[Análise] Langrisser 1 & 2 [Switch]



Langrisser foi em tempos uma grande referência no género táctico, mas que rapidamente ficou adormecido. Produzido pela Career Soft em 1991 e com o seu único lançamento no Ocidente para a Sega Genesis, depressa ganhou reconhecimento enquanto o maior rival de Fire Emblem da Nintendo.

No total Langrisser conta somente com 5 títulos da série principal cujo lançamento se disseminou duraram pouco menos de uma década, entre 1991 e acabando com Langrisser V The end of Legend de 1998. Posteriormente foram saindo alguns spin offs, todos eles exclusivos do Japão o que fez com que no Ocidente fossem sempre uma série bastante obscura. Com o lançamento de Langrisser Móbile o franchise ganhou uma nova vida com uma coleção dos dois primeiros títulos, algo já observado anteriormente dado que ambos são bastante semelhantes.



Ambos os títulos são bastante idênticos, sendo que a maior diferença encontra-se na história. No primeiro seguimos a aventura do príncipe Ledin que vê o seu reino atacado e obrigado a fugir para depois reunir aliados e amigos para juntos recuperarem o reino, enquanto isto forças sombrias e demoníacas aguardam o momento certo para atacarem e executarem os seus planos. A aventura conta com alguns caminhos alternativos que variam dependendo das nossas escolhas, um deles completamente novo. Todo o texto do jogo foi também refeito e com uma tradução muito mais fiel.

Em Langrisser 2 apenas partilhamos o mesmo mundo, tudo o resto é diferente. Seguimos a história de Elwin, um viajante que irá conhecer diferentes personagens e seremos nós a decidir com quem nos aliamos ou ficamos inimigos, serão estas escolhas que irão moldar o destino de Elwin e do mundo. Tal como o primeiro, todas estas escolhas se dividem em diferentes caminhos e com um enredo bem mais complexo. Temos um mapa ao nosso dispor para consultar todas as possibilidades e ramificações alternativas para nos guiarmos mais facilmente. A tradução também recebeu um trabalho incrível, não só foi uma estreia na língua inglesa como foi quase toda reescrita de raiz para integrar os novos elementos do enredo.



Na jogabilidade é onde toda a diversão começa, também ela toda trabalhada para se tornarem como se apenas de um jogo tratasse. Durante os combates controlamos diversas personagens, elas sobem de nível com a tradicional experiência e CP (class points). Estes CP servem para promover as classes dos nossos combatentes e com isso ter novas ou exclusivas habilidades e um leque variado de mercenários para comandar. É no sistema de mercenários que se encontra a gema estratégica da série Langrisser. Cada comandante tem ao seu dispor vários tipos de mercenários e temos de estudar quais os que se adequam melhor a cada um em função dos seus atributos. Estes são como uma extensão do seu líder, pois para quaisquer inimigos e comandante adversários que sejam derrotados, todas as recompensas como experiência ou itens ficam para o seu comandante. Enganem-se se pensam que podem ser carne para canhão pois com os mercenários certos estes podem ser tão ou mais fortes que o seu comandante.

Com grandes exércitos ao nosso dispor podemos controlar tudo manualmente ou deixar que os mercenários se movam sozinhos, por norma eles andam sempre junto do seu comandante mas podemos escolher alguns comandos para eles tomarem outras acções. Nos originais depois de promovemos um comandante ficávamos bloqueados mas agora podemos retornar esse processo e ter mais liberdade de escolha e estratégia para os nossos personagens, tornando tudo muito mais simples e fácil.



No início de cada aventura contamos com um pequeno questionário de uma deusa que dependendo das nossas respostas atribuirá diferentes atributos ao personagem principal, como é a primeira coisa que se faz podemos recomeçar as vezes que pretendemos.

A arte dos personagens foi totalmente reproduzida por um novo artista, mas para os que preferirem a arte original é possível trocar nas opções. Infelizmente a arte original não fica disponível nas intros e diálogos o que é pena pois são bem mais apelativas. Este é talvez o detalhe menos agradável do jogo quase remetendo para uma arte do jogo mobile. No aspecto sonoro o trabalho foi fantástico com músicas refeitas num estilo Rock e com a respectiva opção em reproduzir as originais, o voice acting foi também totalmente refeito ainda que apenas em Japonês.





Resumo
Langrisser I & II recebeu um tratamento merecido, como uma maquilhagem em algo que já estava bonito mas agora mais atraente para a nova geração. Para aqueles que nunca conheceram a série têm aqui um excelente RPG tático e para os que jogaram o original encontram tudo o que tinha de bom e com alguns extras igualmente satisfatórios.




O Melhor:
  • Excelente banda sonora
  • Remake bem trabalho e cheio de extras
  • Langrisser II pela primeira vez no Ocidente em inglês
  • Controlar grandes exércitos


O Pior:
  • Arte clássica não estar disponível a 100%
  • Combates por vezes demasiado longos

Pontuação do GameForce: 8,0/10


Título: Langrisser 1 & 2
Desenvolvedora: Chara-ani Corporation
Publicadora: NIS America, Inc.
Ano: 2020

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela NIS America.




Analise por: Sérgio Dias.
[Análise] Langrisser 1 & 2 [Switch] [Análise] Langrisser 1 & 2 [Switch] Reviewed by Carlos Silva on março 05, 2020 Rating: 5

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