[Análise] Far Cry New Dawn [PC]

No decorrer do evento realizado pela Ubisoft, “Ubisoft Foward”, foram reveladas várias novidades que deixaram os fãs da empresa francesa ainda mais ansiosos para os jogos da próxima geração. Com o lançamento previsto para 18 de fevereiro de 2021, Far Cry 6 foi uma das revelações que mais impactou os fãs durante o evento, o que os levou a reviver os jogos conhecidos por transportar os jogadores para ilhas paradísicas, levando-os a explorar um mundo aberto repleto de ação. Apesar desta fórmula tradicional, Far Cry New Dawn foge um pouco a esta tradição, colocando os jogadores de novo em Hope County, Montana.

No geral, Far Cry New Dawn bebe muito do jogo anterior, sendo considerado uma sequela. O jogo passa-se 17 anos após os incidentes de Far Cry 5. Os jogadores são transportados para um mundo pós-apocalíptico, muito diferente daqueles que estamos habituados a ver em outros jogos ou filmes, como “Mad Max”, cujo mundo é caracterizado por ser um cenário de destruição completa, não existindo qualquer tipo de vida.

Neste jogo, o cenário não é de destruição massiva, mas sim de beleza e vida. O Mundo é caracterizado pelas suas cores vibrantes, deixando os jogadores hipnotizados com a beleza das várias flores que compõem o mundo juntamente com a vida animal, que conseguiu reproduzir-se após os desastres nucleares. Toda esta beleza é reforçada com a existência de uma grande qualidade de gráficos.

A utilização do mesmo mapa, com um toque mágico, juntamente com a presença de personagens do jogo anterior, como Nick Rye, tornam possível a existência de um sentimento de nostalgia, algo que os jogadores poderão gostar.

Os jogadores controlam um dos membros da resistência, que tem como objetivo ajudar os cidadãos de Hope County a restaurar a paz, após esta ter sido posta em causa por um grupo de salteadores chamados Highwaymen, liderados pelas gémeas Mickey e Lou.

Mickey e Lou são as vilãs temidas por pilharem e destruírem tudo o que encontram pelo caminho, vivendo uma vida repleta de diversão e adrenalina. Contudo, estas duas vilãs desiludem bastante. Os jogos de Far Cry são conhecidos por introduzir vilões temíveis e com uma personalidade peculiar. Um exemplo muito claro disto é Joseph Seed de Far Cry 5, um padre fanático que tem o objetivo de libertar Hope County de “pecados”.

Apesar das atitudes violentas e do aspeto “badass” Mickey e Lou são vilãs desinteressantes e pouco temidas. Estas são duas personagens sem carisma e cada interação que temos com esta dupla, não passam de tentativas mal sucedidas de assustar os jogadores. Além disto os vários membros dos Highwaymen que se cruzam connosco ao longo do jogo, também não são de todo memoráveis. A utilização de equipamento de motocross juntamente com o uso excessivo de rosa choque e o uso de fogo de artificio como forma de aviso, não é de todo, uma combinação que imponha medo. 

No que diz respeito à jogabilidade de Far Cry New Dawn, esta não é muito diferente da observada nos jogos anteriores. Este é um título que nos permite escolher o que queremos fazer e quando o queremos fazer. Além das missões de história, que nos permitem avançar na campanha (22 missões) existe muito mais a fazer num mundo tão vasto como o deste jogo.

Além da presença de caças ao tesouro, os outposts são sem dúvida uma das atividades favoritas dos fãs. Os Outposts consistem em bases que são ocupadas pelos Highwaymen, que o jogador tem de conquistar para obter uma maior visão do mapa e para obterem etanol, um dos recursos mais importantes do jogo, que nos permite evoluir a nossa base.

O que torna os Outposts numa das atividades mais divertidas do jogo é o estilo que o jogador opta por usar para se livrar do Highwaymen. Os jogadores poderão optar por usar abordagem mais discreta, eliminado os saqueadores sem serem detetados, recebendo mais recursos por o fazerem, ou podem optar por uma abordagem mais barulhenta que torna as coisas mais difíceis, pois assim que são alertados, os saqueadores chamam reforços, aumentando o número de inimigos que o jogador tem de derrotar. 

A grande variedade de armas, que se destacam por serem feitas através de objetos do dia a dia como por exemplo lanternas, são fantásticas e permitem ao jogador escolher o seu estilo de jogo. Ao contrário dos jogos anteriores, não é necessário dinheiro para comprar armas, são necessários recursos, obrigando o jogador a passar muito tempo em busca deles, o que se pode tornar cansativo para alguns. A existência de 30 perks, que o jogador vai desbloqueando à medida que vai avançado no jogo, afetam também o desempenho do jogador.

Além das armas, existem ainda as “Guns for Hire”, que foram introduzidas no Far Cry 5. As “Guns for Hire” são um conjunto de personagens que o jogador pode pedir auxílio em combate. Este é sem dúvida um recurso essencial no jogo, visto que, por vezes, torna-se difícil derrotar certos inimigos.

Por fim, a grande novidade de Far Cry New Dawn são as Expeditions. As Expeditions acabam por ser uma versão melhorada dos outposts. Nestas missões somos transportados para diversos locais da América, como por exemplo, a prisão de Alcatraz, onde temos de roubar recursos aos Highwaymen, para podermos melhorar a nossa base e as nossas armas.

No início estas missões podem parecer bastante fáceis, mas à medida que vamos concluindo mais expeditions a situação vai se complicando, tornando-se um verdadeiro desafio para todos os jogadores.

Conclusões:

Apesar da campanha ser bastante pequena e das vilãs não serem tão temidas como os vilões anteriores, as horas passadas em Far Cry New Dawn são bastante divertidas. Os jogadores são transportados para um mundo repleto de ação, tendo muito para fazer. Com este jogo podem contar com um regresso nostálgico a Hope County, Montana, com um toque mágico, que coloca qualquer jogador a desejar por mais.

O Melhor:

• Bastante divertido;
• Um grande número de outpost;
• Mapa bastante bem concebido.

O Pior:

• Vilãs não tão bem concebidas;
• Campanha Curta e sem muito por onde pegar.

Pontuação do GameForces – 8.0/10

 

Título: Far Cry New Dawn

Desenvolvedora: Ubisoft

Publicadora: Ubisoft

Ano: 2019

Autor da Análise: Bernardo Lourenço