Arc of Alchemist é um dungeon
crawler que se caracteriza pela sua vertente de RPG de acção, com personagens tipo “Chibi” sujeitas a um enredo morno. Fundamentalmente
é de notar que a escolha do título pouco nos orienta para o que contar deste
jogo, viste que pouca ou quase nenhuma alquimia está presente no jogo.
Graficamente o jogo
caracteriza-se pela sua simplicidade remetendo frequentemente para um nível de
detalhe similar ao do inicio da geração da Playstation 3, associado à rigidez da liberdade
existente na Playstation 2. Ainda que as personagens tenham um design agradável
no seu estilo, o resto do título poderá rapidamente começar a acusar o desgaste
do tempo. A sua banda sonora, enquanto competente não é memorável e os efeitos
sonoros cumprem os seus propósitos.
A caracterização das personagens
é um ponto bastante positivo, sendo de notar a profundidade incutida pelos actores
de vocalização original em Japonês bastante apelativa e extraordinariamente bem
associada a cada personagem. Também os excertos episódicos que decorrem entre
missões são bastante agradáveis e ajudam a quebrar um pouco a repetividade existente
no jogo.
A sua jogabilidade caracteriza-se
pelo ciclo repetitivo de “Derrotar monstros” – “Coleccionar itens” – “Upgrade da base/personagens”. Entre estes elementos vão sendo apresentadas elementos da
história (quando em missões) ou de caracterização das personagens (principalmente
quando estamos na nossa base).
Expandido um pouco este conceito, o título segue
as aventuras de Quinn Bravesford, cuja missão passa por recuperar um grande
poder que terá a possibilidade de salvar o planeta Terra de um fatídico destino.
Pelo caminho teremos facções com objectivos antagónicos aos da nossa equipa,
diversas criaturas para derrotar e um mundo para explorar, composto por grandes
áreas (ou melhor dizendo, grandes níveis) que nos conduzem através de uma ténue
narrativa.
Os elementos de RPG encontram-se
bem implementados, simples de entender, mas que no fundo não inovam ou
acrescentam algo a outras produções mais completas como por exemplo Ni No Kuni
2 que segue exactamente a mesma fórmula base, mas com uma dimensão significativamente mais abrangente (ainda que com valores de produção
muitíssimo superiores).
Em Arc of Alchemist, controlamos uma equipa de
personagens comandadas por Quinn, onde
podemos comandar em batalha até 3 de cada vez. A evolução do jogo é efectuada
através de uma estrutura de missões escolhidas a partir da nossa base, onde temos a possibilidade de definir a estrutura da nossa equipa, assim como os equipamentos e habilidades
de cada uma. Esta definição é concretizada através da possibilidade de
realização de treinos, venda de materiais, ou construção
e actualização dos edifícios que compõem a nossa base e que porventura conduzem à abertura de novas opções
de treino ou compra de equipamentos. Esta é definitivamente a componente mais agradável
do título, que nos permite personalizar significativamente as personagens, assim como a
sua evolução, enquanto introduz uma componente estratégica adicional no
jogo.
Nas seções de exploração temos a hipótese
de interagir com os cenários através de um equipamento denominado de “Lunar
Gear”, que somente pode ser utilizado pela personagem principal e supomos que
seja daqui que o termo “alquimia” existente no nome do título advenha.
Basicamente são uns orbs de fogo, gelo, terra, etc. que permitem activar certos itens no mapa para fornecer acesso a novas áreas. De igual modo, temos a possibilidade de utilizar estes orbs durante os combates, com vista a infligir mais danos nos adversários, ainda que estes tenham uma utilização bastante limitada. A utilização de diferentes Lunar Gear em conjunto também potencia a exploração de mapas anteriores ao providenciar acesso a novas àreas, materiais e equipamentos que facilitam bastante a nossa progressão.
Basicamente são uns orbs de fogo, gelo, terra, etc. que permitem activar certos itens no mapa para fornecer acesso a novas áreas. De igual modo, temos a possibilidade de utilizar estes orbs durante os combates, com vista a infligir mais danos nos adversários, ainda que estes tenham uma utilização bastante limitada. A utilização de diferentes Lunar Gear em conjunto também potencia a exploração de mapas anteriores ao providenciar acesso a novas àreas, materiais e equipamentos que facilitam bastante a nossa progressão.
É notória a existência de alguns
picos do nível de dificuldade, assim como os patamares claros entre mapas, que
provoca a necessidade de voltar à base recorrentemente para mais uma bateria de
upgrades que nos permitirá ultrapassar os novos desafios. Efectivamente a falta
de mecânicas adicionais com o decorrer do jogo a longo prazo transmite um
sentimento de repetição que reduz o prazer de jogo nesta vertente estratégica. Consequentemente,
ainda que seja notória a não linearidade da evolução do nível de dificuldade, não
denotamos grandes desequilíbrios nesta valência no global do jogo, alcançando facilmente
o nível necessário para ultrapassar os obstáculos impostos durante a aventura.
Fundamentalmente, a sensação que
ficamos no final é que o jogo nunca chega a aprofundar concretamente os
elementos que definem este mundo ao ponto de poder alongar muito a história
para além do que experienciamos. Também a repetividade das mecânicas do jogo
não chegam a ser insuportáveis pelo facto de o jogo não se alongar em demasia. Estamos
portanto perante uma experiencia com uma longevidade adequada às mecânicas e
enredo apresentado, mas que poderá passar por curta quando comparada a outras
produções.
Resumo
Se pretendêssemos caracterizar Arc of Alchemist em
termos simples, diríamos que estamos perante um RPG de acção simples e conciso.
Grande parte do seu encanto passa por aí, sem visões de mecânicas demasiado
complicadas ou enredos complexos e difíceis de compreender. Contudo também peca
pela sua humildade e repetição associada às dinâmicas do jogo, nunca
objetivando arriscar em entregar elementos diferenciadores do que já existe na
indústria.
É certamente um título agradável e que transmite
uma boa experiência para um determinado grupo de jogadores, mas quem procura
algo mais desafiante poderá não se sentir satisfeito com aquilo que
providencia.
O Melhor:
- Sistema
de evolução das personagens associado à expansão da nossa base;
- Design
das personagens e vocalização dos actores em Japonês;
- Exploração
e backtracking.
O Pior:
- Jogabilidade
repetitiva;
- Combate
com pouca profundidade;
- Gráficos
algo datados.
Pontuação
do GameForces – 7,0/10
Título: Arc of Alchemist
Desenvolvedora: Compile Heart,
Publicadora: Idea Factory
Ano: 2020
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão
digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido
pela Idea Factory/Reef Entertainment.
Autor da
Análise: Carlos Silva
[Análise] Arc of Alchemist [PS4]
Reviewed by Carlos Silva
on
fevereiro 29, 2020
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