Análise | Remote Life – Um SHMUP de Várias Faces

 



Quando pensamos em Shoot'em Ups a primeira coisa que imaginamos é uma nave no espaço a destruir dezenas de inimigos em ambiente frenético e cheio de adrenalina. A quantidade de side scroll shooters existentes no mercado é efectivamente enorme, contudo não é frequente encontrar um título que combine essas mecânicas com as de... terror sci-fi! Felizmente, Remote Life consegue realizar esta delicada operação de uma forma bem-sucedida! Este feito ganha particular importância considerando que o título foi feito por apenas uma pessoa, Mario Malagrino!

Na generalidade, podemos afirmar que o jogo apresenta uma estrutura sólida, na qual o jogador assumirá uma série de missões, onde a extensão das suas habilidades é colocada à prova. Efectivamente, Remote Life não é um jogo fácil, onde um tiro é tudo o que basta para mandar a nossa delicada nave abaixo. Este aspecto, conjugado com a ausência de “Score Boards”, leva a que o cerne da experiencia seja desenvolvido em torno do conceito de "diversão em superar os difíceis obstáculos impostos".



A sua premissa e enredo não diferem assim tanto de muitas outras experiencias do género: num futuro distante, em que a raça humana é ameaçada por aliens medonhos em ambientes assustadores, teremos de explorar diversos territórios enquanto procuramos chegar ao final e salvar o planeta Terra. A última esperança jaz então no heroico piloto chamado John Leone... que como qualquer herói que se preze decide enfrentar toda a espécie alienígena sozinho!

Ao início podemos ficar um pouco desapontados com a história e voice acting, onde claramente houve menos investimento. Contudo, rapidamente esses aspectos ficarão para segundo plano, considerando a grande aposta do produtor e como esta consegue transmitir uma experiencia de qualidade ao jogador.



O primeiro factor que nos chama a atenção são os ambientes metálicos e orgânicos do jogo completamente inspirados na saga Alien, com inimigos assustadores e que aparecem do nada como verdadeiros monstros. Este aspecto, em conjuntura com uma excelente banda sonora a acompanhar o ambiente de horror, promove um setting verdadeiramente cativante e arrebatador para o jogador.

O segundo aspecto encontra-se relacionado com a jogabilidade. O título consegue diferenciar-se dos demais realizando uma mistura interessante: associar mecânicas de um Side Scroll Shooter, com as de Twin Stick Shooter. Portanto, a nossa nave pode-se movimentar livremente pelo cenário e também disparar em todas as direções com o analógico direito. A nossa habilidade em dominar esta mecânica, revela-se imperativa para o sucesso das diversas missões, pois existem perigos a surgir de todas as direcções. Contamos ainda com um vasto arsenal de 3 armas distintas, armas temporárias e algumas especiais. Todas estas estão equipadas simultaneamente, pelo que por vezes se torna um pouco confuso.



Apesar de todo este poder de fogo, o jogo revela-se bastante desafiador, tornando-se por ocasiões irritativo. Existem demasiados inimigos que aparecem do nada, bloqueios de portas ou outras estruturas que nos impedem de avançar e fazendo com que morremos “gratuitamente” demasiadas vezes. Desta forma é introduzido uma dificuldade algo artificial, fazendo-nos gastar vidas desnecessárias e levando-nos a recorrer a uma experiência de tentativa e erro.

Felizmente denotamos que, com o evoluir da aventura (e possivelmente a melhoria da nossa capacidade de jogo), começámos a possuir uma melhor capacidade em reagir a estas situações. Nestas ocasiões, o nosso sucesso e a possibilidade de recomeçar a campanha sempre no nível onde perdemos, permitiu uma experiencia bastante mais agradável e livre de frustrações.



Para finalizar deixamos duas notas de louvar. Primeiramente, os bosses apresentam designs verdadeiramente interessantes e capazes de evocar medo em debater com eles. Em segundo lugar, a existência de uma galeria de arte que podemos desbloquear à medida que passamos as 20 missões que compõem a campanha. Estes são dois aspectos que, a par da jogabilidade combinada, setting e banda sonora imersivos, conseguem elevar o jogo a novos patamares.



Conclusões
Remote Life merece muito mérito. Um jogo feito por uma única pessoa, onde as pequenas falhas são compreendidas e compensam o risco em juntar dois géneros distintos num titulo bem original. Um Shmup frenético e ao mesmo tempo assustador, altamente recomendado para os amantes do género.



O Melhor:
  • Mistura de géneros original;
  • Excelentes gráficos e banda sonora;
  • Boa jogalidade;
  • Bastante desafiador.
O Pior:
  • História pouco elaborada;
  • Demasiadas cheap deaths.




Pontuação do GameForces – 8.0/10


Título: Remote Life
Desenvolvedora: Next Game Level, Ratalaika Games
Publicadora: Next Game Level, Ratalaika Games
Ano: 2022


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela PR Hound.

Autor da Análise: Sérgio Dias

Análise | Remote Life – Um SHMUP de Várias Faces Análise | Remote Life – Um SHMUP de Várias Faces Reviewed by Carlos Silva on junho 20, 2022 Rating: 5

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