante mais reduzido, e que não acontecerá
haver algumas consolas retrocompatíveis e outras não, como aconteceu com a PlayStation
3.
Adicionalmente,
Cerny explicou que este modo de funcionamento permitirá melhorar
retroativamente os jogos da atual PlayStation 4. Não só os tempos de loading
serão significativamente reduzidos (ou até inexistentes), mas os aspetos
gráficos poderão ser melhorados. Assim, os jogadores terão a opção de, por
exemplo, aplicar a tecnologia de Ray Tracing em jogos da PS4, na qual isto era
uma impossibilidade. Assim, e com uma biblioteca tão recheada de excelência, os
jogos da PlayStation 4 poderão ganhar nova vida e manter-se valiosos com a
chegada da próxima geração.
O
Que Faltou e o Que Queremos Ver nas Próximas Conferências
Sendo
esta uma conferência mais dirigida à indústria, é natural que muitos tenham
saído deste evento algo desapontados. De facto, nesta altura, e com Mark Cerny
a reafirmar o final de 2020 como o período de lançamento da PlayStation 5,
seria de esperar que a Sony quisesse mostrar algo mais concreto e menos técnico
acerca da sua próxima consola. Assim, levantamos aqui alguns aspetos que
deverão ser revelados nas próximas oportunidades.
Em
primeiro lugar, queremos ver qual o aspeto da consola. Muito facilmente
conseguimos encontrar imagens do dev kit da PlayStation 5, mas ainda não
fazemos a mínima ideia de qual será o aspeto final da consola, algo que a concorrência
mostrou no final de 2019. Quando o seu aspeto for revelado, será também
interessante ver como será a interface de utilizador da nova consola, sobretudo
tendo em conta que o da PS4 é um dos mais intuitivos do mercado.
Adicionalmente,
queremos ver também como será o comando da nova consola da Sony, que assumimos irá
manter a denominação de Dualshock. Com as diferenças verificadas entre os Dualshocks
da PS3 e da PS4, e com os vários rumores que circulam, será interessante ver e
perceber como funcionará o novo comando, bem como eventuais características
inovadoras que este permitirá.
O
preço da PlayStation 5 é outro aspeto muito importante a conhecer. Não se
esperava que tal fosse revelado hoje, mas será importante esclarecer rapidamente
quanto custará a PlayStation 5 quando esta for lançada.
Por
fim, e talvez o mais importante de tudo, queremos saber qual o alinhamento de
jogos com o qual a Sony planeia lançar a PlayStation 5. Sabemos de alguns jogos
através de anúncios de outras companhias (por exemplo, Godfall ou Outriders),
mas ainda não ouvimos nada por parte da Sony. Haverá algum grande exclusivo
logo à partida? Poderemos esperar alguma sequela antecipada, como de God of War
ou de Horizon: Zero Dawn? Mais do que qualquer aspeto técnico ou
tecnológico, é através de grandes jogos que a Sony pode esperar continuar a
dominar o mercado dos videojogos, e será importante aproveitar a próxima oportunidade
para revelar algum do trabalho neste campo.
PlayStation 5 – O Que Foi Revelado na Conferência de Mark Cerny
Reviewed by Filipe Castro Mesquita
on
março 18, 2020
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