Com a partida de Koji Igarashi da Konami, em 2014, inúmeras foram as vozes que se expressaram apreensivamente relativamente ao futuro da serie Castlevania. Felizmente, e muito influenciado pela opinião da comunidade dedicada, o produtor não baixou os braços e depois de uma das melhores sucedidas campanhas no Kickstarter o projecto intitulado “Bloodstained”, sequela espiritual de Castlevania, teve o financiamento necessário.
Bloodstained
– Ritual of the Night, denota desde os primeiros instantes da sua concepção uma
forte influencia do produtor, objectivando a criação de uma experiancia
“metroidvania” tradicional com alguns elementos mais recentes de desenvolvimento
de personagens. No global, ainda que com quase um ano de atraso face ao
previsto, pode-se considerar que estamos perante um projecto financiado pelos
fãs de sucesso e que entrega aquilo que exactamente estávamos à espera.
A história ocorre durante o século 18, seguindo as aventuras de Miriam, uma “Sharbinder” (pessoas que foram infusadas com cristais, pela facção dos alquimistas, com o intuito de criar demónios), que necessita descobrir o que aconteceu nos últimos 10 anos. Durante este tempo, Miriam esteve dormente, e agora ao acordar todo um conjunto de acontecimentos leva-a a ter de explorar um castelo criado por um demónio numa típica vila Inglesa. Miriam vai encontrar velhos conhecidos, assim como novas personagens que a vão ajudar na sua demanda. Com o evoluir da exploração do castelo vamos desvendando a história e os vários finais possíveis. Deixamos já o aviso que derrotar o vilão principal logo no inicio não vos dará o melhor final!
A
jogabilidade é tipicamente “Metroidvania”, por isso podem contar com muitas
habilidades, quartos inacessíveis à primeira vista e back tracking. Existe
ainda uma componente de desenvolvimento da personagem, sendo possível utilizar
diversos equipamentos (cada um modificando o aspecto da personagem), armas,
cristais, etc. No global, Miriam, é uma personagem extremamente configurável,
não somente a nível estético, como de jogabilidade, onde cada arma e cristal possuem
jogabilidades diferentes. Existem os típicos quartos escondidos com bastantes "easter eggs" do desenvolvimento da equipa (por exemplo boss alternativos,
modificadores de personagem, níveis 8 bits, etc.), pelo que recomendamos a
exploração extensiva do castelo e de todas as paredes.
Graficamente, o jogo poderia beneficiar de um refinamento, pois ainda que a arte seja interessante, os modelos não estão muito bem preparados e denotam-se alguns glitches e problemas de performance em plataformas mais “básicas”. Mesmo na PS4, versão onde testamos o jogo, há ocasiões de quedas abruptas de fotogramas por segundo. A banda sonora, preparado por Michiru Yamane (que trabalhou em diversos Castlevanias) é muito completa e interessante, mantendo um bom ambiente e ritmo nas ocasiões mais tensas.
Resumo
Bloodstained
– Ritual of the Night, é um metroidvania puro em todos os seus sentidos. Para
os fãs, certamente uma compra obrigatória e que vos fará retroceder alguns
anos. As personagens, setting, actividades extra e jogabilidade estão no ponto
e transmitem uma experiencia cativante, gratificante e que não se arrasta em
demasia. Não sabemos se voltaremos a ver um Castlevania neste registo, mas
certamente esperamos que Bloodstained não fique por aqui!
O Melhor
- Uma ode aos antigos Castlevania;
- Ambiente do jogo;
- Jogalilidade e costumização da personagem;
- Prequela “Bloodstaind Curso of the moon”, que ajuda a criar o setting.
O Pior
- Problemas de performance gráfica;
- Poderia ser mais polido visualmente.
Pontuação do GameForces - 8/10
Carlos Silva
[Análise] Bloodstained: Ritual of the Night [PS4]
Reviewed by Carlos Silva
on
agosto 07, 2019
Rating:
Sem comentários: