Death Stranding: Director's Cut [Playstation 5]



Como costumamos dizer no nosso bom português, “Não existem duas sem três”. Essa expressão define exatamente Death Stranding que, após ter sido lançado para a PlayStation 4 e no ano seguinte para PC, foi lançado na sua versão definitiva para a nova geração. Este foi um título que dividiu opiniões durante o seu desenvolvimento e no seu lançamento devido ao gameplay bastante simples, porém pouco usual.

Death Stranding deixa-nos na pele de Sam (protagonizado por Norman Reedus). O enredo introduz uma América em ruínas, onde grande parte da população morreu. As chuvas tornaram-se ácidas, não existem árvores ou animais e o país encontra-se infestado de EPs, umas criaturas misteriosas que são os espíritos dos que já morreram. A experiência conta também com uma história um tanto quanto confusa de início, que tende a desenvolver-se de forma constante. Basicamente envolvendo experiências sobrenaturais, comoventes, empolgantes e algumas distintas qualidades um tanto quanto esquisitas, algo bastante comum nos jogos de Hideo Kojima!



Sam trabalha para uma companhia chamada de Bridges. Esta tem como função a criação de uma rede, denominada de Rede Quiral, que ligue diversas cidades dos EUA e assim, volte a unir o país como antes. Para tal, Sam trabalha como estafeta, cujo objetivo principal passa por efetuar diversas entregas ao longo do país, ligando à rede Quiral todos os postos de entregas e algum terreno à sua volta. Sendo assim, o jogador deverá ter uma especial atenção no trajeto que percorrerá, na forma como organiza as mercadorias e que mercadorias extra deverá levar para o ajudar na sua viagem (escadas, cordas e diversos materiais para construção). Os jogadores conseguem também construir diversas infra-estruturas como pontes, estradas, postos avançados e viaturas.

O jogo introduz uma funcionalidade inovadora e bastante cativante na qual a comunidade trabalha toda para o mesmo propósito. Nomeadamente, algumas construções e mercadorias estão espalhados pelo mundo e podem ser utilizados por todos nós. Sempre que os encontramos podemos atribuir “likes” ao feito do jogador, ajudando o jogador a subir de nível. Alguma mercadoria também pode ser guardada no cacifo partilhado no qual conseguimos recolher em qualquer posto avançado.



Quanto ao mundo e ao gameplay estes são sem dúvida os dois pontos fortes desta obra-prima, especialmente nesta nova versão. Para além dos 60FPS ou os 4K nativos, o nosso Dualsense treme à medida que vamos explorando o mundo. Estes aspectos transmitem a sensação de que estamos efectivamente a pisar as pedras ou a caminhar pela neve profunda, providenciando assim uma experiência diferenciada e mais detalhada que as outras versões. Nomeadamente, conseguimos também discernir de uma forma mais pratica como a nova tecnologia presente do Dualsense pode influenciar na qualidade da experiência apresentada ao jogador. Salientamos a título de exemplo as ocasiões de quando disparamos as diversas armas ou conduzimos algum veículo através do R2.

Falando um pouco sobre o mundo, este é enorme, com uma ampla variedade de terrenos, coloridos, vivos, repleto de mercadoria perdida (mercadoria que outros jogadores perderam e que nos é solicitado para entregar num certo posto avançado). Obviamente, existem ainda inúmeros EPs e inimigos, estes últimos chamados de Mulas (outros seres-humanos que para além de nós, também querem fazer entregas e que nos irão impedir de chegarmos ao nosso destino através da força).

Já os EPs, como foi referido anteriormente, são os espíritos das pessoas que já partiram para o outro mundo e que surgem sempre nos momentos de chuva. Para os conseguirmos ver iremos necessitar da ajuda de BB, um feto que ajuda a potenciar a ligação entre o mundo dos mortos e dos vivos, fazendo com que seja possível visualizar os EPs. Existe, de igual forma, um robô que se encontra no nosso ombro esquerdo que apenas apontará para os EPs. Sempre que um EP nos apanhar seremos levados para uma batalha contra um EP gigante e a nossa mercadoria será danificada.



Esta é a premissa do enredo, história e narrativa. Contudo a sua ligação com as acções do jogador e nomeadamente as mecânicas de jogabilidade não é a mais suave. O jogo apresenta alguns problemas de movimentação, tanto a pé como ao volante. Muitas vezes aconteceu-nos estar a subir uma montanha de mota e a mota começar a rodar sozinha ou até mesmo demorar a acelerar. Notamos ainda a situação recorrente de estar a correr em frente, e após largar o analógico esquerdo, a personagem continuar a correr sem parar (levando-nos assim a morrer desnecessariamente).

Os problemas são também observáveis da condução dos veículos. A título de exemplo, estarmos a conduzir a mota (um dos veículos do jogo), com uma bomba às costas e esta explodir porque chocamos contra uma pequena pedra que supostamente não causaria qualquer impacto na mota, contudo dessa vez a mota fazer um cavalo.

Ainda assim, esta versão para a PlayStation 5 conta com diversas melhorias que devemos salientar:
  • Novas infra-estruturas como pontes mais pequenas, rampas para usarmos com a mota, uma catapulta de mercadoria entre outros;
  • Novos equipamentos como por exemplo armas, esqueletos e um abafador de queda;
  • Gráficos melhorados, tempo de loading reduzidos graças ao SSD e a possibilidade de jogar em modo panorâmico;
  • Mais viaturas;
  • Uma nova área e novas missões mais focadas no stealth e com referências a Metal Gear Solid;
  • Uma pista de corridas que tem de ser construída primeiro;
  • Uma Carreira de tiro onde podemos fazer diversos desafios ou treinar a nossa experiência com as armas do jogo;
  • A possibilidade de repetirmos as lutas de Boss;
  • Usar os robôs de entrega como nossos ajudantes pessoais ou como meio de transporte.
Salientamos que grande parte destes novos conteúdos apenas estarão disponíveis após terminarmos algumas missões e espalharmos a Rede Quiral por algumas cidades. A pista de corrida tem de ser construída, o que poderá dar algum trabalho extra.



O jogo não apresenta qualquer música ao longo do gameplay, permitindo-nos assim desfrutar de todos os sons que a natureza nos traz. Contudo, nos momentos de acção ou drama, esta deixa-nos de boca aberta de tão boa que é, algo que já seria de se esperar. Verdadeiramente um elemento memorável de toda a experiência!

Outra ocasião em que conseguimos ouvir música é no nosso quarto privado. Aqui conseguimos ouvir música através de uma playlist definida pelo jogo com músicas de algumas bandas mundialmente conhecidas. Adicionalmente, podemos ainda tomar banho para limpar os vestígios de sangue ou sujidade no nosso corpo, usar a sanita (essenciais para criar bombas), beber bebidas energéticas, equipar acessórios como chapéus ou óculos, alterar a disposição da nossa mochila, repetir lutas com bosses ou fazer fast travel. Esta última opção permite viajar instantaneamente para outros postos avançados desde que esses façam parte da nossa Rede Quiral (contudo sempre que fazemos fast travel a nossa mercadoria será deixada para trás).




Conclusões
Hideo Kojima provou-nos diversas vezes que é um génio quando se trata de fazer jogos, Death Stranding não é somente uma grande obra-prima, é uma experiência única e com uma história envolvente digna de um filme. Porém o seu gameplay deixou-nos em diversas ocasiões de "nariz torcido" pelo quão repetitivo o jogo se pode tornar. Para quem nunca jogou Death Stranding, a edição Director's Cut é obrigatória. Se por outro lado já o adquiriste para a Playstation 4, pondera retornar a este mundo se realmente gostaste do jogo e queres mais.




O Melhor:
  • Uma experiência única que usufrui de todas as funcionalidades do Dualsense;
  • A carreira de tiro é bastante apelativa e prática;
  • Bom uso da capacidade gráfica e rapidez da consola;
  • As missões extra são interessantes e diferentes.

O Pior:
  • Algumas adições nesta versão não estão disponíveis de imediato no inicio do jogo ou no final do mesmo;
  • A condução pode se tornar um problema;
  • Algumas novas infraestruturas são inúteis.



Pontuação do GameForces – 9/10



Título: Death Stranding: Director’s Cut
Desenvolvedora: Kojima Productions
Publicadora: Sony
Ano: 2021

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PS5, através de um código gentilmente cedido pela Sony Portugal/Last Lap.


Autor da Análise: Carlos Cabrita
Death Stranding: Director's Cut [Playstation 5] Death Stranding: Director's Cut [Playstation 5] Reviewed by Carlos Cabrita on outubro 18, 2021 Rating: 5

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