Aeterno Blade 2 é um título desenvolvido
pela Corecell, que combina elementos de plataformas, com exploração e RPG.
Desta vez temos a possibilidade de controlar três personagens diferentes, cada
uma com jogabilidades completamente distintas. É notório e refrescante o tipo
de combate e manipulação do tempo que cada um apresenta, sendo a sua
implementação na resolução dos puzzles do jogo uma mais-valia. Consequentemente
estamos perante uma interessante e significativa evolução da complexidade dos puzzles
e desafios do jogo, perante o título anterior.
O jogo retorna ao mundo previamente
criado, onde após os eventos de Aeterno Blade, Freyja a nossa personagem
principal, procura viver uma pacata vida em Ridgerode. Contudo, um evento leva à
destabilização desta realidade e o seu consequente desaparecimento. Com vista a
resolver este problema a heroína irá novamente iniciar uma demanda com vista a
recuperar o que havia perdido. Numa sequência paralela, dois heróis, Bernard e
Felix, encontram-se a caminho da Eternity Fortress, com o intuito de parar o desastre
profetizado por um buraco negro no céu. Eventualmente os três heróis encontram-se
e unem esforços no sentido de combater um mal comum que procura destruir todo o
espaço/tempo.
Esta aventura é apresentada através
de pequenas sequências animadas e pela interacção entre personagens. Contudo
estas interacções apresentam uma autenticidade muito pouco sólida e ao longo do
jogo todo o voice acting é no mínimo sofrível, nunca denotando uma naturalidade
que privilegie o evoluir fluido da narrativa. Ainda que seja facil de denotar a existência de um esforço
consciente para dar profundidade à caracterização das personagens, verdadeiramente
nunca conseguimos nos associar a nenhuma delas. Também o enredo e a forma de
como a história é apresentada não é muito clara e torna-se confusa à medida que
vai sendo desenrolada.
Visualmente o jogo é competente o
suficiente para dar uma boa profundidade aos cenários e por vezes somos até mesmo presenteados com algumas imagens realmente cativantes. Contudo os cenários caem no erro da
repetividade e frequentemente somos brindados com salas e corredores similares
entre si. Os modelos das personagens são simplicistas e a falta de animação
facial mais detalhada prejudica bastante a imersão e associação por parte dos
jogadores.
No âmbito da jogabilidade e
combates na sua perspectiva 2.5D, esta é bastante intuitiva, divertida e
gratificante, mesmo considerando os diferentes tipos de estilos de combate existentes. Este sentimento de gratificação associado aos combates é efectivamente um dos pontos positivos do jogo a par dos seus puzzles. As
lutas contra os bosses são cativantes e divertem genuinamente, devido às
mecânicas temporais que podemos utilizar e a jogabilidade por si própria, que frequentemente mistura movimentação nas duas e três dimensões. Contudo, entre estes pontos altos, somos continuamente submetidos a uma repetividade desnecessária. Grande
parte do jogo consiste em submeter o jogador a uma série de batalhas em arenas/salas
fechadas até derrotar todos os inimigos e ser possível seguir para a proxima área e consequentemente com a aventura.
Ainda que a vasta maioria do jogo
mantenha um aspecto de jogo de plataformas, como previamente mencionado, certas
sequências permitem ao jogador uma maior liberdade, com a possibilidade de
controlar a personagem nas três dimensões do cenário. Ainda que se entenda o
motivo da integração desta mecânica e que por vezes transmita uma sensação
genuinamente agradável para o jogador, na verdade é notório que o jogo não
estava preparado para a sua implementação. Nestas alturas, principalmente nas
lutas contra os Bosses maiores, o controlo da personagem não é intuitivo, mesmo
com o auto lock e a camara também não ajuda. São diversas as ocasiões que não
conseguimos descortinar o que está a acontecer, devido à camara estar muito em
cima do jogador e os inimigos serem de uma escala muito superior. Por outro
lado, é frequente perder o auto lock e fazer com que andemos perdidos uns
segundos à procura do inimigo novamente.
Mas os problemas do jogo não
acabam aqui. Durante a perspectiva 2.5D, existem dificuldades com o controlo do
movimento da personagem e é frequente esta bloquear quando deslizamos
ligeiramente o analógico mais para baixo ou para cima daquilo que consideramos
o sentido natural de movimento da personagem (versus o input que o jogo reconhece como correcto).
Conclusões
A sensação com que ficamos no final de Aeterno Blade 2 é de haver uma
dualidade no seu desenvolvimento. Enquanto a exploração, as mecânicas de
manipulação temporal e combates tendem a ser divertidos, por outro lado existem
problemas graves no controlo da personagem, nas suas caracterizações e na repetividade
do jogo entre “pontos altos”.
Numa altura em que existem outros títulos sólidos e alternativos dentro deste género, este tipo de problemas não deveriam passar a fase de concepção e acreditamos que Aeterno Blade 2 poderia ser um título de muito maior destaque se por ventura estas arestas tivessem sido devidamente tratadas.
Numa altura em que existem outros títulos sólidos e alternativos dentro deste género, este tipo de problemas não deveriam passar a fase de concepção e acreditamos que Aeterno Blade 2 poderia ser um título de muito maior destaque se por ventura estas arestas tivessem sido devidamente tratadas.
O Melhor:
- Puzzles interessantes;
- Possibilidade de controlo de 3 personagens distintas;
- Sensação de gratificação do combate.
O Pior:
- Problemas de jogabilidade e controlo da personagem;
- Caracterização da personagens e Voice acting sofrível;
- Repetividade dos elementos de combate e exploração a meio do jogo.
Pontuação
do GameForces – 4.5/10
Título: Aeterno Blade 2
Desenvolvedora: Corecell
Technology
Publicadora: PQube
Ano: 2019
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo
para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela PQube.
Autor da
Análise: Carlos Silva
[Análise] Aeterno Blade 2 [PS4]
Reviewed by Carlos Silva
on
dezembro 27, 2019
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