Análise | Dead Space PS5 - O Regresso do Suspense

Ora bem, Dead Space está classificado como um jogo de terror e sobrevivência. Quem opta por este tipo de jogos espera sentir aquele calafrio na espinha, os nervos à flor da pele, os sentidos mais alerta, uns "jump scare" de vez em quando correto? Seja qual for a idade, género ou mesmo alguém que se assuste mais/menos facilmente, procura estas sensações. Com Callisto Protocol a não encher as medidas da comunidade, cabe agora a Dead Space mostrar o que vale. Mas sendo um Remake, conseguirá mesmo assim, ainda ser apelativo?



Pessoalmente, já tendo jogado a versão original, já sabia para o que vinha, mas lembro aos nossos leitores que essa versão saiu em 2008, portanto à 15 anos. Tinha umas lembranças da história, inimigos, armas, mas nada realmente a 100%, portanto consegui surpreender-me com todas as alterações que acontecem no enredo que caracteriza o género. Ainda que não procurando aprofundarmos muito essa vertente do jogo, para ajudar a manter o suspense no ar, iremos começar por ai.

O nosso personagem, Issac Clarke, após receber uma mensagem estranha da sua esposa junta-se a uma equipa de resgate, pois a nave (de nome Ishimura) onde ela se encontrava deixou de estabelecer contato e entrou em permanente silencio. Quando atracamos a nossa nave a Ishimura, notamos logo que algo estranho se passa, com várias partes da nave destruídas. A partir daqui tudo se complica para Issac, que têm agora a missão de sobreviver a inimigos desfigurados que aparecem de todos os lados. Isto enquanto tenta encontrar respostas para tudo a o que está a acontecer e simultaneamente procurar por sobreviventes, em especifico a sua esposa.



Todo este setting envolvido em mistério está bastante bem estruturado e associado ao desenrolar da história, deixando o jogador sempre intrigado até aos seus instantes finais. Apesar de que alguns momentos se tornam um pouco forçados e óbvios, no general é uma estrutura bem organizad, que é complementada com dinâmicas que obrigam quem está atrás do comando a pensar um pouco, seja na forma como resolve os puzzles que vão surgindo, como na superação dos momentos de combate.

Para ambos os momentos o nosso personagem conta não só um vasto arsenal de armas, mas também com dois tipos de habilidades que o nosso fato disponibiliza. A primeira é um género de tiro que faz com que o tempo abrande num pequeno espaço e a segunda é a capacidade de levitar pequenos objetos e arremessá-los. O uso de ambos é então crucial, não somente para superar os vários puzzles que vão surgindo durante a nossa jornada, como também para derrotar inimigos em modos de dificuldade mais elevada (pois os recursos são poucos e o risco de ficar sem munições é bem real). Então procuramos nos mapas pequenos objetos como extintores ou peças afiadas para lançar contra os inimigos, sendo que estas ultimas podem mesmo deixar o inimigo morto preso a uma parede, algo bastante... apelativo de ver!


Por falar em níveis de dificuldade, existem em Dead Space cinco modos, desde o modo história, fácil, normal, difícil, e modo impossível. Excluindo este ultimo, todos os outros podem ser escolhidos e alterados durante o primeiro gameplay. Entre eles diferem a vida dos inimigos, o quanto danos eles nos causam e  a quantidade de itens e munições que os mesmo disponibilizam ao morrer. Já o modo impossivel (que novamente, só pode ser escolhido depois de completar a história em qualquer um dos outros modos) deixa as coisas... quase impossíveis. Além do aumento do que já acontecia com os outros modos para um nível bastante superior, se morrermos, temos que começar tudo de novo. A única vantagem que é dada ao jogador neste modo é simplesmente o dano que as nossas armas dão ao inimigo, que é ligeiramente superior. 

Mas a verdade é que tudo isto, praticamente, já se encontrava presente na versão original. Para os jogadores que procuram primordialmente, nesta nova versão, uma experiência gráfica reformulada para quilo que as consolas da nova geração podem proporcionar, podemos confirmar que também ai o novo jogo não desaponta. Nesta âmbito, Dead Space, conta com uma otimização gráfica digna de um jogo de 2023. Apesar dessa clara evolução, ainda apresenta alguns bugs, mas a própria editora através das redes sociais veio informar que está a trabalhar para resolve-los, portanto acreditamos que os próximos patchs irão solucionar esse problema.




Nesta nova versão, e como os jogos da PS5 já nos vão habituando, existe a versão Qualidade e a versão Performance. Enquanto na primeira ficamos bloqueados a 30 fotogramas por segundo mas com uma prestação gráfica a 4k (UHD) com ray-tracing, na versão Performance vemos os gráficos reduzidos para uma resolução a 2k (QHD) sem ray-tracing mas permitindo jogarmos a 60 FPS. Na minha opinião, inicialmente joguei no modo performance, e ao alterar durante o gameplay para a versão Qualidade não senti um upgrade tão intensivo que vale-se a diferença abismal que é jogar entre 30 e 60 FPS. Mas a opção está sempre disponível, portanto varia mesmo de gosto de jogador para jogador.

Para terminar, e para interligar todos os componentes faladas até agora, salientamos a excelente componente audiovisual. Não só os sons dos inimigos, das armas, ou do ambiente estão bem definidos, mas a própria intensidade nas vozes durante os diálogos estão bem caracterizados, potencializando a experiência que Dead Space entrega ao jogador.

Deixo também uma nota que esta versão de Dead Space têm a opção de New Game +, ou seja começar um novo jogo após concluir a história mas com todos os upgrades e armas recolhidos durante a primeira sessão, onde os criadores deixam a nota que poderão surgir novos mistérios para descobrir nesta opção, aguçando aqui os jogadores a reviverem a história, talvez à procura de um final alternativo?




Conclusões

Quem jogou a versão original poderá realmente sentir alguma repetição para reviver um jogo desta envergadura, mas pelo simples facto de ser um jogo que já na altura marcou uma geração. Contudo, acredito que mesmo assim estes jogadores terão os sentidos postos à prova durante o tempo de jogo. As melhorias gráficas que esta nova versão trás são um deleite, e mesmo quem opte por jogador no modo perfomance certamente não ficará desiludido. Quem nunca jogou, gostando ou não do género, não deverá perder o crescente Suspense que Dead Space trás.


O Melhor:
  • Melhoramento gráfico
  • História apelativa
  • Vertente audiovisual principalmente nas emoções dos diálogos
O Pior:
  • Algumas cenas forçadas e previsíveis
  • Alguns bugs visuais que encontramos durante o gameplay


Pontuação do GameForces – 8/10


Título: Dead Space 
Desenvolvedora: Motive Studios
Publicadora: Playnext
Ano: 2023

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela PlayNext. .


Autor da Análise: Filipe Martins




Análise | Dead Space PS5 - O Regresso do Suspense Análise | Dead Space PS5 - O Regresso do Suspense Reviewed by Filipe Martins on fevereiro 09, 2023 Rating: 5

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