Não será de
estranhar se mencionarmos que poucas são as séries intemporais e que cuja
qualidade se reafirma titulo após titulo. Particularizando, a série Final
Fantasy, foi desde o seu primeiro lançamento uma referência da indústria dos
JRPGs. Não sendo propriamente a origem deste género, foram os títulos que mais
contribuíram para a sua disseminação a um público mais amplo e global.
Com tantos
títulos e tão díspares entre si, existe uma (saudável) competição pelo designado
de melhor Final Fantasy. Final Fantasy VIII nunca foi um dos títulos mais
falados ou considerados como o melhor. Sempre pareceu destoar do conceito da
série com as suas mecânicas diferentes e temáticas mais futuristas, que somente
anos depois passaram a ser mais aceites entre os fãs. Talvez por este mesmo
motivo a SquareEnix tenha deixado para último lugar o seu remaster/relançamento
para plataformas actuais.
Não obstante
da dimensão da sua base de fãs, sempre houve um grande carinho pela comunidade
por este título, o que levantou algum interesse quando finalmente foi anunciado
este remaster. Pouco foi revelado e apresentado, para além de alguma informação
básica, como por exemplo, “Modelos melhores”, “Possibilidade de aumentar a
velocidade do jogo” ou “possibilidade de usar as habilidades todas no máximo
das personagens”. Efectivamente, todos estes aspectos foram transportados para
o produto final, mas nada mais foi inserido. Fundamentalmente, podemos concluir
que este remaster é somente um emulador glorificado, ou melhor, uma adaptação da
versão PC que já existe no mercado há largos anos. Mas vamos por pontos.
Graficamente,
foi efectuado um esforço por melhorar as texturas dos modelos originais dos
personagens, inimigos, veículos, etc. Contudo, o grande entrave em relançar os
títulos Final Fantasy da era da PS1, passa pelos cenários pré renderizados, que
muito pouco pode ser feito para esconder a fraca qualidade da sua resolução. A
cópia avaliada foi para a versão PS4, que numa televisão de 65’ acusou um grave
tratamento dos fundos. Certas cenas, o desbotoar utilizado para atenuar a
reduzida textura dos cenários originais, foi tão grande que tornaram-nos piores
que o original. Inclusive, numa das primeiras áreas do jogo, onde exubera a
temática relacionada com o Fogo, parecia simplesmente um grande borrão
vermelho. Talvez num ecrã menor (por exemplo na Switch), este aspecto seja mais
atenuado, mas para quem goste de jogar no conforto do sofá poderá desde já
contar com um pobre tratamento gráfico.
No que toca
às mecânicas do jogo, estas são idênticas ao original. Nenhum esforço foi
inserido para melhorar os graves problemas associados à mecânica de Junção
(Juntion) de magias às estatísticas das personagens e do refinamento de magias.
Isto significa que quem já passou o jogo diversas vezes, como o redactor deste
artigo, ao final de 10 horas de jogo conseguirá ter uma equipa com
características invencíveis, recorrendo ao refinamento de cartas e items
obtidos. Falando em cartas, o mini jogo “Triple Triad” continua a ser tão
divertido como à 20 anos atrás e as suas recompensas a melhor maneira de
evoluir os personagens!
Também no
enredo não foi adicionado nada de novo ao jogo. A história segue as aventuras
de um grupo de mercenários que se vê envolvido numa trama que os leva a
percorrer todo o mundo para desvendar os segredos por detrás das feiticeiras,
as suas origens e o seu derradeiro objectivo. Em paralelo seguimos pequenos
enxertos episódicos das aventuras de um segundo grupo de personagens, no
passado, que aparentam estar ligados ao grupo principal por algum motivo
desconhecido. Com o desenvolver da história e o amadurecimento das personagens,
todos estes pontos vão se conectando até a trama ficar completa e
compreendermos o objectivo final.
Conclusões
Com a
celebração dos 20 anos de Final Fantasy VIII, esperava-se mais por parte da
Square Enix no tratamento que se denomina “Remaster” a um dos títulos mais
querido para os fãs.
Possivelmente
devida à rumorada falta de acesso ao código base do jogo, ou por simples
decisão de não despender muitos recursos e obter um rendimento fácil, o remaster
não adiciona nada de novo ao jogo, podendo muito bem ser considerado como um
emulador glorificado.
Se por
ventura, nunca jogaram este título anteriormente, recomendamos vivamente que o
façam, pois, não obstante do fraco tratamento por parte do desenvolvedor, o
jogo vale por si mesmo e a caracterização das personagens, enredo, jogabilidade
mantem-se como uma experiência genuína e gratificante. Alternativamente, se já
o conhecem, não o recomendamos, a não ser para o ter disponível numa plataforma
mais recente (e consequentemente mais prática de aceder).
O Melhor:
- Possibilidade de voltar a este título numa plataforma moderna;
- Introdução de modelos mais detalhados;
- Introdução da possibilidade de aumentar a velocidade do jogo.
O Pior:
- Pobre tratamento gráfico dos cenários;
- Não trás nada de novo ao enredo, mecânicas ou banda sonora;
- Jogabilidade idêntica ao original
Pontuação do GameForces - 7/10
Título: Final Fantasy VIII Remaster
Desenvolvedora: Square Enix
Publicadora: Square Enix
Ano: 2019
Autor da Análise: Carlos Silva
[Análise] Final Fantasy VIII Remaster [PS4]
Reviewed by Carlos Silva
on
setembro 27, 2019
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